Feira de Santana

Desempregado, jardineiro que está há quatro meses com a família debaixo de viaduto pede ajuda para conseguir trabalho

A cozinha foi improvisada embaixo do viaduto, onde ele coloca uma grelha em cima de alguns blocos, para a esposa preparar os alimentos.

Laiane Cruz

Atualizado às 14h20

Morando há quatro meses embaixo do viaduto da Avenida João Durval Caneiro, no cruzamento com a Avenida Getúlio Vargas, o jardineiro José Nilson Lima da Silva, de 51 anos, que está desempregado, pede ajuda do município e de pessoas da comunidade para conseguir um trabalho e ter como sustentar a sua família.

Ele morava no bairro Rocinha, e pagava R$ 300 de aluguel mensal, porém há quatro anos sem emprego fixo não teve mais condições de arcar com as despesas do imóvel e foi morar embaixo do viaduto.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Estou desempregado há 4 anos. Sou jardineiro, faço desenho de árvores, e se as pessoas puderem me ajudem com uma cesta básica, pois tenho filhos, e a Secretaria ainda não tomou nenhuma posição. Então quem puder me ajudar a alugar um quarto, arrumar um trabalho ou tiver um jardim para fazer, tenho disposição para trabalhar”, afirmou José Nilson, em entrevista ao Acorda Cidade, na manhã de quarta-feira (6).

De acordo com o jardineiro, ele faz desenhos de árvores de todos os tipos e formatos. “Eu faço desenho de árvores como pica paus, cavalos, faço tudo. Faço de acordo com o que a pessoa vai querer: afunilado, quadrado, redondo. A redonda, se for pequena, varia entre 40 e 50 reais. Mas já eu tenho uns quatro meses morando deixado desse viaduto. São quatro pessoas que moram aqui, vem aqui, comem e bebem. E eu moro com minha esposa e meus dois filhos, um de 11 anos, o outro tem 17, e tem uma menina, que é minha neta, que tem 6 anos.”

Para não deixar a família passar fome, José Nilson faz pequenos serviços como lavar para brisas de carros na sinaleira e guardar veículos na rua. Os trocados servem para comprar o feijão, o arroz e a carne para as crianças. A cozinha foi improvisada embaixo do viaduto, onde ele coloca uma grelha em cima de alguns blocos, para a esposa preparar os alimentos.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Eu lavo carros e pego os trocados compro feijão, faço com arroz, farinha e dou aos meninos com ovos. Até se tiver uma fazenda, com um lugar vazio, pra eu poder trabalhar, também já trabalhei em fazenda, tenho uma referência. Eu pagava R$300 de aluguel, mas não tive mais como pagar. Vim morar debaixo do viaduto, é melhor do que roubar. Meus pais já morreram, meu pai era até Guarda Municipal aqui de Feira, mas as pessoas não vêem quando a gente está aqui embaixo. Agradeço todo dia porque estou vivo, muita gente morreu dessa doença (covid) e eu estou vivo. Sou nascido e criado aqui em Feira”, relatou.

A reportagem do Acorda Cidade entrou em contato com a Secretaria de Desenvolvimento Social e aguarda o retorno.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade. 

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