Desempregada há cerca de seis meses, a auxiliar de cozinheira Ana Carla dos Santos, de 36 anos, está em busca de uma oportunidade no mercado de trabalho, em Feira de Santana. Além da profissão que já exerceu, buscou neste período em que está parada se qualificar fazendo outros cursos e ampliar as chances de conseguir um emprego de carteira assinada ou até mesmo uma vaga temporária neste final de ano.
Ana Carla dos Santos se dirigiu também à Casa do Trabalhador para atualizar o seu cadastro. Em entrevista ao Acorda Cidade, ela afirmou que o mercado de trabalho está competitivo e se o profissional não se atualizar pode ficar para trás.
“Eu vim buscar uma vaga na área como atendente de telemarketing, auxiliar de cozinheira, o que estiver disponível e se encaixar no meu perfil, e também vagas temporárias, se surgir como vendedora. O que aparecer no mercado de trabalho. Tenho experiência comprovada na carteira”, afirmou.
Segundo Ana Carla, ela possui características que são essenciais para um candidato conseguir uma vaga.
“Eu sou uma pessoa muito proativa, comunicativa, tenho espírito de trabalhar em equipe, que isso é essencial no mercado de trabalho, e sei desenvolver o que mandar fazer. As vagas temporárias, por exemplo, acabam movimentando a geração de empregos e desafogam muito. Enquanto não vem o fixo, a gente vai trabalhando no que aparece e pode ser efetivado. O mercado de trabalho está muito competitivo, e se a gente não tiver cursos vai ficando para trás. Eu procurei me atualizar e estou em busca. Tenho vários cursos de telemarketing, informática, atendimento ao cliente, que o mercado hoje exige”, destacou.
A trabalhadora aproveitou ainda a oportunidade para informar o seu telefone pessoal e se colocou à disposição para entrevistas de emprego. “Meu telefone é (75) 99123-8322”, completou.
O diretor da Casa do Trabalhador de Feira de Santana, Fábio Souza, destacou que neste período muitas pessoas vão ao local em busca de vagas temporárias.
“As vagas temporárias são aquelas abertas no mercado de trabalho para atender a demanda das festas de final de ano, como Natal e Réveillon. O comércio tem aumento do movimento, e os comerciantes contratam essas pessoas para atender essa demanda. No entanto, essas vagas, muitas vezes, acabam se tornando vagas permanentes, porque a depender do desempenho do colaborador, o empresário vê que é um bom servidor e acaba contratando permanentemente”, afirmou.
No entanto, até o momento as ofertas no órgão em sua maioria são para trabalhos fixos com carteira assinada. Fábio Souza acredita, porém, que daqui para a frente novas oportunidades também deverão surgir, pois o comércio está contratando.
“A Casa do Trabalhar atende mais às vagas permanentes. Por exemplo, este ano só temos duas vagas para temporários, mas isso não quer dizer que o comércio não esteja contratando. Essas vagas ficam disponíveis nas próprias empresas ou na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), e a gente acredita que a oferta esteja justamente no comércio e setor de serviço. Acredito que mais vagas vão chegar à Casa do Trabalhador, temos um número considerável de vagas abertas. Para se ter uma noção, esse ano tivemos 6.789 novas contratações. Entre admissões e demissões, tivemos um saldo positivo, e a tendência é que no ano que vem isso venha a aumentar cada vez mais”, apostou o diretor.
Para ele, quanto às vagas temporárias, como são para atender o comércio, os comerciantes buscam pessoas experientes na área. Mas o perfil de quem procura é o mais variado, pois quem está desempregado tentar conseguir o que aparece.
“Mas para o comércio, os contratantes querem um perfil específico. A gente pede que o trabalhador se qualifique na área que exerce. Venha à Casa do Trabalhador com Carteira de Trabalho, RG, CPF, faz o cadastro e se tiver um trabalho com perfil já sai daqui encaminhado para uma vaga de emprego. A gente tem também aqui uma assistente social que dá orientações, recebe algumas pessoas antes de serem encaminhadas, e ela prepara o trabalhador para se submeter às entrevistas”, informou.
O gerente geral da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), André Luiz Andrade Pitombo, salientou que as vagas temporárias vêm para beneficiar o comércio e o empregador de uma forma geral.
“Elas têm uma previsão legal de 90 dias, podendo ser renovadas pelo mesmo período, e é uma oportunidade para quem está buscando o primeiro emprego e o empresário, que precisa contratar mão de obra neste período. Se a gente for comparar com o ano passado, a expectativa de crescimento das vagas para este ano é de cerca de 2% ou 2.2%. Há uma expectativa de criação, a nível nacional, de 107 a 109 mil empregos. Aqui na Bahia, devem ser gerados cerca de 10 mil postos de trabalho”, reforçou.
Os setores que mais contratam nesta época, segundo André Luiz Pitombo, é o comércio varejista, mas com o advento da Copa, que é inusitado para este período, o setor de serviços também cresceu bastante.
“O comércio varejista vem com uma forte atuação desde a Black Friday e agora com o período do Natal. As vagas fixas também têm tido um crescimento. Pudemos perceber desde o auxílio emergencial, que o governo começou a liberar, que há mais dinheiro circulando no comércio, vindo também a abrir novos postos de vagas de empregos, e os índices de desemprego diminuíram ao longo dos meses deste ano. Houve crescimento do fluxo de vendas e postos de trabalho”, comemorou.
O gerente geral da CDL orientou ainda aos jovens que estão buscando emprego pela primeira vez.
“Principalmente os jovens, que estão buscando o seu primeiro emprego, fica a dica de prepararem um bom currículo para ser efetivado, que esse é o período que deve haver essa percepção, que mesmo sendo um emprego temporário, o candidato tem que dar o seu melhor. Se for chamado, dar o seu melhor na sua função, e existe uma grande chance de ser efetivado, pois o mercado costuma absorver”, orientou.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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