Ney Silva
O desfile cívico militar do 2 de julho, data da independência da Bahia, realizado na manhã desta terça-feira em São José, sede do distrito de Maria Quitéria, reuniu centenas de pessoas e autoridades municipais.
Antes da realização do desfile em sua quinta edição, ocorreu a celebração de uma missa pelo arcebispo emérito Dom Itamar Vian. A celebração contou com a presença do prefeito Colbert Martins Filho, do ex-prefeito José Ronaldo de Carvalho, do comandante do 35º BI – Batalhão de Infantaria, Janilson Teixeira, entre outras autoridades.
O desfile cívico militar foi realizado pela primeira vez em Maria Quitéria no ano de 2015. A iniciativa é do Instituto Historio e Geográfico de Feira de Santana. A presidente da entidade, professora Lia Celia Pires Leal, destacou a importância da comemoração.
"Esse evento nasceu de uma ideia do escritor Antônio Moreira, o Lagedinho, que fez um projeto e apresentou a um vereador e em 2012 foi aprovado e tornou obrigatório a realização do desfile", disse Lia Celia.
A professora informou que para o evento ser realizado, ela teve o apoio da Prefeitura, do Exército através do 35º BI, da Polícia Militar, de escolas públicas e particulares.
A cantora Celia Zain todos os anos se apresenta no desfile caracterizada da personagem de Maria Quitéria. Ela conhece a historia da heroína baiana que nasceu no distrito quando o munícipio de Feira de Santana ainda não tinha se emancipado e era vila de Cachoeira.
"Maria Quitéria é a maior heroína da América do Sul. Ela é comparada a Joana Darc que é heroína e padroeira da Franca", disse Celia.
Ela informou ainda que de acordo com historiadores, Maria Quitéria recebeu a maior comenda das mãos do príncipe regente Dom Pedro, que foi a comenda Ordem do Cruzeiro.
"Outra comenda extraordinária foi a do Alferes e até seu último dia de vida ela recebeu um toque do Exército Brasileiro. São muitas honrarias e a história da nossa heroína é fantástica" disse Celia Zain.
O prefeito Colbert Filho lembra que a heroína rompeu muitos tabus e se alistou no Exército o que não era permitido para mulheres. “Ela lutou pelo Brasil. Em 7 de setembro de 1822 houve o grito do Ipiranga. Mas onde houve luta mesmo foi aqui na Bahia", afirmou.
O coronel Janilson Teixeira comandante do 35º BI informou que cultuar a história e os símbolos nacionais fazem parte do objetivo estratégico do batalhão. "No dia de hoje comemorar o 2 de julho tem significado não apenas para a população baiana mas para todo cidadão brasileiro", disse.
A participação da comunidade no desfile cívico do 2 de julho foi muito significativa. As pessoas chagaram cedo para o desfile e foram para a igreja participar da missa. Depois assistiram aos discursos das autoridades no palanque oficial.
A trabalhadora rural Claudia Sales estava muito satisfeita com o evento. "Eu acho de grande importância para o nosso distrito. Desde a primeira vez do desfile eu participo todos os anos. Eu acho importante porque aqui não se valoriza Maria Quitéria. Mas graças a Deus de alguns anos para cá isso vem acontecendo", afirmou.
No desfile deste ano, militares do Corpo de Bombeiros e da aeronáutica participaram pela primeira vez.