Deputado entrará com ação judicial após retirada de mictórios de sanitários da Uefs

O deputado estadual Leandro de Jesus (PL-BA) afirmou em uma coletiva de imprensa, realizada na sede do partido em Feira de Santana na tarde desta segunda-feira (17), que pretende judicializar uma ação contra a reitoria da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) após a retirada de mictórios dos sanitários da instituição para uma reforma, no início do mês.

Segundo o deputado estadual, uma denúncia foi oficializada desde o dia 3 de junho, solicitando à instituição respostas sobre o objetivo da retirada dos mictórios, o que até o momento, não aconteceu.

“No dia 3 de junho eu enviei um ofício a universidade, uma vez que recebemos essa denúncia que foi feita, e é claro que o nosso papel de parlamentar também é fiscalizar o estado como um todo, inclusive as universidades, como no caso da Uefs e nós oficiamos e não recebemos até então nenhuma resposta. No ofício nós questionamos o motivo da reforma, o projeto final dessa reforma e se porventura quem são esses grupos supostamente que se sentem ofendidos, prejudicados com a presença dos mictórios dentro dos banheiros”, disse.

Ainda conforme Leandro de Jesus, como não houve retorno por parte da universidade, ele decidiu vir à Feira de Santana e fiscalizar a situação, o que foi comprovado de que os mictórios ainda estavam descartados no campus.

O deputado também contou que tentou contato presencial com a reitoria da Uefs e também não conseguiu.

“Hoje estivemos lá para fazer a inspeção e, de fato, ao visitar esses banheiros masculinos, nós constatamos que todos eles estão sem os mictórios. Foram visitados pelo menos seis banheiros, fomos também a reitoria, mas não fomos atendidos pela reitora mesmo eu me apresentando como deputado, mesmo informando que estava ali para uma inspeção, mesmo alegando de que não fomos informados através de um ofício e se negaram a nos atender, não apresentaram nenhum preposto da reitora para que pudesse esclarecer os fatos. Procuramos também órgãos internos responsáveis pela reforma e também todos se recusaram a falar, apenas apontando para a reitoria, que seria responsável por disponibilizar qualquer tipo de informação. A situação é difícil e o grande questionamento que se deve fazer é porque a reitora não se propôs a esclarecer”.

Conforme Leandro de Jesus, a retirada dos mictórios é também uma questão de saúde, segurança pública e política, e que é dever da reitoria responder aos questionamentos.

“Existem banheiros masculinos e femininos e cada um utiliza o seu. Os múltiplos gêneros cada um usa o seu espaço e inclusive a gente fala do banheiro feminino, que precisa existir apenas para a mulher, para proteger a própria mulher, então estamos falando de uma questão de saúde, segurança pública e mais do que isso, um interesse da sociedade. A reitora ou quem quer que seja não é dona da universidade, é um espaço público, voltado para a educação. Constatamos também que se trata nesta universidade uma ideologia, porque por onde nós passávamos, nós víamos de figuras da esquerda, ou de figuras do Lula e associados colados por todo o lugar, então o que é a universidade hoje? É voltada para o ensino, ou voltada para uma ideologia? Essa pergunta a reitora também tem que responder. Se a universidade também tivesse várias imagens de Bolsonaro, será que seria tratado da mesma forma? Onde está a democracia?”.

A Psicóloga Rocheane Rocha, que oficializou o pedido ao deputado Leandro de Jesus, também falou ao Acorda Cidade. Segundo ela, quando foi informada de que os mictórios da universidade foram retirados, a notícia causou revolta à população.

“Recebemos uma denúncia de que haviam sido retirados todos os mictórios do banheiro masculino e tinham jogado os mictórios em um terreno baldio dentro da Uefs mesmo. Fui lá e vi que realmente estavam lá, fiz o vídeo onde os mictórios estavam e as denúncias que a gente recebeu eram de alunos, funcionários e professores da Uefs que não podiam usar os mictórios porque todos foram retirados. Eu fiquei sem acreditar que aquilo estava acontecendo. Não consegui contar quantos mictórios são, mas em cada módulo há banheiros e em cada banheiro, quatro mictórios, então não tiveram o bom senso de deixar um ou dois mictórios”, frisou.

A psicóloga finalizou ainda reforçando que a retirada dos sanitários gerou constrangimento a estudantes e funcionários da instituição e que a situação precisa ser resolvida e esclarecida através da direção da universidade.