Um homem com mais de um século de vida segue esbanjando alegria e sabedoria em Feira de Santana. Nascido em 1918, em Alagoinhas, ele veio ao mundo em um momento em que o Brasil enfrentava a devastação da gripe espanhola e o impacto do fim da Primeira Guerra Mundial. Sua vida é marcada por uma trajetória de realizações, superando desafios e atravessando gerações com vitalidade. Com uma visão clara e espírito positivo, ele compartilha experiências que poucos tiveram o privilégio de vivenciar. Esse homem é Sr. Adaucto de Lima Santos, de 106 anos.
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De lá para cá, Adaucto viveu por diversos eventos históricos e transformações sociais. Ele passou pela Segunda Guerra Mundial, a Ditadura Militar Brasileira, o retorno da redemocratização, o desenvolvimento urbano das cidades e a chegada das tecnologias que hoje nem são tão atuais, como a televisão.
Esses inúmeros fatos fazem parte da memória de Adaucto, momentos que ele plenamente se recorda bem nos seus bem vividos 106 anos. Em entrevista ao Acorda Cidade, Sr. Adaucto conversou sobre sua vida, a trajetória e deu dicas para chegar à longevidade lúcido, orientado e funcionalmente independente. Criado em uma família de cinco irmãos, ele nunca se casou, nem teve filhos. No último dia 6 de setembro toda a família se reuniu para celebrar à longevidade dele.
Ele lembra que aos 10 anos foi morar em São Paulo no Colégio dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria para se tornar padre, mas a saudade da mãe que havia falecido fez ele retornar para casa.
Adaucto não seguiu os caminhos da fé, mas se tornou um artista de mãos cheias. Ele é compositor, músico, pintor, artesão e poeta, profissões essas que ele faz questão de manter até os dias de hoje. São os ofícios que ele aprendeu “sem curso nenhum”, como destacou.
“Já fui quase pedreiro, assentando tijolo. Pintor eu não sou de curso. Mas fiz alguma coisa que eu podia mostrar”.
Uma de suas paixões atuais é tocar as 25 peças do seu teclado para toda a família ouvir. Ele toca um pouco de tudo, inclusive, o hino nacional. “Aprendi sozinho, na intuição”, contou.
Formado em um curso de literatura, Adaucto é autor de um livro de poesias com 82 sonetos.
“Eu sou um rapaz que eu tenho muito cuidado com minha vida, não como certas coisas. Não tomo café. Faz uns três anos que eu tomo Nescau. E eu descobri que café faz um pouco de mal. Não me sinto mal, mas o café é um carvão líquido. O café vem do pé esverdeado, quando se torra fica preto”, alertou.
Além do gosto pela música, a fé é uma das suas companhias. Na sua rotina diária tem espaço para rezar, para ler e para assistir programas televisivos.
Com muita sabedoria, Sr. Adaucto conta que para viver bem, lúcido, por 106 anos, ele não tem segredo. A vida foi tratando de passar e lhe concedeu permanecer nela por muitos e muitos anos.
“O segredo não tenho porque é uma coisa misteriosa. A vida é a coisa mais misteriosa que existe. Eu tenho cuidado comigo. Só tomo banho morno. Eu descobri que o que faz mal ao brasileiro é café e banho frio. Eu não sou médico, mas descobri que isso é dos fatores essenciais contra a vida da pessoa”, declarou.
Um conselho que ele dá aos mais jovens é “procurar se formar e fazer a coisa que mais gosta” para viver bem, plenamente e quem sabe, chegar também aos 106 anos com saúde, disposição e independência para viver mais 100.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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