O Movimento de Organização Comunitária (MOC) completa neste ano, 55 anos de atuação, buscando contribuir na transformação da vida das pessoas e na luta por um sertão justo.
Para comemorar mais de meio século de existência, o MOC receberá uma série de homenagens nos territórios de atuação, como o Portal do Sertão, Bacia do Jacuípe e Território do Sisal. No mês de setembro, será realizada a ‘Jornada MOC 55 anos: Nossa Caminhada por um Sertão Justo’.
Na tarde desta sexta-feira (29), foi realizada na sede do MOC, situada no bairro Cruzeiro, em Feira de Santana, o lançamento da Jornada. Em entrevista ao Acorda Cidade, a coordenadora geral, Célia Firmo, destacou alguns desafios que o Movimento encontra.
“A gente reflete muito a necessidade da pessoa em se entender enquanto o sujeito de direito, isso é algo muito importante, porque muitas vezes, a pessoa vive em situação de insegurança alimentar, em situação de vulnerabilidade. A gente vive agora um momento de muita fome, de muita miséria, então a tendência é que essas pessoas não se enxerguem enquanto sujeitos de direitos, e com isso acabam não lutando com esses direitos, até porque o próprio Santo Agostinho falava que onde há fome, não há cidadania. Então as pessoas acabam entendendo que elas não são merecedoras de receber os seus direitos, e com isso não buscam meios para melhorar a sua qualidade de vida a partir do direito que o Estado tem por obrigação”, informou.
De acordo com a coordenadora, o MOC possui pouco investimento, principalmente pelo poder público.
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“O MOC se reinventa a cada dia, hoje por exemplo, nós temos aproximadamente 50 pessoas, mas nós já tivemos aqui, uma equipe com cerca de 200 pessoas, mas este número vem sendo reduzindo por conta da falta de recursos para que possamos atuar nos municípios. O MOC tem muito o apoio da Igreja Católica, apoio de recursos internacionais, e muito pouco do Governo Federal. Atualmente, não temos nenhum projeto em parceria com a União, apenas com cooperação internacional, projetos com o Governo do Estado, mas ainda assim, são poucos. É importante que fique claro, que o MOC é aberto para fazer parcerias com o poder público, com empresas, sociedade civil, inclusive nos dois últimos anos de pandemia, nós tivemos uma campanha aqui, ‘Tempo de cooperar’, e nós conseguimos doações para materiais de limpeza, de higiene e conseguimos doar cerca de 7 mil cestas básicas para as famílias durante um ano”, enfatizou.
Ainda segundo Célia Firmo, o MOC possui parcerias com diversas prefeituras, com exceção do município de Feira de Santana.
“Nós temos várias parcerias com prefeituras municipais, porém elas não possuem uma atuação de financiar projetos diretamente, então são parcerias através de projetos no campo, com a formação de educadores e educadoras da rede pública municipal, onde temos uma parceria também com a Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), mas infelizmente não temos a parceria com a Prefeitura Municipal de Feira de Santana. Não conseguimos ainda esta abertura com a Secretaria Municipal de Educação, mas isso não impede de realizar projetos em comunidades, mas é importante que as prefeituras possam abrir esse tipo de diálogo com o nosso Movimento”, concluiu.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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