Feira de Santana

Curto-circuito na rede elétrica assusta moradores; desesperada mãe joga filho do primeiro andar nos braços da tia

A proporção do curto-circuito foi tão grande que os moradores acharam que residências poderiam pegar fogo.

Andrea Trindade

Moradores da Rua Concórdia, no bairro Caseb em Feira de Santana passaram por um momento desesperador na noite de quarta-feira (19) durante um curto-circuito na rede elétrica, causando diversas explosões. Para proteger o filho de três anos, uma mulher que estava no primeiro andar de uma residência chegou a jogá-lo nos braços da tia.

A proporção do curto-circuito foi tão grande que o agente de vendas e entregador, Gabriel Espinola, achou que a residência dele seria incendiada. Na rua diversos moradores gritavam, pendindo para as pessoas saírem de casa.

“Foi uma situação desesperadora não só para mim, mas para toda a vizinhança. Esse incêndio na rede elétrica tomou maiores proporções quando chegou em frente à minha casa porque tem um poste no passeio com aquela caixa transformadora. Quando o fogo chegou aqui começou a ter pequenas explosões e todo mundo gritando para que todos saíssem de casa, todo mundo ficou muito preocupado. Foi muito desesperador”, disse o morador ao Acorda Cidade.

Ele contou que no momento do curto-circuito a esposa e o filho estavam em casa e, que com medo de haver incêndio na residência, ela tomou a decisão de lançar o filho pela janela do fundo.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“No momento tinha duas pessoas na minha casa: minha esposa e meu filho. Quando o fogo tomou proporção maior, já estava praticamente na varanda da minha casa. Então, minha esposa apelou para a tia dela que mora aqui embaixo e aí pediu para ajudar naquele momento. Ela jogou a criança da janela que fica na parte do fundo da casa, e a tia, que por sinal nem firmeza no braço tem, conseguiu sustentar a criança de três anos de um lugar muito alto. Eu nem sei explicar, foi Deus mesmo que nos ajudou naquele momento. O incêndio já estava praticamente dentro de casa. A tia está com escoriações no braço e no rosto e a criança com escoriações nos braços porque a janela não era tão larga a ponto de ter espaço suficiente”, contou afirmando que a casa não foi atingida.

Ele acredita que o curto-circuito poderia ter sido evitado se a Coelba tivesse ido ao local fazer uma ligação solicitada há mais de um ano e na oportunidade seria possível observar que a fiação precisava de manutenção.

Fotos: Ed Santos/Acorda Cidade

“No meu ponto de vista o que causou esse incêndio foi o descaso da empresa responsável pela manutenção. Minha casa foi construída recentemente, e a gente pediu a ligação da energia, mas a empresa informou que não poderia fazer a ligação porque a rede estava muito próxima e precisa de reavaliação. Mandaram uma equipe aqui e disseram que entre 30 ou 60 dias iriam efetuar o serviço, e esse serviço já tem um ano e meio sem ser feito. Minha casa está pronta e eu não posso morar porque está sem energia. Eu moro de favor na casa de baixo. Se eles estivessem vindo fazer a ligação da minha energia, eles poderiam ter observado que há um equipamento com defeito e realizado o reparo. Graças a Deus não houve uma tragédia, isso poderia matar uma família", relatou o morador.

A equipe da Coelba já esteve no local e informou, por meio de nota, que a interrupção foi provocada por pipa enroscada na rede elétrica .

A Coelba informa que foi normalizado o fornecimento de energia na Rua da Concórdia, no bairro Queimadinha, após interrupção provocada por pipa enroscada na rede elétrica, na noite desta quarta-feira (19). Os técnicos da Coelba atuaram rapidamente e os 105 consumidores que tiveram o serviço interrompido foram normalizados às 22h26.

A Coelba alerta sobre os riscos de empinar pipas próximo da rede elétrica. Além de prejudicar o fornecimento de energia, pode colocar a vida de pessoas em risco. No mês de julho a concessionária registro um aumento de 50% no número de ocorrências em relação ao ano passado.

No dia 10 de julho, cerca de 18 mil clientes ficaram sem energia no bairro SIM por quase de três horas, após o rompimento de um cabo provocado por uma pipa que ficou enroscada na fiação.

O risco de empinar pipas próximo da rede elétrica é acentuado pelo uso do cerol aplicado à linha, que se torna um condutor de energia por conter raspas de vidro e pó metálico adicionado à cola. Ao tocar na fiação, a linha da pipa pode ser energizada e provocar o choque elétrico. As pipas também, ao se enroscarem nos fios elétricos, podem provocar curto-circuito, ocasionando, inclusive o rompimento de cabos, como ocorreu no bairro SIM.

A Coelba adverte que, em caso de pipas presas em postes ou na fiação, as pessoas jamais devem tentar retirá-las. Apenas profissionais da concessionária de energia estão devidamente autorizados e capacitados para se aproximar da rede elétrica. A orientação é para que a população entre em contato com a Coelba através do telefone 116 (a ligação é gratuita).

Algumas dicas para soltar pipas com segurança:

· Não soltar pipas/arraias perto da rede elétrica. A linha pode conduzir a energia e provocar queimaduras.

· Escolha lugares abertos e espaços livres, como praias, campo de futebol, praças e parques.

· Se a pipa enroscar nos fios, não tente retirar.

· Não use material ou fio metálico para fazer pipas, pois conduzem eletricidade.

· Os “temperos” das linhas, feitos com vidro moído, também são extremamente perigosos, pois podem cortar os fios elétricos.

· Atenção com motos e bicicletas. A linha pode ser perigosa para quem dirige estes veículos.

 

 

 

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
 

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