Amor de Mãe

Como o coração de uma mãe, Orfanato Evangélico de Feira de Santana acolhe crianças há 73 anos

É ressaltando a importância desse amor verdadeiro, que os colaboradores do orfanato sempre realizam alguma ação no Dia das Mães.

Orfanato Evangélico de Feira de Santana
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Se tornar mãe é um papel que não vem apenas de uma gestação. O ato de amar, cuidar, proteger e abençoar a vida de uma criança, de um filho, pode ser realizado de muitas maneiras, entretanto, todas elas devem ser levadas com respeito, carinho e as responsabilidades para serem consideradas maternidade. Pensando nisso, o Orfanato Evangélico de Feira de Santana (Ceacre) preenche todos os requisitos de quem é uma grande mãe coruja que trabalha para proteger e fazer a felicidade dos seus filhos. 

Fundado em 16 de outubro de 1950, quando quatro crianças ficaram órfãs e foram acolhidas em um casarão, a instituição sem fins lucrativos tem o objetivo de acolher, cuidar e apoiar crianças em vulnerabilidade, assim como, é um agente importante que consagram novas famílias toda vez que uma criança encontra um lar seguro para morar.

Orfanato Evangélico de Feira de Santana
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Presidindo o orfanato filantrópico há 25 anos, Maria Jaci Pereira falou ao Acorda Cidade sobre o funcionamento da instituição, o acolhimento das crianças, além de reconhecer a importância da sociedade que colabora com o trabalho desenvolvido.

Orfanato Evangélico de Feira de Santana
Maria Jaci Pereira | Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Acolher, educar, instruir. O principal objetivo nosso é ajudar a cuidar de vidas. A função é essa, cuidar do ser humano, dar assistência, educar, ensinar a criança o caminho que deve andar para que quando ele crescer, não se desvie dele”, disse.

Atualmente o espaço tem a capacidade de atender 20 crianças e adolescentes, mas Jaci afirma que todos que chegam são atendidos. São pessoas abordadas e localizadas pelos Conselhos Tutelares da cidade e que chegam à unidade através do órgão ou da Vara da Infância.

“Elas chegam e só permanecem aqui com a guia do CNJ, o Conselho Nacional de Justiça, expedido através do juiz local. A lei fala que elas têm que ficar até dois anos. Mas aqui não pode ficar mais de seis meses. É sair antes dos seis meses; por isso, é rotativa a entrada e saída”, explicou.

Orfanato Evangélico de Feira de Santana
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Jaci, que também dirige a instituição, explicou que crianças que estão em vulnerabilidade social são as que chegam ao orfanato, sendo imprescindível resolver a situação de fato, buscando um lar acolhedor e seguro para abraçar a criança ou adolescente.

O membro mais novo do orfanato é uma bebê de apenas seis meses. A casa já colaborou com adoções de outros bebês.

“A lei diz que nós temos que ter logo uma solução para o caso da criança, que a criança merece uma família. No máximo dois anos. São pessoas que estão em ruas ou até em casas, mas em vulnerabilidade. É dado o direito de vir visitar (dos responsáveis, pais biológicos), agora é estudado o caso, se ela pode ou não continuar com a criança”, revelou. 

Orfanato Evangélico de Feira de Santana
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

É importante ressaltar que um lar aconchegante e acolhedor se faz com um ambiente seguro, mas sobretudo, com pessoas dispostas a cuidar, amando e contribuindo com o desenvolvimento delas.

Orfanato Evangélico de Feira de Santana
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

O Orfanato Evangélico é mantido através das igrejas da Assembleia de Deus da Bahia (Ceadeb), presidida pelo pastor Valdomiro Pereira da Silva e pela população feirense que sempre chega com doações.

“A comunidade tem um carinho especial e é o reconhecimento público que nós temos como uma obra que faz um trabalho social para o município, na verdade, nós fazemos um trabalho social que ajuda as vidas aqui, mas ajuda todo município. Eu quero só agradecer a toda a comunidade, todos os que vêm visitar, ajuda aos irmãos que cooperam, que oram, a todos que abraçam esta obra com carinho”, relatou.

Segundo Jaci, atualmente, o governo federal não tem nenhuma participação nas despesas da instituição. Ela explicou o motivo. 

Orfanato Evangélico de Feira de Santana
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Rejeitamos a verba do governo federal, não porque tivemos problema com a conta, não é assim, mas porque você bota funcionário, vai atrás, se você faz uma cotação e é muito problema. Você bota hoje no comércio algo para o governo federal e quando for daqui a seis meses que a verba chega aquele material não é mais o mesmo preço, não tem como executar a obra com mais do mesmo preço. Tem também funcionário ficando três, quatro meses não é bom para nós. A direção daqui do Ceacre entende que eles podem manter sem essa ajuda”, revelou.

O município tem participado através dos Conselhos Tutelares, dos Cras e Creas, além dos serviços de vacinação, Posto de Saúde, funcionalidades disponíveis na rede municipal. Ainda conforme a presidente, todos os funcionários da entidade são mantidos com carteira assinada.

Orfanato Evangélico de Feira de Santana
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Todas de carteira assinada, CLT. O salário pago pela igreja, no dia 5 o salário está na conta, inclusive, todos os técnicos, psicólogo, assistente social, todos também são pagos pela igreja, então o município só faz ajudar nos serviços de saúde, educação, da rede de apoio à criança e adolescente”, acrescentou. 

Amor de Mãe

Filho é algo que vai dar ‘trabalho’ até o último suspiro de uma mãe. Esse trabalho é exaustivo, porque toda mãe que deseja ser verdadeiramente mãe, sempre vai carregar consigo aquela preocupação constante de se tudo está bem na vida deles. E isso não leva em consideração idades, nem cor, nem nada. Só o amor e a dedicação que há em se amar genuinamente alguém.

É ressaltando a importância desse amor verdadeiro, que os colaboradores do orfanato sempre realizam alguma ação no Dia das Mães, na perspectiva de levar aconchego, atenção aos filhos do coração que compõem a casa. 

“É muito importante porque você vai mostrar para essas crianças que tem quem cuide, então, hoje nós não chamamos mães sociais, mas temos as cuidadoras que são pessoas que estão capacitadas para tomar conta dessas crianças, transmitir para essa criança o carinho de mãe, o jeito de mãe, o cuidado de mãe, de alimentar, de vestir, de estar ali, de ensinar”, destacou Jaci ao Acorda Cidade.

Orfanato Evangélico de Feira de Santana
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Para quem deseja se tornar uma mãe adotiva esse processo pode ser complicado, mas não é impossível. É preciso realizar o cadastro na Vara da Infância para entrar na lista de adoção nacional. Esse cadastro é mantido sob segredo de justiça.

Para quem quiser contribuir com o orfanato podem entrar em contato através do número (75) 99273-7304  ou pelo Instagram @orfanatoevangelico.

O Orfanato Evangélico fica localizado na Rua Conselheiro Pena, nº 1800, bairro Tomba. 

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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