A cidade baiana de Feira de Santana, situada a 108 quilômetros da capital Salvador, encontra-se na fronteira do Recôncavo Baiano, uma região que historicamente possuía as melhores pastagens que atraíam vaqueiros e compradores, transformando-se num território de passagem de boiadas e comércio de gado.
📲 😎SEJA VIP: Siga o canal do Acorda Cidade no WhatsApp e receba as principais notícias do dia.
Além de ser conhecida como Portal do Sertão ou Princesinha, a cidade também é denominada como Sant’Ana dos Olhos d’água abrigando três das principais bacias hidrográficas da Bahia: Pojuca, Jacuípe e Subaé, onde se encontram inúmeras lagoas e mais de 50 nascentes.
Pensando nessa importância, destacamos abaixo uma lista das principais lagoas e o seu posicionamento em áreas urbanas da cidade. Abaixo também será possível observar a distribuição de lagoas em alguns distritos de Feira de Santana.
- Lagoa Campestre, no bairro Alto do Papagaio
2. Lagoa Salgada I, na Avenida Noide Cerqueira
3. Lagoa Real, no bairro Novo Horizonte
4. Lagoa Juca Campêlo, no bairro Santo Antônio dos Prazeres
5. Lagoa João Pequeno, no bairro Santo Antônio dos Prazeres
6. Lagoa Grande, no bairro Parque Getúlio Vargas
7. Lagoa Dona Maninha, no Parque da Cidade
8. Lagoa do Subaé, no bairro Subaé
9. Lagoa do Prato Raso, no bairro Queimadinha
10. Lagoa do Mundéu, no bairro Novo Horizonte
11. Lagoa do Geladinho, no bairro Baraúnas
12. Lagoa do Fausto, no bairro Alto do Rosário
13. Lagoa Vargem Grande, no bairro Feira VII
14. Lagoa do Chico Maia, no bairro Mangabeira
15. Lagoa do Cachorro, na Estrada de São José
16. Lagoa do Bom Viver, no CIS, BR-324
17. Lagoa do Bog, no bairro Mangabeira
18. Lagoa de Santo Antônio, no bairro Santo Antônio dos Prazeres.
19. Lagoa de Berreca, no Jardim Brasil
20. Lagoa das Arengas, na Estrada da Terra Dura
21. Lagoa da Prainha, no bairro Alto do Papagaio
22. Lagoa da Pindoba, no bairro Novo Horizonte
23. Lagoa da Pedreira, no bairro Conceição II
24. Lagoa da Marafonda, no CIS, BR-324
A realidade das lagoas de Feira de Santana se transformou muito ao longo dos anos, uma riqueza natural que com o tempo vem sofrendo com a ação humana por conta da contaminação de seus mananciais ocasionada pela falta de saneamento básico, devido ao crescimento imobiliário e sua expansão, que na maioria das vezes, ocorre de forma irregular penalizando as lagoas.
Conforme um artigo publicado em 2023, no 20º Congresso de Meio Ambiente de Poço de Caldas, “A importância da educação ambiental no ensino básico: Lagoas urbanas de Feira de Santana”, cerca de 65% das lagoas do município estão situadas na zona rural, e possuem um regime intermitente, isto é, em grande proporção do anos permanecem secas.
Já no perímetro urbano, existem as cinco lagoas principais: Lagoa Grande, Lagoa Salgada, Lagoa Subaé, Lagoa da Taboa e Lagoa da Pindoba. A lagoa Salgada, que é a maior do município, sofre graves impactos de aterramento com a criação de novas construções e também com o recebimento de esgoto e descarga de lixo doméstico.
Distritos
Lagoa Café com Leite, distrito de Jaíba
Lagoa Grande de São José, distrito de Maria Quitéria
Lagoa do Tanque Grande, distrito de Ipuaçu
Lagoa dos Patos, distrito de Maria Quitéria
Lagoa da Agulha, distrito de Jaguara
Lagoa da Formosa, distrito de Ipuaçu
Lagoa de Dú, distrito de Ipuaçu
Lagoa do Arcanjo, distrito de Bonfim de Feira
Lagoa do Brás, distrito de Ipuaçu
Lagoa de Poções, distrito de Humildes
Conforme o ambientalista e diretor de Planejamento e Educação Ambiental do município de Feira de Santana, João Dias, as lagoas desempenham um papel crucial na regulação da temperatura da cidade.
“Aqui na sede, nós temos cerca de 25 lagoas e temos mais de 50 nascentes. Esses corpos hídricos são muito importantes para regular a temperatura aqui da cidade. É necessário requalificar a maioria das lagoas que muitas estão ocupadas de forma inadequada e estão assoreadas, assoreadas quer dizer aterradas. E requalificar uma lagoa depende de uma equipe que nós chamamos de multidisciplinar”, disse.
Falhas na Lagoa Grande
Segundo João Dias há falhas na requalificação da Lagoa Grande, também conhecida como lagoa do jacaré, uma delas foi a ausência da criação de uma ilha artificial.
“Os jacarés são animais ectotérmicos, ou seja, os humanos são endotérmicos. Nosso corpo regula a temperatura através do metabolismo do corpo. No caso dos répteis, como o jacaré, ele precisa do calor do ambiente externo, por isso os jacarés hoje estouram as telas que estão nos riachos da lagoa e entram no bairro Rocinha. Então, quando eu falo da requalificação de nossas lagoas, como é o caso da Lagoa da Noide e Lagoa Salgada 1, a maior lagoa da área urbana de Feira de Santana, é preciso fazer um trabalho com carinho, fazer uma sondagem para ver como está a água, retirar o assoreamento, que é a terra que está na bacia lacustre”, explicou.
Além disso, o ambientalista também frisou ao Acorda Cidade que não é correto a colocação de qualquer espécie de árvore no entorno de uma lagoa.
“Precisa colocar no entorno árvores específicas de mata ripária, Ingá, que tem várias espécies, Gambeleira, Figueira de leite, Angelim, Quixaba Branca, Eugênio, Maria Preta, entre outras. Não se pode colocar qualquer árvore no entorno de uma lagoa, esse foi outro problema da requalificação da Lagoa Grande”, alertou.
Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram