Laiane Cruz
Neste domingo (10) teve início a Semana Santa e com isso a movimentação no Centro de Abastecimento de Feira de Santana está intensa com a procura dos clientes pelos ingredientes tradicionais para a massa do caruru, peixes variados, e outros alimentos típicos da celebração de páscoa.
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade
As barracas estão abastecidas e é possível encontrar uma variedade de produtos no entreposto comercial. A expectativa dos comerciantes é que, mesmo com a elevação dos preços dos tradicionais itens de Páscoa, as vendas melhorem ainda mais nesta próxima semana.
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade
A vendedora Valdineia dos Santos Silva comercializa produtos que são muito procurados para a Semana Santa, como o camarão e o amendoim. Em entrevista ao Acorda Cidade, ela reconhece que os preços elevaram e os clientes estão reclamando, mas não deixam de comprar.
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade
“A gente não tem opção e passa os produtos por um valor que seja acessível, mas que também possa ter o nosso ganho, nosso retorno, pois já compramos com o preço alto, e a única alternativa é o cliente levar a mercadoria. Com fé em Deus, o movimento vai melhorar. Vamos manter o mesmo padrão de preços, mas não vai ter aumento e vamos fazer uma promoção, dar um desconto para o cliente. Produto, preço, qualidade e um bom atendimento tem à vontade”.
Outra comerciante, Adriana Trindade, informou que o seguimento de peixes sofreu reajuste, mas não foi muito e alguns peixes considerados mais caros estão sendo pouco trabalhados.
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade
“Houve aumento com relação ao ano passado, mas depende do peixe. Tem peixe aí que a gente não está trabalhando muito esse ano, porque teve aumento, por exemplo, mercadoria importada estourou muito. É o salmão, o bacalhau de salgado, merluza argentina, merluzão. O cliente acha, infelizmente a gente tem que ter, porque o cliente procura, mas teve um aumento sim. O meu salmão, eu só trabalho com o salmão premium, que hoje custa R$ 85 o quilo. Teve um ano aqui que vendemos o salmão de R$ 48 o quilo”, avaliou a comerciante.
Mas, segundo ela, há diversas opções mais baratas também. “A tilápia está de R$ 16, a corvina congelada está de R$18, a gente vai ter o vermelho, que teve um aumento e está de R$50, vou ter o robalo e por aí vai, vai ter vários tipos de peixes. Hoje a peixaria Trindade está investindo no diferencial, a gente tem o nosso peixe fresco, onde a gente faz a posta do peixe e congela, embala a vácuo, então mantem a qualidade e a garantia do produto. O produto congelado que vem de fora a gente não sabe o que está comprando, então estamos saindo dessa indústria, e estamos produzindo o nosso produto”, explicou.
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade
Na barraca do comerciante Valdemiro Santos, conhecido como Nem do Camarão, também houve aumento de preço, mas ele garante que os clientes estão levando mesmo assim, afinal são produtos que não podem faltar na mesa da Semana Santa.
“O camarão pistola está de R$ 45, o tradicional está de R$ 30 e o de água doce, o miudinho, está por R$ 25. A castanha teve aumento e está custando R$ 60 o quilo e R$ 30 o litro. Já o amendoim está saindo por R$ 20 o quilo e R$ 10 o litro. Temos também a farinha para vatapá, a partir de R$ 10 o quilo, o azeito por R$ 12 o litro, leite de coco por R$ 8, e o gengibre R$ 2. E temos outras iguarias aqui, que fazemos por um precinho, e o cliente sai satisfeito”, anunciou.
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade
Na opinião dele, as vendas não estão como em outros anos, mas como a pandemia melhorou, a procura está elevada.
“Espero que a partir desta segunda-feira em diante as vendas melhorem mais. Os clientes reclamam dos preços, mas compram, porque de qualquer maneira, já é uma tradição. O pessoal se assusta com preço da castanha, mas vão comprar. Estou aqui preparado, de braços abertos para receber os clientes, e tenho certeza que o fluxo vai ser grande, porque o brasileiro sempre deixa tudo para a última hora. Felizmente a gente tem tudo, e estou com as quatro barracas abertas. Eu tenho PIX, cartão, e cliente amigo leva até de boca”, brincou.
Morador do Conjunto Maria Quitéria, Edson Almeida Souza foi ao Centro em busca dos ingredientes para o vatapá e caruru da Semana Santa.
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade
“Constantemente estou aqui comprando amendoim, principalmente castanha, farinha e camarão, tudo sempre venho comprar aqui. Em casa, nós fazemos a ceia de acordo com a Semana Santa que é o caruru, peixe, vatapá, saladas e etc.”
Mesmo com o aumento de preços, ele considera que dá para comprar de acordo com a situação de cada um.
“Aumento um pouco, mas foi muito pouco, dá para todo mundo comprar o que for necessário. O peixe, eu fui ali agora dar uma olhada e o camarão, o valor está de R$ 28. É continuar comprando normalmente, por exemplo, a batata que é mais ou menos, o camarão seco que pode ser, tranquilamente, o amendoim, tudo aí é tranquilo. Não pode faltar esses produtos na Semana Santa, de maneira nenhuma, e eu acho que o preço está bom”, considerou.
A profissional de saúde Elaine Brito também não achou os preços dos produtos do caruru tão elevados, a não ser a castanha. Mas, disse que não tem como fazer substituições.
“Estou levando castanha, amendoim e camarão. Até agora os preços estão normais. O caruru precisa de tudo que estou levando, mesmo se estiver mais alto o valor. A única coisa que aumentou um pouco foi a castanha, mas não foi esse aumento todo”, afirmou.
A decoradora Susana Magalhães também foi ao centro hoje fazer pesquisa de preços, porém garantiu que irá levar todos os ingredientes necessários para a massa do caruru, mesmo com os preços mais altos.
“O quiabo está caro, saindo a 25 reais o centro. O camarão e a castanha também. A única coisa que está com preço melhor é o amendoim. Mas não vou substituir porque o caruru tem que ter esses produtos, temos que fazer a pesquisa e comprar.”
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.
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