Gabriel Gonçalves
Desmatamento da mata ciliar, queimadas e despejo de esgoto doméstico, são os principais problemas que afetam as nascentes do estado da Bahia.
Em entrevista ao Acorda Cidade, o coordenador do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) de Feira de Santana, Rafael Cordeiro, explicou que o órgão tem como responsabilidade fiscalizar todas as ações que envolvem o meio ambiente, mas destacou que este processo de preservação cabe a toda sociedade.
Rafael Cordeiro | Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
"Eu costumo dizer que a conservação é um dever de todos, e a nossa Constituição da República diz que é uma responsabilidade de todos, essa preservação do Meio Ambiente. Evidente que existem os órgãos públicos responsáveis pelas fiscalizações, nesta defesa e o Inema tem esse papel de fiscalizar, orientar, juntamente com as prefeituras municipais, como forma de articular as ações para a defesa do meio ambiente e consequentemente a conservação", explicou.
Segundo o coordenador, na região do Lago da Pedra do Cavalo, existe a Área de Proteção Ambiental (APA), que visa manter total fiscalização, sobretudo com relação a construções irregulares.
"O Lago da Pedra do Cavalo, envolve aí cerca de 10 municípios ao redor desse espaço que é muito importante tanto ambientalmente, como socioeconomicamente. Essa Área de Proteção Ambiental, já existe há bastante tempo como fiscalização da gestão ambiental. Essa fiscalização é feita por nós, pelo Inema através da nossa unidade de conservação, mas também em parcerias com as prefeituras, onde é necessário que haja um equilíbrio, uma sustentabilidade, uma área da preservação sustentável. Infelizmente existem algumas construções irregulares, temos a questão do descarte irregular do lixo, esgotamento no entorno do lago, mas volto a destacar, é de suma importância, a fiscalização por parte da própria sociedade em conjunto com o poder público, conservar cada vez mais o meio ambiente", disse.
Com relação aos desmatamentos, o coordenador Rafael Cordeiro, destacou que o Inema está recebendo constantes denúncias. Segundo ele, existem duas modalidades deste processo, o que pode causar um impacto significativo no meio ambiente.
"Nós estamos recebendo constantes denúncias de desmatamentos, sempre encaminhamos nossa equipe para verificar o local e muitas vezes o desmatamento está ocorrendo de forma irregular. Existem os desmatamentos que ocorrem de forma ordenada, de forma licenciada, mas quando não é aprovada, existe o impacto significativo no meio ambiente. O que podemos sempre observar, é que quando a gente maltrata a natureza, ela própria se reverte contra aquele que está fazendo mal à natureza. Então é importante que haja essa conscientização, não somente no desmatamento, mas no assoreamento dos rios", afirmou.
Inema Feira de Santana | Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
A Unidade Regional de Feira de Santana é responsável por 96 municípios. De acordo com o coordenador, uma das principais dificuldades enfrentadas pelo órgão, é a falta de estrutura disponibilizada.
"As dificuldades sempre existem. A nossa unidade regional é responsável por 96 municípios aqui no entorno de Feira de Santana e aqui temos a nossa sede principal, chamada Portal do Sertão. Nós trabalhamos aqui como todo órgão que trabalha com fiscalização, com uma estrutura que é sempre menor do que gostaríamos. Por ser um órgão fiscalizador do meio ambiente, infelizmente é impossível estar em todos os locais ao mesmo tempo. As prefeituras assim como o Brasil inteiro, possuem poucas estruturas para estes serviços, mas o que a gente verifica no dia a dia, infelizmente, é a boa vontade de se realizar a proteção do meio ambiente sem o apoio da população e com isso dificulta ter resultados positivos", concluiu.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade