Feira de Santana

Desapropriação é o menor dos desafios para fazer o Aeroporto de Feira de Santana decolar

A melhoria da infraestrutura, a criação de demanda consistente e a estratégia de conexões adequadas são passos que precisam ser dados de forma estratégica.

Aeroporto de Feira de Santana
Aeroporto de Feira de Santana – Foto: Iasmim Santos/Acorda Cidade

O Aeroporto de Feira de Santana possui um histórico de dificuldades para manter a operacionalidade de seus voos e tornar mais atrativo para as companhias aéreas. As dificuldades são tão grandes, que atualmente, a segunda maior cidade do estado da Bahia em número de habitantes mantém um aeroporto sem voos comerciais.

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Na segunda-feira (5) o portal Acorda Cidade divulgou que saiu o decreto de desapropriação de terras para a ampliação do aeroporto, visando a inserção da cidade nas escalas das companhias aéreas nacionais. Mas para isso é preciso pagar as indenizações dentro do prazo, iniciar a obra de ampliação e também instalar a infraestrutura necessária para receber voos noturnos de grandes ocupações.

Apesar do potencial, Feira de Santana tem um longo caminho a percorrer para transformar essa força em realidade. A melhoria da infraestrutura, a criação de demanda consistente e a estratégia de conexões adequadas são passos que precisam ser dados de forma estratégica e muito bem estudadas para que o setor aéreo da cidade possa decolar.

Durante entrevista no Cá Entre Nós, o podcast do Acorda Cidade, Marcus Campos, gestor de negócios aéreos do Aeroporto Internacional de Salvador, falou sobre o potencial e os desafios do setor aéreo em Feira de Santana, mas destacou que a estrutura do aeroporto é um dos principais obstáculos.

“A pista precisa ser ampliada, e o aeroporto não consegue receber voos noturnos, o que limita muito sua funcionalidade”, afirmou. Sem essas melhorias, o aeroporto fica restrito a um número limitado de operações, afetando diretamente a viabilidade econômica dos voos.

Outro fator crítico é a ocupação. O último voo disponível, que era para Recife e recentemente foi cancelado (30/06/2024), tinha uma ocupação média de 60%, mas não lotava. “Com voos dia sim, dia não, a companhia aérea precisa manter a estrutura de funcionários no aeroporto e, idealmente, ter um executivo de vendas na cidade para promover os voos e informar as pessoas sobre eles”, explicou Campos.

A falta de demanda suficiente e a necessidade de manter uma operação permanente tornam o serviço pouco atrativo para as empresas.

Marcus Campos também abordou a importância de identificar a cidade correta para conectar com Feira. Voos para Salvador, por exemplo, não se mostraram eficientes devido ao tempo de espera no aeroporto. “Para destinos mais distantes como São Paulo, precisaríamos de uma aeronave maior. Mas essa aeronave maior pode pousar à noite? Se a pista ainda não está nas condições ideais, isso restringe ainda mais”, ponderou o gestor.

Feira de Santana merece um aeroporto melhor

Na opinião de Campos, o Aeroporto de Salvador sempre será a principal opção para os feirenses devido à sua capacidade e variedade de destinos. “Salvador sempre será a principal opção porque seu aeroporto oferece voos que o de Feira não consegue, como para Paris, Goiânia e Rio de Janeiro”, observou Campos.

Apesar dos desafios, ele acredita que Feira de Santana merece um aeroporto melhor. No entanto, ele ressalta a necessidade de considerar a infraestrutura existente, negociar destinos corretos e criar condições para que os voos estejam cheios.

“Sem isso, a prioridade acaba sendo dada a outros lugares com voos diários e maior ocupação, deixando Feira em segundo plano”, concluiu.

Dias de glória

No feriado do Dia da Independência do Brasil do ano passado, o Aeroporto de Feira de Santana (AFS) viveu um de seus melhores momentos em termos de voos comerciais ao receber, pela primeira vez, dois voos em um único dia. Segundo a assessoria do AFS Airpot, o aeroporto alcançou no dia 7 de setembro de 2024 uma taxa de ocupação média de 93% no voo para Recife. Enquanto o voo com destino a Salvador, registrou uma taxa de ocupação média de 41%.

Também no ano passado, durante o mês de junho de 2023, o aeroporto alcançou um marco histórico na movimentação de passageiros da aviação geral, englobando tanto aeronaves de táxi aéreo ou privadas, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

De acordo com a assessoria da época, esse número recorde também foi superior a todos os demais meses anteriores. “O terminal registrou 290 passageiros embarcando e desembarcando, o que representa um aumento de 22,4% no número de passageiros. E um total de 163 pousos e decolagens durante o mês. Esse crescimento foi, especialmente, impulsionado pelas festividades de São João e São Pedro que ocorreram em nossa região, nas quais o aeroporto serviu como ponto de conexão para esses compromissos”, informou.

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Sincero

Apenas a falta de investimento está ligado a questão política

Santa Barbara

Feira n precisa de ampliação do aeroporto …precisa de ruas asfaltadas e com redes de esgotos … Ao povo pão e circo.

Rogerio

Uma coisa não depende da outra para ser feita. Não há nenhum tipo de associação. É pão e circo pra você que não precisa…. Pra quem precisa e tem de se deslocar toda vez para Salvador, sendo que poderia viajar de feira sabe qual a realidade.
Feira é a única cidade do seu porte no país que não tem aeroporto funcional. Com isso a cidade perde em negócios. Mas fica aí no seu picadeiro quentinho(a) que assim você não fala idiotice.

Rodrigo Machado

O que precisa ser feito pra decolar, é remover essa concessionária AFS, que até hoje não faz nada, o Governo do Estado precisa acabar com esse contrato, e trazer uma empresa que funcione.

Pela Feira de Santana

Para ele, o aeroporto de Salvador, sempre será a principal opção para os feirenses, pois ele é o gestor de lá. Se dessem a ele um emprego de gestor do daqui, óbvio que a opinião dele seria exatamente outra.
Por proximidade, nesse caso, o aeroporto de Campina Grande-PB não teria nenhuma movimentação, pois está localizado próximo ao aeroporto de João Pessoa-PB e de Recife-PE, mais ou menos na distância de Feira de Santana à Salvador, sendo que por lá, todos os aeroporto vão muito bem, obrigado!
Com esse raciocínio de um feirense, que tem outros interesses, a cidade de Feira de Santana, jamais terá o seu aeroporto operacional da forma que a cidade precisa.
Existem aqui mesmo, no Brasil, outros aeroportos na mesma situação de Feira de Santana, que tem aeroportos dentro do meio raio de distância de Feira de Santana à Salvador, lá em Santa Catarina, é outro exemplo, que também operam naturalmente.
Precisa dotar o aeroporto de infraestrutura para voos de carga, pista apropriada para tal, além de passageiros, também acessos dignos e decentes para o aeroporto.
Tudo isso pronto, duvido que não venha nenhuma companhia aérea instalar-se por aqui.
Uma coisa é certa, sem infraestrutura, ninguém virá.
Temos demanda, sim!
Querer dizer que o aeroporto de Feira de Santana é inviável, é a mesma coisa de dizer que NENHUM morador daqui da nossa cidade e região, jamais viajam. No mínimo, estranho.

António

O que foi dito pelo gestor do Aeroporto 2 de Julho, todos os feirenses já sabem desde sempre. Questão são as reiteradas promessa de melhorias que nunca se concretizaram ou se arrastam por 17 anos. Já se sabe que as empresas aéreas só irão investir onde da dinheiro. Feira é uma cidade para conexões e não para origem de vôos. Então, é necessário uma pista com tamanho e equipamentos para sue um vôo noturno São Paulo x Fortaleza desça em Feira. É o que sempre foi dito pela população de Feira, mas as excelências nunca deram atenção e ficam sabotando o Aeroporto João Durval. O prefeito não fez um acesso para o aeroporto pela Av. Ayrton Senna. Também não fez um acesso pela Noide Cerqueira.