Falta de vendas resulta em inadimplência

Comerciantes do Shopping Popular têm fornecimento de energia suspenso por falta de pagamento

Eles alegam que o fraco movimento no local, não está possibilitando honrar com os compromissos.

Gabriel Gonçalves

Atualizada às 16h38

Desde a última sexta-feira (24), alguns comerciantes do Shopping Popular Cidade das Compras, tiveram o fornecimento de energia suspenso por falta de pagamento. É o caso de Maria Eunice de Jesus, que comercializa roupas fitness e tênis no local.

Em entrevista ao Acorda Cidade, Maria Eunice explicou que o fraco movimento no espaço está impossibilitando que os comerciantes possam ter uma renda positiva, seja para levar o 'pão de cada dia', quanto honrar com os compromissos.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

"Nós estamos trabalhando aqui no escuro, tentando ganhar um dinheiro para repor o que estamos devendo, mas infelizmente a gente não vende nada aqui, estamos em um local que ainda está em construção, minhas mercadorias por exemplo ficam sujas e agora este constrangimento de três dias sem energia no meu boxe. Aqui eu vendo tênis, roupas de academia, tento vender um pouquinho de cada coisa para juntar e pagar as contas, vendo produtos pela internet, faço entrega, tudo para tentar uma solução", disse.

Ainda segundo Maria Eunice, pelo fraco movimento no Shopping Popular, tem semana que não é comercializado nenhum produto.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

"Para ser sincera, eu vendo até mais fora do que aqui dentro, porque tem dia que não vendo um real, passo uma semana sem vender. Infelizmente o que estou vendendo não dá para pagar o aluguel, eu fui camelô ali na Avenida Senhor dos Passos por mais de 40 anos, criei meu filho e conseguir levar o pão pra casa, mas aqui não está tendo condições", declarou.

Passando pela mesma situação, Uilton Santos que é lojista e vende camisas de times de futebol, decidiu também incluir lanches, para tentar aumentar a renda.

Segundo ele, ainda não é o suficiente para pagar as taxas de manutenção do empreendimento.

"Eu estou trabalhando aqui no escuro, passando por necessidades, para tentar pagar esse boleto que realmente não tenho condições de pagar. É no valor de R$ 189, já coloquei aqui uma mesa com cafezinho, lanches, junto com as camisas de time, mas realmente não entra muita coisa, no máximo que eu vendo aqui por dia é R$ 10, R$ 20, até R$ 40", contou.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Para o senhor Uilton, é necessário que se tenha investimento no espaço como forma de atrair o público.

"Eles precisam colocar uma casa lotérica, um caixa eletrônico, tudo para movimentar aqui o Shopping Popular e assim a gente ver se consegue vender, porque até agora, não temos nada", afirmou.

De acordo com Elizabete Araújo que também é comerciante e faz parte da Associação em Defesa dos Camelôs, cerca de 100 boxes foram notificados por falta de pagamento.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

"O consórcio está suspendendo o fornecimento de energia por conta da inadimplência que está alta. Recentemente recebemos a informação de um aval, que a concessionária deveria notificar os comerciantes com 45 dias de atraso e realmente tem muita gente aí com dois, três até quatro boletos sem pagar porque não está tendo o fluxo de movimento. Por enquanto que tenho ciência, foram mais de 100 notificações e a partir daí, muita gente correu atrás, pegou dinheiro emprestado para fazer o pagamento, mas quem não conseguiu, está dessa forma aí com o boxe sem a energia", relatou.

Ainda de acordo com Elizabete, uma reunião será realizada para tentar viabilizar mais uma vez o processo de carência para os comerciantes.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

"A carência vence nesse mês de outubro e esta será uma nova discussão que teremos com o prefeito. Vamos fazer uma reunião e rever esse ponto. Então assim, é bem claro que com a inadimplência somente do condomínio, que a gente não consegue dar conta do aluguel, porque não temos os clientes", concluiu.

Em resposta às reclamações dos comerciantes, a concessionária Feira Popular emitiu a seguinte nota de esclarecimento:

A CONCESSIONÁRIA FEIRA POPULAR, elucida, por meio desta nota, informações alegadas por alguns lojistas do SHOPPING POPULAR CIDADE DAS COMPRAS ao ACORDA CIDADE.

Assinalamos que a Sra. Elizabete Araújo não é camelô cadastrada pela Prefeitura e, portanto, não têm titularidade em nenhum dos nossos boxes, não devendo tomar frente de qualquer ação que se refira ao empreendimento, pois, estas, sem o devido cuidado, gera prejuízos à imagem do Shopping Popular diante da sociedade.

A Sra. Elizabete é figura política, já tendo se candidatado ao cargo de vereadora do município, como comprova fotos em anexo. A CONCESSIONÁRIA FEIRA POPULAR S/A repudia veementemente essas atividades de autopromoção em cima do nome do Shopping Popular.

Informamos que a Senhora Elizabete Araújo Oliveira de Jesus não tem legitimidade para se colocar à frente de uma Associação – que, vale ressaltar, não é oficial e também não é reconhecida pela Concessionária Feira Popular S/A.

A Sra. Elizabete Araújo de Oliveira de Jesus, tem promovido ações que provocam perdas e danos ao empreendimento social Shopping Popular Cidade das Compras. Lidera reuniões, promovidas através de uma suposta Associação de Camelôs, muitas vezes nas dependências do espaço comercial em horário de funcionamento, o que compromete o bem-estar de clientes e visitantes.

Além das reuniões, a Sra. Elizabete Araújo também se faz presente em suas redes sociais, emissoras de rádio e televisão, depreciando o Shopping Popular, apresentando problemas inexistentes no empreendimento, construindo uma imagem de insegurança e instabilidade em nosso local comercial, tão bem estruturado e que tão bem dialoga com seus lojistas e clientes.

Informamos que a Senhora Elizabete Araújo Oliveira de Jesus não tem legitimidade para se colocar à frente de uma Associação – que, vale ressaltar, não é oficial e também não é reconhecida pela Concessionária Feira Popular S/A.

No que diz respeito a informação da lojista Maria Eunice de Jesus, que diz ter tido sua energia suspensa por conta de um boleto supostamente pago, não procede. A comerciante encontra-se inadimplente há 119 dias e teve sua energia cortada em função desse descumprimento no pagamento do condomínio. A COELBA não recebe o valor parcial da energia gasta no mês, por isso é importante o pagamento dos boletos no prazo correto. O valor maior que a senhora Maria Eunice cita ao ACORDA CIDADE refere-se aos juros e multas contratuais. Sobre a alegação de estar sem internet, informamos que a mesma solicitou o cancelamento do serviço desde o mês de março deste ano, tendo tido a cobrança do valor referente à este serviço retirada dos boletos subsequentes.

Sobre as mercadorias que a comerciante alega estarem sujas, informamos que não cabe à CONCESSIONÁRIA FEIRA POPULAR manter o controle sobre a higiene de cada box. De outro lado, em todo o Shopping é realizada a limpeza diária, sendo esta uma das despesas do Condomínio.
Ratificamos ainda que antes de efetuar qualquer sanção, a exemplo da suspensão do serviço de energia, notificamos devidamente os lojistas inadimplentes, como rege o contrato entre as partes, e que estas ações só são realizadas de fato diante do descumprimento de pagamento por parte do comerciante.

A CONCESSIONÁRIA, juntamente com a FUNDAÇÃO DOIMO, tomou o cuidado de levar estes pontos à esta Promotoria, para sua respectiva análise, o que foi feito na reunião do dia 24/04/2019, atestado a legalidade dos termos contratuais, assim sendo, continuam válidas todas as sanções.

O lojista Uilton Santos confessa que não pagou o boleto referente ao condomínio, que encontra-se com inadimplência superior a 30 dias, por isso teve o serviço de energia suspenso após ser devidamente notificado. 

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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