Feira de Santana

Coordenador do Cidem Feira é convidado para participar de simulado de desastre em massa no Japão

Em entrevista ao Acorda Cidade, Jeidson Marques contou um pouco da experiência, que, segundo ele, começou com uma aproximação em 2017, quando participou de um evento da Interpol em Singapura.

Acorda Cidade

Atualizada às 20:08

O coordenador do Congresso de Desastre em Massa (Cidem), de Feira de Santana, professor Jeidson Marques, está participando de um simulado de desastre em massa no Japão. Ele está em Feira de Santana e retorna para o Japão nesta terça (22). Em entrevista ao programa Acorda Cidade, Jeidson Marques contou um pouco da experiência, que, segundo ele, começou com uma aproximação em 2017, quando participou de um evento da Interpol em Singapura.

“Lá eu dei uma palavra sobre o Cidem, projeto de Feira de Santana, que realizamos desde 2014 com simulados de desastres. Essa continuidade de projetos nos levou a esse convite pelo grupo da Interpol. A partir disso eu conheci as pessoas do Japão da Ásia. A princípio eles ficaram admirados, queriam se aproximar do projeto e a partir dali começaram a acompanhar e pediram para participar do simulado aqui em Feira. Fui ao Japão, dar uma palestra para o governo Japonês, o comitê olímpico, peritos, professores, universitários, etc. Ficaram encantados com o projeto, quiseram participar e é gratificante um evento de Feira de Santana sendo representado nas olimpíadas do Japão, que é um país de destaque”, afirmou.

Segundo ele, uma professora do Japão, que também é expert na área de terremotos e desastres, veio como representante à Feira de Santana e ficou encantada com o projeto. Ela fez filmagens e levou para o Japão. Depois Jeidson Marques foi convidado como um estrangeiro e especialista em treinamento e desastre e participou de planejamentos, mostrando o resultado do terceiro Cidem, que foi considerado o maior do mundo.

“De lá pra cá eles começaram a nos consultar, e esse diálogo tem sido diário. Foi uma experiência incrível. Primeiro que eu fiquei encantado com o respeito, nunca fui tão bem tratado em um lugar, passei quatro dias e eles ficaram admirados com nosso projeto, realmente valorizaram. Fui cumprimentado pelo governador da região, vários prefeitos foram à comitiva onde eu estava no setor de perícia, enfim, quiseram saber de tudo e foi uma interação bacana”, disse.

O coordenador do Congresso de Desastre em Massa (Cidem) de Feira de Santana falou ainda sobre a organização do simulado realizado no Japão, que segundo ele, foi bastante espelhada na de Feira. Mas ele destaca a alta tecnologia existente no país.

“Vimos uma alta tecnologia, de forma suave eles conseguem impressionar. Eles têm uma tecnologia de facilidade, um exemplo dos drones, que aqui só temos dois, lá tem vários, com uma tecnologia bem mais avançada. Em 2011 houve um grande terremoto e tsunami no Japão, e na área que ocorreu o planejamento morreram cerca de 2 mil pessoas, área de praia, e uma destruição imensa, vimos navios em cima de prédios. A água chegou a 30 metros de altura e depois disso eles quiseram mostrar o quanto de resiliência e capacidade de recuperação para aquela área, que está nova. Fizeram um estádio de Rugby e estreia em setembro com um mundial. O treinamento foi ocorrido numa área que para eles foi muito triste, trazem lembranças muito tristes, e através disso você via a emoção e o envolvimento presente nas pessoas. Foi o maior treinamento acontecido no Japão, baseado no nosso projeto”, destacou.

O professor Jeidson Marques informou que o processo é contínuo de troca de experiências entre Brasil e Japão. Ele afirmou que esteve no Japão há seis meses e que representantes japoneses vieram para o Brasil. Outros encontros serão realizados, mas não necessariamente no Japão.

“Em maio pretendemos estar em Singapura, na sede da Interpol, para mostrarmos os resultados. Em julho está agendado outro treinamento no Japão e até lá nós vamos discutindo o que deve ser executado e o que precisa melhorar. Essa semana estarei nos Estados Unidos para uma reunião a respeito do projeto, e hoje em dia com as redes sociais fica fácil de se comunicar com vários países. O projeto está muito além do Brasil, está sob influência do mundo”, afirmou.

Sérgio Aras, assistente técnico de segurança do trabalho do projeto Cidem, destacou que o Japão veio para Feira de Santana principalmente pelo fato do realismo que consegue se fazer nas operações do Cidem em Feira de Santana. Ele informou que 500 vítimas maquiadas se apresentaram no simulado de agosto na Casa do Menor e que esse foi o grande motivo de todos os países estrangeiros ficarem admirados com o simulado.

“Em operações internacionais, as pessoas usam bonecos em razão da legislação e por ter que fazer um seguro de vida com valor alto. O Cidem têm resultados práticos. A primeira questão é o plano de auxílio mútuo, que vai reunir todas as empresas, indústrias, entidades policiais, exército, etc. A segunda vitória, nós utilizamos o tema transporte rodoviário de produtos perigosos e já estamos negociando com o secretário para oferecer a Fetrabase (Federação Bahia e Sergipe de Transporte), que inclui cargas perigosas. Feira de Santana poderá ganhar um estacionamento de veículos de produtos perigosos evitando que o veículo se desloque à zona urbana e criando uma dificuldade de fiscalização. E o terceiro fato é que nós estamos tentando uma negociação direta com a empresa Suatrans para trazer o centro de atendimento à emergência que fica em Camaçari e nós entendemos que Camaçari não é local adequado para isso e trazer para Feira. Você poderia baldear tanto a BR-101 como a BR-116 numa facilidade de tempo resposta muito mais rápida e obviamente em Camaçari já tem a própria estrutura das empresas que fariam frente à situação de emergência”, afirmou.

Cidem 2019

O professor Jeidson Marques informou que o Cidem 2019 está em fase de amadurecimento, com discussão de data, entre outros detalhes. Possivelmente o tema do será “Riscos Urbanos”.

“Estamos discutindo se fica para o final desse ano ou para o início do ano que vem. Um evento desse porte é grande e o pós-evento dá muito trabalho. Estamos felizes, mas é um projeto que ainda falta parceria. Tivemos 14 países, e a despesa foi grande. Há quatro anos atrás, quando houve o acidente da Airfrance, eu já acompanhava os casos de acidentes pelo mundo. Esse acidente mostrou que o Brasil precisava se alinhar com os protocolos internacionais. Ali eu vi, como um especialista, que deveria contribuir com isso. Os treinamentos cresceram e nós pretendemos continuar com esse projeto”, concluiu. 

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