Realizado em 2022, o concurso da Polícia Civil da Bahia teve o provimento de 1.000 vagas, sendo 150 para delegado, 150 para escrivão e 700 vagas para investigadores. Deste total, 1.316 pessoas foram aprovadas, mas apenas 924 foram convocadas para as próximas etapas eliminatórias, que incluem teste de aptidão física, exame psicotécnico e investigação social. Agora, o prazo de validade do concurso está chegando ao fim e ainda existem 392 candidatos em cadastro reserva aguardando convocação.
Em entrevista ao portal Acorda Cidade, a concurseira Ana Carolina, que realizou o concurso da Polícia Civil e encontra-se no cadastro reserva, explicou que ela e outros colegas estão aguardando uma resposta do Governo em relação à convocação.
“Qualquer concurso público é natural a gente ter baixas e ausências. Então a partir do momento que o pessoal que está nas vagas imediatas vai perdendo e se ausentando, dá o direito a gente, que está no cadastro reserva, de adentrar o concurso. A gente tá pleiteando a convocação do cadastro reserva como um todo, porque é a forma mais econômica, vão ter baixas, inclusive no cadastro reservas, então a forma mais célere para os cofres públicos seria justamente a convocação de todo mundo”, pontuou.
No Estado da Bahia 44.133 pessoas se inscreveram no concurso. “Desses apenas 1.316 foram aprovados, ou seja, foi um número muito pequeno em relação à quantidade de vagas que tinha”, disse.
Ana Carolina afirmou que há apoio político para a causa, incluindo deputados estaduais, sindicatos de policiais civis e órgãos como o Departamento de Planejamento e Administração e Finanças, a Acadepol e a Procuradoria Geral do Estado.
“Deputados estaduais e todo mundo que estamos explicando o nosso pleito tem demonstrado entender e compreender a situação, e a Polícia Civil possui esse déficit de servidores muito grande; os sindicatos também dos policiais civis que sabem como é essa realidade; o Departamento de Planejamento e Administração e Finanças também já emitiu um parecer favorável a nossa convocação; a Acadepol; a Procuradoria Geral do Estado, então falta mesmo a gente está pleitando essa convocação por parte do governador”, salientou.
Segundo Ana, o concurso possui validade até novembro.
“A gente emitiu um ofício. Enviamos para o governador e agora estamos aguardando o retorno”, frisou Ana.
Elisângela da Silva, outra candidata, destacou a importância da convocação para fortalecer a Polícia Civil, que, segundo ela, sofre com um déficit de servidores.
“A gente acredita muito que a nossa causa vai chegar ao propósito final que é a convocação dos aprovados em cadastro reserva, principalmente, porque a gente tem ao nosso favor o apoio político, todos se solidarizam com a nossa causa, porque realmente quem tá de longe e perto consegue ver o drama da Polícia Civil, hoje com pouquíssimos servidores. Estamos vendo novas propostas como a que teve recentemente sobre as Delegacias da Mulher funcionarem 24h e a gente não têm servidores para dar plantão nas delegacias. A gente tem a inauguração de várias delegacias e não há servidores para atuar nelas. Nós estamos esperançosos, em nome dos 392 aprovados que estão hoje no cadastro reserva aguardando a convocação para as demais etapas e nós estamos esperançosos que vamos conseguir. O que a gente quer é somar e servir, por uma Polícia Civil mais forte e com um quadro de servidores ativos em maior número para poder atuar na segurança pública da Bahia que está precisando muito e que hoje é um dos estados mais violentos. A gente conta com o apoio do governador nessa autorização para que a gente possa estar agregando”, abordou.
Dos 924 convocados para as demais etapas, atualmente 817 estão na próxima etapa do concurso, indicou Elisângela. “De 817 a gente ainda tem quatro etapas eliminatórias, ou seja, a gente precisa da convocação do cadastro reserva, senão a proposta do governo que é convocar 1.000 novos servidores não vai se efetivar”.
No cadastro reserva há 392 candidatos aprovados.
“Ainda que ocorra a convocação de todos esses servidores, a Polícia Civil ainda continua com um défict muito grande, então a gente conta com a sensibilização, e com um olhar para a segurança pública para que a gente consiga o sucesso no nosso pleito. Não há ilegalidade de convocar o cadastro reserva, porque está no edital”, assegurou Elisângela.
O servidor público Mateus Dantas, de 25 anos, relatou ao Acorda Cidade que se identificou com a área policial após se formar em Direito e por isso fez o concurso para delegado.
“Atualmente temos 480 cargos vagos para delegado somente, então é de suma importância que haja convocação do cadastro reserva. Não fomos convocados para o TAF que é algo incomum nos concursos policiais e vão haver baixas nos exames médicos, nos cursos de formação e além de já termos esses cargos vagos para delegado, nós temos na Polícia Civil um efetivo muito velho de pessoas que já deram entrada na aposentadoria, ou já cumpriram todos os requisitos para poder se aposentar, que é um direito delas. Então para garantir a continuidade do serviço público é de suma importância a convocação, para suprir uma parte dessa carência de delegados, especificamente. E nós estamos buscando esse direito para somarmos na sociedade, e ajudar a Administração Pública no intuito de cumprir princípio da eficiência, economicidade, em vez de fazer um novo concurso com novas baixas, sendo que temos um concurso em andamento com cadastro reservas”, concluiu.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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