Criatividade

Coronavírus: motorista de aplicativo desenvolve cabine de acrílico que limita contato com passageiro

No mês de março, devido à pandemia do coronavírus, ele parou de trabalhar, pois se sentia inseguro, já que transportava os pais idosos diariamente em seu veículo. Foi então que surgiu uma ideia.

Daniela Cardoso

Atualizada às 15h

Em tempo de pandemia, mudança na rotina e distanciamento social, muitas categorias profissionais estão sofrendo os impactos econômicos. Para tentar driblar esses impactos e seguir uma rotina de trabalho saindo às ruas todos os dias, e também garantir a segurança, o motorista de transporte por aplicativo Érico Dutra de Matos, 53 anos, usou a criatividade.

No mês de março, devido à pandemia do coronavírus, ele parou de trabalhar, pois se sentia inseguro, já que transportava os pais idosos diariamente em seu veículo. Foi então que surgiu uma ideia: construir uma cabine de acrílico no veículo. Desse modo, limitaria o contato com os passageiros.

“Fiquei parado, sem transportar passageiros, com medo de transmitir pra eles, então orei a Deus que me desse sabedoria e discernimento e um certo dia cheguei em casa e minha mãe perguntou se eu tinha visto um rapaz que enrolou o carro com um saco plástico para se proteger. Naquele momento eu lembrei que já fiz parabrisa de avião em acrílico. Pensei em fazer a cabine, então comecei a desenhar e acabei fazendo a cabine para proteger o motorista e também os passageiros. Dessa forma me sinto mais seguro. A cabine fica toda fechada com uma pequena portinha para receber o dinheiro sem muito contato”, explicou ao Acorda Cidade.

Além disso, ele se preocupou em ter outros cuidados básicos de higiene. No veículo, possui álcool em gel para os passageiros higienizarem as mãos e uma vasilha com água e detergente. Assim, contou ao Acorda Cidade, sempre que deixa um passageiro, passa um pano com esse líquido nas maçanetas para só depois pegar outro passageiro.

Fabricação e custos

Para tirar o projeto do papel, Érico afirma que demorou apenas quatro dias. Primeiro ele tirou as medidas do veículo e foi ajustando a cabine até ficar pronta. Já o investimento, o motorista informou que ficou em torno de R$ 500, já que gastou apenas com os materiais.

“A mão de obra foi minha e gastei entre 300 a 400 reais com o acrílico e mais 120 reais com o transporte do material. É um investimento que vale muito a pena e estou fazendo a cabine para outros motoristas também. Se alguém quiser, pode ligar para o número (75) 9 9134-0484 e entrar em contato comigo.”

Passageiros aprovam iniciativa

A funcionária pública Vera Lúcia Teixeira de Almeida aprovou a experiência de viagem no carro de Érico.

“Gostei muito, a ideia é muito criativa, a gente não tem muito contato e serve de experiência para outros motoristas. Nunca tinha visto isso antes. Além disso, tem álcool gel no carro e ele está de parabéns”.

Solução diante de uma dificuldade

Não é a primeira vez que, diante de uma dificuldade, Érico busca uma alternativa no mercado de trabalho. Técnico em eletrônica, técnico em aeronave e piloto de avião por hobby, ele trabalhava em uma fábrica de aviões em Feira de Santana, até que veio a demissão. Foi então que ele resolveu trabalhar como motorista de aplicativo. E colocar a ‘mão na massa’ é com ele mesmo. Dentro dos nove anos em que passou trabalhando na fábrica, Érico teve a oportunidade de fabricar sua própria aeronave.

“O dono da fábrica me vendeu um kit e disse que era pra eu fazer meu próprio avião, passei três anos e meio fazendo essa aeronave que tem capacidade para duas pessoas e tem um espaço para bagagem”, disse.

As informações são do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
 

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