Feira de Santana

Dia da Pessoa com Deficiência: falta de inclusão e acessibilidade são grandes dificuldades enfrentadas diariamente

pessoa com deficiencia - cadeirante
Foto: Freepik

A falta de acessibilidade em transporte público e em prédios e a dificuldade de inclusão social, principalmente no mercado de trabalho, são os maiores problemas enfrentados pelas pessoas com deficiência em Feira de Santana. Nesta sexta-feira (11), é o Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Física. O Acorda Cidade conversou com Sivonei Dias, que é o servidor estadual e deficiente físico.

Sivonei tem uma amputação acima do joelho, utiliza muletas para andar e usa uma prótese. Ele lembra que a finalidade do Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Física é promover a conscientização da população sobre a qualidade de vida e a promoção do direito das pessoas com deficiência física. Ele afirma que apesar da finalidade da lei, as dificuldades que as pessoas com deficiência enfrentam suas diversas.

“Nós pontos de ônibus não temos um abrigo, um local para sentar, a gente leva muito tempo esperando, pois a quantidade de ônibus aqui na cidade é insuficiente. Uma pessoa que anda de cadeiras de rodas, precisa dos elevadores funcionando, já uma pessoa amputada, que anda com auxílio de muletas, precisa que o motorista aguarde ela sentar para poder seguir a viagem. Acredito que seria importante que tivesse nos terminais, e até nos pontos de ônibus, filas que destinassem prioridade de embarque e desembarque para as pessoas com deficiência”, afirmou.

Sivonei Dias

Outro problema que as pessoas com deficiência em Feira de Santana enfrentam, é a falta de acessibilidade nas ruas. De acordo com o servidor estadual, as calçadas são um problema e muitos motoristas não respeitam as rampas.

“Os carros as vezes ficam estacionados nas rampas, os pisos são escorregadios. A pessoa que anda com auxílio de muletas enfrenta dificuldades com as pedras portuguesas, que são muito escorregadias. Existem as barreiras arquitetônicas também. As entradas e saídas dos estabelecimentos devem ser livres”, disse.

Nos supermercados, Sivonei Dias sugeriu que seria interessante que tivessem carrinhos motorizados destinado para as pessoas que andam com auxílio de muletas. Além disso, mais uma vez ele destaca a importância de ter rampas de acesso em todos os estabelecimentos.

“Onde tem uma pessoa sem deficiência, tem que permitir que uma pessoa com deficiência tenha acesso. Na rodoviária, por exemplo, sempre tem algum impedimento para acessar o elevador, os ônibus também devem ter elevadores e os que não tiverem, não deveriam ter o símbolo de acessibilidade”, frisou.

Empregabilidade

Apesar de existirem leis que garantam o acesso das pessoas com deficiência, Sivonei destaca que as dificuldades existem. Segundo ele, as empresas não se preparam para receber uma pessoa com deficiência.

“Mesmo com a lei de cotas que vem promover a inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho, que determina que as empresas com 100 ou mais funcionários devem destinar de 2 a 5% da contratação para pessoas com deficiência, existem dificuldades para conseguir a contratação, pois as vezes o próprio anúncio de emprego especifica o tipo de deficiência”.

Entidades representativas

Sivonei Dias defende a criação de uma entidade para representar as pessoas com deficiência. Ele afirma que é importante a mobilização como instrumento para as pessoas com deficiência superarem as dificuldades.

“Infelizmente as entidades que tinham aqui em Feira não estão ativas junto ao conselho municipal de deficiência. Então a gente está reunindo um grupo de pessoas interessadas na criação da associação que represente as pessoas com deficiências. Quando a gente se organiza podemos alcançar várias conquistas, então criamos uma página no Instagram @movimentopelainclusaofsa e nesse perfil temos informações sobre os direitos, a gente tenta sensibilizar a população e a gente quer mobilizar forças para criar ações concretas. Também queremos criar um espaço de relatos, troca de experiência e sugestões para melhorar a vida das pessoas com deficiência em Feira de Santana”, informou.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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