Dia do Nordestino

Comerciantes do Mercado de Arte Popular falam do orgulho de ser nordestinos

O Dia do Nordestino referência ao nascimento do poeta, cantor e compositor cearense Antônio Gonçalves da Silva, conhecido em todo o país como o grande Patativa do Assaré.

Nordestinos, comerciantes do Mercado de Arte Popular
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Neste sábado (8), comemoramos o Dia do Nordestino, uma data para celebrarmos os nove estados dessa região encantadora. Todos os habitantes do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe enchem o Brasil de cultura e riqueza em diversidade.

Essa data faz referência ao nascimento do poeta, cantor e compositor cearense Antônio Gonçalves da Silva, conhecido em todo o país como o grande Patativa do Assaré.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

O nordestino Nilton Portela, também conhecido como Nilton Rasta, nasceu no bairro Rua Nova em Feira de Santana, e disse ao Acorda Cidade que ser nordestino é sinônimo de força.

“Nasci na Rua Nova, uma comunidade cultural e nordestina. Essa é a minha referência, que na verdade é a minha alma, porque eu nasci dentro daquilo ali. O nordestino antes de tudo é um forte. Até porque, se você observar toda história do Nordeste… os escritores, músicos, você pode ver que têm uma força muito grande.”

Ele enfatizou que o Nordeste é uma das regiões mais lembradas fora do país.

“Nós somos Terceiro Mundo, se quiserem saber o que é o Brasil precisam ir para outros países, como eu fui. O pessoal daqui é considerado hispânico e latino quando chegam lá fora. Muita gente lá fora nem sabe o que é o Brasil, muitos que sabem falam mais, justamente, do Nordeste, falam do samba, falam da capoeira, da cultura baiana. O Nordeste é mais lembrado do que o Sul do Brasil, só ir lá fora para ver, porque têm referências culturais muito fortes e latentes, inclusive na música popular brasileira. É preciso estudar, e muitos não estudam para saber, e o preconceito é tão grande que acaba sendo maior do que a ignorância,” acentuou o comerciante do Mercado de Arte Popular.

Cordelista Frlakin Maxado
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

O poeta e cordelista Franklin Maxado, nascido em Feira de Santana, relatou ao Acorda Cidade o seu orgulho de ser nordestino.

“Quando eu nasci, Feira de Santana ainda não era Nordeste, era Leste, porque não tinha ainda a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Com a Sudene a Bahia começou a ser Nordeste. Todo o pessoal de Pernambuco, Ceará, a gente chamava de nortistas, e eu sempre convivi muito bem com esses irmãos nordestinos. Quando eu fui para São Paulo, que eu morei lá também, eu convivia muito com cearense, pernambucano, alagoano, lá todo mundo era irmão, por causa da discriminação que todos sofriam,” disse.

Franklin ressaltou sobre a contribuição dos nordestinos para a construção de São Paulo, cidade localizada na região Sudeste do nosso país.

“Lá em São Paulo, foram os nordestinos que pegaram no pesado, e até hoje são os que pegam no pesado. Porteiros, garçons, trabalhador braçal. E os mineiros também que, quando vão para São Paulo, entram no meio dos nordestinos,” contou.

O poeta Franklin Maxado enfatizou ainda que Feira de Santana é como uma São Paulo tendo também a contribuição de muitos nordestinos.

“Temos muitos nordestinos em Feira de Santana, que ajudam também no progresso da cidade. Eu tenho orgulho de ser dessa região, sou descendente de português, e o Nordeste é onde tem mais descendentes de português. No Sul temos descendentes de alemães, japoneses, poloneses, mas não são brasileiros da cepa, como nós nordestinos somos,” frisou.

Cearense que mora em Feira de Santana na Bahia
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

A cearense que vende livros no Mercado de Arte de Feira de Santana, Josefa Maria Oliveira, é nasceu na cidade de Tauá (CE), e mora em Feira há mais de 40 anos.

“Me orgulho com muita honra de ser nordestina. Ser nordestina não é pra qualquer um, me orgulho demais da minha Tauá, do meu Ceará. Fui acolhida primeiro em Pernambuco, quando meus pais me levaram para lá, anos atrás, e depois me trouxeram para Feira de Santana no período de 1979 para 1980, e desde essa época estou aqui em Feira de Santana e não saio daqui por nada. Amo o Nordeste, me casei, tive meus filhos aqui, meus filhos são pais de família, cada um com suas famílias. E eu estou nesta cidade que adotei como minha. Não tem melhor lugar no mundo para viver, a melhor região para mim é o Nordeste… não me arrependo de ter nascido no Ceará, amo ser do Nordeste,” contou Josefa.

Conforme evidenciou Josefa em entrevista ao Acorda Cidade, quem fala mal do Nordeste não tem conhecimento da nossa história.

“Para mim não existe essa questão de dizer que não gosta do Nordeste, para mim o Nordeste é tudo, minha cidade é tudo, onde eu fui acolhida, e me considero meio baiana e meio cearense e por nada na vida eu trocaria o meu estado por outro. Acho que quem fala mal da nossa região, quem fala que o Nordeste é uma região de gente burra, de gente sem estudo, de gente pobre, não tem conhecimento de história, cultura e de quase nada”, destacou.

Leia também:

Dia do Nordestino: mestre em psicologia fala sobre a importância de respeitar a diferença e valorizar a herança de um povo

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.

Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram

Inscrever-se
Notificar de
2 Comentários
mais recentes
mais antigos Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários