Feira de Santana

Conselho vai acompanhar inquérito que apura crime de racismo em anúncio de emprego

Proprietário do estabelecimento disse que não tinha conhecimento do teor do anúncio publicado na rede social.

Acorda Cidade

Na última quarta-feira (20), exatamente na data que foi celebrado o Dia da Consciência Negra, uma denúncia de racismo relacionada a um anúncio de uma vaga de emprego chegou ao conhecimento do Conselho Municipal de Comunidades Negras e Indígenas (Condecni). O anúncio foi publicado na rede social Facebook e trazia a seguinte mensagem: Contrata-se atendente de lanchonete, com experiência e de pele clara…”.

Na tarde desta terça-feira (26) os membros do Condecni se reuniram para discutir as ações junto ao caso. A entidade, que tem caráter fiscalizatório, é composta por 18 membros, sendo 9 da Sociedade Civil e 9 representando o Governo Municipal. O advogado do Conselho, Albertone Amorim, informou que inicialmente o Condecni vai acompanhar o andamento do inquérito policial que já foi instaurado.

"O dono do estabelecimento negou a autoria do anúncio e ele próprio procurou a Delegacia de Polícia e registrou o BO (Boletim de Ocorrência), onde ele pede que todas as providências sejam adotadas. No momento, o Conselho vai acompanhar o inquérito policial, junto a autoridade policial que vai presidir o inquérito e, ao final, quando for concluído o inquérito, o Conselho então vai se mobilizar para ver qual será sua posição do ponto de vista jurídico", pontua.

O advogado explica que o anúncio se configura como crime de rascismo. "Não foi um crime de injúria racial porque o anúncio não era dirigido a uma pessoa, mas à toda raça negra, à todos os negros, todos os pardos e mulatos", salientou Albertone. Ele acrescenta que "quando alguém comete um crime de racismo, está cometendo um crime contra a humanidade".

A presidente do Condecni, Lourdes Santana, conta que logo após ter conhecimento do anúncio esteve pessoalmente no local, e se apresentou como candidata a vaga de emprego. "Quando cheguei já estava uma menina negra pedindo essa vaga e ele [o proprietário] disse que não tinha. No momento que cheguei, disse que era concorrente dessa vaga, estava de indumentária afro e tudo mais, ele foi um pouco grosso. Depois eu me identifiquei, ele se acalmou e conversamos", exlica Lourdes.

Durante a conversa, o proprietário do estabelecimento disse que não tinha conhecimento do teor do anúncio publicado na rede social. "Descobrimos que uma cunhada dele tinha conhecimento, mas a mesma não o informou por achar que 'não daria em nada', nas palavras dela", relata Lourdes.

As informações são da Secretaria de Comunicação de Feira de Santana

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