Foi realizado durante toda esta quinta-feira (10) na Fundação Jhonatas Telles de Carvalho, localizada no bairro Conceição, em Feira de Santana, mais um Campeonato de Dominó, para deficientes visuais. O projeto foi promovido pelo Centro de Apoio Pedagógico ao Deficiente Visual (CAP-AD), que já acontece há 10 anos no município.
“Há quase 10 anos que a gente já vem fazendo esta competição, só parou mesmo no período da pandemia, mas todos os anos a gente incentiva esta modalidade, inclusive a gente quer trazer agora para o estado, um esporte que é o dominó adaptado para pessoas com deficiência visual, um dominó comum, mas que eles utilizam do tato para poder jogar. Eles irão consultar as pedras através do tato. Eles escolhem as duplas por afinidade, este é um ambiente deles, que infelizmente lá fora são excluídos, mas aqui eles sempre serão incluídos”, informou ao Acorda Cidade o diretor do Centro, Fabrício Silva Santos.
Segundo ele, algumas regras foram adicionadas para que todos possam participar.
“Como muitos são de fora e para que todos possam participar, nós criamos algumas regrinhas novas, determinamos um tempo, até mesmo para estimular o pensamento mais rápido, porque muitos deles já estão fazendo vestibular e precisam de uma habilidade mental. A professora Ana Lúcia é da área de matemática, e nós aproveitamos para utilizar os cálculos mentais no dominó, porque quem joga dominó, sabe que precisa contar, montar as estratégias e a gente quer criar esta ideia para os nossos alunos também”, disse.
Além dos alunos de Feira de Santana, existem também participantes das cidade de Irará e Coração de Maria. Segundo Fabrício, os alunos possuem entre 13 até 80 anos de idade.
“Nós temos aqui alunos da cidade de Irará, Coração de Maria, Serrinha, toda esta região que abarca o município de Feira de Santana, além das diferentes idades que temos aqui. São jovens com seus 13, 14 anos de idade, até senhoras com 80”, pontuou.
Trabalhando desde o ano de 2017, Fabrício destacou em entrevista ao Acorda Cidade, que não existem dificuldades em ensinar para uma pessoa que possui deficiência visual, e enfatizou a grande inteligência que eles possuem.
“Aqui em Feira de Santana eu estou trabalhando desde 2017, no ano passado eu me tornei diretor da instituição, mas posso dizer que não é difícil, muito pelo contrário, é prazeroso porque a resposta é muito rápida. Eu até me emociono em falar sobre isso, porque infelizmente estas pessoas são excluídas da sociedade, mas hoje nós temos alunos na Uefs, alunos no IFBA de Serrinha, alunos na UniFTC, então é uma grande alegria ter este retorno”, disse.
Ele comentou também há várias atividades comuns do dia a dia que as pessoas com deficiência visual fazem.
“A maioria aqui por exemplo, usam smartphone, e muitas pessoas acham que é mais por questão visual, porém existe um programa auditivo. Tem aluno aqui que está digitando, ouvindo música, conversando no WhatsApp, as pessoas precisam entender que eles apenas não enxergam, mas antes da doença, existe uma pessoa ali. Hoje eles podem viajar de um estado para o outro, se relacionam, pegam carros por aplicativos, então a pessoa sempre vem antes, a deficiência é algo que vem depois”, concluiu.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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