Covid-19

Consultor de segurança relata o drama da família que precisou se afastar devido a pandemia

A esposa dele foi selecionada para trabalhar em dois hospitais da cidade, diretamente com pacientes infectados pelo coronavírus.

Ney Silva e Rachel Pinto

A pandemia do coronavírus (Covid-19), além causar mais de mil mortes por dia só no Brasil, e ter afetado milhares de empresas em todo o planeta, também causa dramas familiares. O consultor de segurança, Jair Menezes, morador de Feira de Santana, está sofrendo com essa situação. A esposa dele, é enfermeira e trabalha em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Eles resolveram se afastar dos filhos e também estão evitando contato um com o outro para evitar um possível contágio.

Jair contou que a esposa foi selecionada para trabalhar em dois hospitais da cidade, diretamente com pacientes infectados pelo coronavírus. De acordo com ele, depois disso, o casal resolveu levar os dois filhos para a casa da avó, também aumentar os cuidados em casa e evitar ter muito contato.

Para o consultor de segurança, essa decisão apesar de ser a mais prudente no momento, também tem sido muito difícil, principalmente porque é muito grande a falta que a família sente de conversar, estar perto, abraçar, beijar e demonstrar o afeto.

“Por questão de consciência, nós resolvemos levá-los para a casa da avó e graças a Deus eles têm essa oportunidade de estar com outra pessoa responsável ao mesmo nível. Eu e minha esposa ficamos em casa, mas estamos em quartos separados para evitar a contaminação pela doença. Não é fácil. Mesmo usando a máscara, usando o álcool gel, o cloro, o sabão com água corrente. Quando eu chego em casa eu tomo banho na área fora da casa, lá eu deixo as roupas para serem desinfectadas, lavadas e isso acontece diariamente. É uma situação muito delicada, estamos em isolamento e isso dói muito porque eu não sei mais que dia que eu vou poder abraçar meus filhos. Transmitir pelo abraço, o amor que a gente sente. Seja pelos os filhos, a esposa, os pais, irmãos e amigos. Nós brasileiros temos realmente afeto e pelo abraço , transmitimos amor”, disse em entrevista ao Acorda Cidade.

Jair declarou que fica triste quando vê que muitas pessoas negligenciam o isolamento social e vão passear, frequentar locais públicos e fazem aglomerações. Ele frisou a importância das pessoas saírem de casa somente quando houver necessidade e para aqueles que precisam sair para trabalhar, que se protejam, usem a máscara e fiquem atentos à higienização.

“Outro dia eu passei na Avenida Fraga Maia e vi bares com a porta fechada, seguranças na porta e recebendo clientes. Com som ligado e as pessoas se reunindo. Será que as pessoas só vão entender quando perderem um parente? É preciso fazer o isolamento. A gente sabe que o isolamento é hoje o melhor fator que tem para tentar evitar a doença. Nós precisamos sair para trabalhar, senão o país vai quebrar. Mas, quem puder, fique em casa. Se tiver que sair saia de máscara, de luva, leve o álcool gel e lave as mãos. Ter que se apartar de um ente querido é muito dolorido. Mas, em contrapartida me fortalece muito mais para que eu possa realmente usar a minha consciência e cuidar de mim e de meu próximo. Eu não posso olhar só para mim, tenho que olhar para o próximo, seja meu cliente, meu amigo”, concluiu.

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