Laiane Cruz
O Dia de Santa Bárbara foi celebrado nesta terça-feira (4) no Centro de Abastecimento com fogos de artifício e festa. O tradicional caruru foi servido para cerca de 3 mil fiéis. O evento é promovido pela Secretaria Municipal de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico (Settdec) e já faz parte do calendário da cidade.
Responsável pela organização do caruru, o diácono Gilberto, informou em entrevista ao Acorda Cidade que a preparação da festa foi ampla. Ele destacou que foram aproximadamente 50 pessoas envolvidas desde a preparação até a equipe de servir.
“Começamos com a reunião das equipes, desde o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar, a Secretaria de Saúde, todos os envolvidos para preparar esse momento, que tem mais de 30 anos, quando a feira livre era no centro da cidade, e hoje se estende nessa devoção pública de fé dos feirantes de Feira de Santana.”
Sincretismo religioso
O diácono Gilberto falou ainda sobre a história de Santa Bárbara, que data do século IV e o sincretismo religioso com o candomblé.
“Ela era uma jovem muito bonita, foi presa, torturada, e martirizada no governo de Juliano, no ano 366. Na igreja católica, com o advento do império no Brasil, os negros eram impedidos de devocionar as suas divindades, e no Brasil eles associaram alguns dos seus santos com características semelhantes com os santos católicos. Por isso, no Brasil, a partir da escravatura, foram unidos alguns santos católicos, com entidades do candomblé.”
A mãe de santo Jandira Dias que tem mais de 30 anos no candomblé, comentou que Santa Bárbara está em seu coração e é quem rege a sua vida e também de seus filhos. Ela explicou que a santa, na religião de matriz africana é chamada de Iansã e foi uma mulher preparada por Deus para cuidar das pessoas.
“Ela é minha mãe, dona da minha cabeça. É dona do fogo, do relâmpago e do trovão. O caruru é uma homenagem pra Santa Bárbara, uma oferenda de agradecimento para dar mais força aos nossos pedidos e a tudo que ela faz por nós”, acrescentou
Jandira comentou ainda que toda a sua família é adepta ao candomblé e ela iniciou na religião com o incentivo de sua avó que também era mãe de santo. Desde os seis anos de idade Jandira participa do caruru de Santa Bárbara.
Com informações e fotos do repórter Paulo José do Acorda Cidade.