A Semana Santa é responsável por aumentar o consumo de alguns alimentos, ligados às tradições católicas e também culturais, como os pescados que substituem a carne neste período de jejum e penitência e os ingredientes ligados à comida baiana que compõem a mesa na tradicional Sexta-Feira da Paixão, celebrada no último dia 29. Após toda essa tradicional movimentação para este período, os comerciantes do Centro de Abastecimento, em Feira de Santana, comemoram as boas vendas. Entretanto, na área do Galpão de Peixes e Mariscos, eles relatam que ainda esperam a limpeza do local.
Na barraca de Josiel de Souza Silva, o Josi do Quiabo, ele considera que vendeu 10% a mais que no ano passado. O quiabo, que chegou a custar em média até R$ 25 o cento, já retorna nesta segunda para o seu preço normal, R$ 15 reais.
Já para Valdemiro Santos, as vendas dos ingredientes como castanha, camarão, azeite, amendoim, entre outros, não foram consideradas tão altas. Comparado ao ano anterior, o vendedor afirma que houve a redução de 30%.
Há 25 anos trabalhando com os pescados, Maria do Socorro da Silva considerou boas vendas este ano. Entre corvina, tilápia, camarão e muitos outros, todos os tipos de peixe vendidos por ela tiveram uma saída significativa.
Apesar das boas vendas, os comerciantes enfatizaram ao Acorda Cidade alguns transtornos que passaram neste período. Segundo eles, não houve limpeza adequada nem foi conversado o fechamento do entreposto na sexta-feira e nos dias seguintes, período segundo eles, considerado crucial para retirar o lucro sobre as vendas.
“A gente trabalha aqui com lixo, como cachorro. Ao passar a sexta-feira santa, ele fechou o centro e proibiu as pessoas de trabalharem e ganharem o seu dinheiro, porque temos o direito de abrir. E a imundice daqui é muito grande porque eles não limpam, quem limpa somos nós. Os esgotos entopem, temos que chamar alguém para limpar. É muito lixo no meio da rua, no meio da água podre. Pagamos nossos impostos justamente para termos nossos direitos. Como é que na quinta-feira à noite ele fecha o Centro de Abastecimento, viaja e só chega segunda pela manhã?”, questionou a vendedora.
Segundo Maria do Socorro, na sexta-feira pela manhã era o momento de aumentar ainda mais as vendas, levando em conta os clientes que chegam atrasados e que só podem ir ao comércio no feriado mesmo.
O vendedor Clóvis Cardino afirma que as vendas foram boas, mas poderiam ter sido ainda melhores se não fosse a data que chegou um pouco mais cedo este ano. Ele também confirmou a falta de limpeza que quase prejudicou as vendas.
“Caiu no fim de mês e o povo está acostumado com o início de abril, poderia ter sido melhor. Também, o povo não estava suportando o fedor. Foi de segunda a sexta, uma semana sem a administração retirar o lixo. Os clientes reclamando, todo mundo com a camisa no rosto. Para reabrir foi a gente, cada um jogando um vasinho de água, mas ainda está sujo, mesmo assim o fedor continua”, disse Clóvis.
O Acorda Cidade buscará um retorno sobre a limpeza e o fechamento do Centro de Abastecimento na Semana Santa com a administração do entreposto.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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