Ter uma mente saudável, principalmente, no mundo globalizado e acelerado, no qual vivemos, não é uma tarefa tão fácil. Sabemos que a correria do dia a dia muitas vezes nos afasta dos detalhes e da apreciação do viver e do momento presente.
Por isso, é tão importante termos válvulas de escape, ou seja, meios e ferramentas focadas no autocuidado e no equilíbrio e controle das nossas emoções. Foi pensando nisso, que o projeto A Voz da Avenida surgiu na Avenida Fraga Maia, em Feira de Santana.
“Ano passado eu passei uns quatro meses com problema de ansiedade e a minha válvula de escape foi justamente escrever, Deus colocou um desejo em meu coração de levar isso para outras pessoas. O que me tirou dessa situação foi justamente ler, escrever e nesse intuito de levar essa ferramenta para outras pessoas o projeto foi criado”, relatou o vendedor de consórcio, Manoel Mota de Carvalho.
Conforme o Manoel Mota, a ideia do projeto nasceu em seu coração, com o objetivo de levar mais esperança para as pessoas.
“Essa ideia nasceu no meu coração e está dando certo, porque eu tenho certeza que foi com o aval de Deus, que Deus colocou esse desejo no meu coração. Antes eu ficava com vergonha de ir, e pensava se isso não era coisa da minha cabeça, até que um dia eu fui. E graças a Deus, Ele tem acrescentado muito nesse projeto e muitas pessoas estão sendo abençoadas, inclusive já fiz amigos, por meio desse projeto, pessoas que fazem parte do meu ciclo de amizade e eu tenho certeza que vai crescer muito ainda. O objetivo do projeto é estar ali aos sábados e levar um ponto de esperança para as pessoas. Tem pessoas que falam: ‘Manoel, meu dia hoje tava tão triste, mas quando eu passei aqui, pude ver que existem pessoas boas e meu dia mudou; eu senti esperança, senti força para caminhar’, e o objetivo é exatamente esse, levar esperança e desenvolver nas pessoas o hábito de ler, escrever, parar um pouco e conversar,” destacou.
Como acontece
O projeto é realizado sempre aos sábado pela manhã, na Avenida Fraga Maia.
Todos os sábados, na Fraga Maia, na região da saída da rua ACM, à esquerda. Chego às 7h e fico até às 10h. Você vai lá, para tomar um cafezinho, bate um papo, escreve um pouco, leva um livro para ler e tira um pouco desse aceleramento que nós vivemos no dia a dia, a gente parar um pouco para refletir e conversar sobre assuntos diversos. Eu levo uma mesa com livros variados, cafezinho, água e um caderno para as pessoas pararem um pouco, conversarem, escreverem seu pensamento do dia e aqueles que gostam de algum livro têm a possibilidade de levar o livro para ler e depois devolver e pegar outros livros para fazer mais leituras. E o detalhe é que na mesa eu coloco uma placa: ‘Grátis: café, conversa e leitura’, descreveu Manoel ao Acorda Cidade.
Manoel Mota revelou ao Acorda Cidade que em média possui 40 livros na mão de pessoas que passam por ali e pegam o livro para devolver após a leitura.
“O atendimento diário, com pessoas que passam pelo projeto gira em torno de 20 a 30 pessoas por dia. No projeto, eu levo livros de assuntos gerais, livro de desenvolvimento pessoal, literatura cristã, romance, literatura clássica brasileira, literatura grega, tem livro para todo o gosto, para todo mundo ficar satisfeito. Tenho também livros para o público infantil, porque no meu projeto, eu também recebo doação de livros. As pessoas tanto pegam para ler e devolver, como elas também doam,” disse.
Expansão do projeto
“Tenho o desejo de fazer uma ação maior, inclusive um amigo meu de Minas Gerais, copiou esse projeto lá em Minas. Tenho viagens marcadas para outros estados e quero fazer esse projeto nos pontos turísticos, como em Salvador, no Farol da Barra para que mais pessoas conheçam e levem essa ideia para outros lugares, para que este projeto alcance mais vidas.”
Manoel disse ao Acorda Cidade que não pensa em parar com o projeto.
“Pretendo continuar com este projeto, estou muito feliz por estar aqui, por esse apoio. Isso tem sido um aconchego, um afago, primeiramente para mim que sou presenteado com esse projeto, e para outras pessoas que têm ido participar,” concluiu.
As informações são do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
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