Feira de Santana

Devido ao alto índice de poluição, peixes morrem na Lagoa Grande em Feira de Santana

Chefe de educação ambiental da prefeitura, João Dias falou também sobre a pesca e o consumo dos peixes da Lagoa Grande.

Laiane Cruz

Atualizada às 12:22

Moradores do entorno da Lagoa Grande, em Feira de Santana, têm reclamado da grande quantidade de peixes mortos no local, que passa por um processo de revitalização pelo governo do estado. De acordo com o chefe de educação ambiental da prefeitura, João Dias, a mortandade dos peixes ocorre devido ao alto índice de poluição da lagoa.

Em entrevista ao Acorda Cidade, ele explicou que é normal peixes morrerem em mananciais, mas no caso da Lagoa Grande, a matéria orgânica proveniente dos esgotos in natura das residências é muito grande, e a fauna não suporta.

“Quando há trovoadas ou chuvas fortes, existem alterações nos parâmetros da água, ou seja, o PH (Potencial Hidrogiônico), o OD (Oxigênio Dissolvido), a turbidez, o nitrato e o nitrito. Quando há essa alteração brusca, algumas espécies de peixes não suportam, como o tucunaré, a tilápia, o apanhari, entre outros. Agora, no caso específico da Lagoa Grande, que no passado era um manancial que fornecia água para Feira de Santana, com o passar do tempo houve as invasões de um lado da lagoa, e os esgotos das casas foram jogados in natura dentro da lagoa. Esgotos de três bairros: Parque Getúlio Vargas, Rocinha e Caseb. Hoje a matéria orgânica existente proveniente do esgoto in natura dentro da lagoa é muito grande. Por isso que a população tem reclamado que têm aparecido muitos peixes mortos principalmente na parte do canal de drenagem, que desde para a Lagoa de Berreca.”

Pesca na lagoa

João Dias falou também sobre a pesca e o consumo dos peixes da Lagoa Grande. Segundo o chefe de educação ambiental, a água no Brasil é dividida por classes. A água potável é classe especial, e tem as classes 1,2 e 3. Ele informou que o peixe para ser consumido no Brasil tem que ser produzido até classe 3, e a água na Lagoa Grande, no momento, está acima disso.

“Nas análises fisioquímicas e bacteriológicas que nós fizemos do manancial deu muitas alterações. Coliformes fecais, que é permitido até 2.500 partículas a cada 1 mil ml, lá deu 38.400, e os peixes podem estar contaminados com uma toxina chamada microcistina, e as pessoas que consumirem mesmo cozido ou frito correm o sério risco de serem contaminadas. Os órgãos que trabalham com meio ambiente não recomendam nem a pesca nem o consumo dos peixes da Lagoa Grande, até que o esgoto seja retirado e passe por tratamento”, salientou em entrevista ao Acorda Cidade.

O governador Rui Costa informou que as obras de revitalização foram interrompidas porque precisa aguardar a obra de esgotamento sanitário e acredita que ainda neste primeiro semestre trabalhos no local serão reiniciados.

“A Lagoa Grande é uma obra extraordinária. O que falta para concluir a obra é completar o esgotamento de todas as ruas do seu entorno. Tivemos interrupções por falta dessa obra de saneamento. [Quinta-feira (10)] eu estava reunido com a Conder em Salvador e espero agora, nesse primeiro semestre, botar um ponto final nessa obra e vamos dar uma repaginada no entorno da lagoa para poder entregar à prefeitura de Feira, que passará a ser a responsável pela manutenção da lagoa”, disse.
 

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.

 

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