Feira de Santana

Comerciantes da Avenida Fraga Maia fazem abaixo-assinado para implantação de esgotamento sanitário no local

O proprietário de um restaurante precisa arcar com cerca de 3 mil reais em serviços de limpa-fossa todo mês.

Laiane Cruz

Comerciantes da Avenida Fraga Maia, uma das vias de grande movimentação da cidade, com lojas de diversos segmentos, bares, restaurantes, clínicas, dentre outros tipos de comércio, se reuniram para colher assinaturas em um abaixo-assinado contra a falta de esgotamento sanitário do local, que vem prejudicando os empresários.

De acordo com o proprietário de um restaurante e pizzaria, Noide Cerqueira Júnior, ele já está há cinco anos na Fraga Maia e precisa arcar com cerca de 3 mil reais em serviços de limpa-fossa todo mês.

“Eu estou com a Pasterella aqui na Fraga Maia já há cinco anos. A gente abriu na Getúlio Vargas, e com a pandemia a gente teve que reduzir o tamanho do negócio, e nos concentramos aqui na Fraga Maia, uma avenida grande, bonita, movimentada, mas tem uma deficiência grave, que é a falta de esgotamento sanitário. Então por mês eu gasto em torno de 3 mil reais só com limpa fossa, fica um negócio insustentável. Já tivemos o problema da pandemia, que foi um dos grandes gargalos para bares e restaurantes, um problema sério pra gente, que tivemos que funcionar, às vezes, só com delivery, com 20% das vendas, e depois de uma crise dessa, a gente ainda se depara com promessas de investimentos em Feira, e a Fraga Maia provavelmente vai estar inclusa nisso, mas isso é uma promessa antiga. Temos reportagens de 2020 de que a Embasa iria investir em Feira com rede de esgotamento sanitário e que iria cobrir 90% da cidade, mas a gente só vê promessas”, desabafou o comerciante em entrevista ao Acorda Cidade.

Na opinião dele, não são somente prejuízos financeiros que a falta de esgotamento traz para os empresários, mas também a contaminação do solo da avenida, devido ao grande número de estabelecimentos que utilizam fossas.

“É um dejeto que a gente não pode jogar a céu aberto e iria contaminar várias frentes de lojas. E a gente tem um custo altíssimo com limpa-fossa. Se a pessoa ficar parada em frente à minha loja vai ver o caminhão ficar parado de dois em dois dias para levar dejetos e tirar da frente da minha loja. Sem falar na contaminação do solo, pois se todo mundo aqui não tem rede de esgoto, então há uma contaminação imensa”, alertou.

Ele informou ainda que o abaixo-assinado já recolheu 78 assinaturas, e o documento será entregue à Embasa e à prefeitura.

“A gente fez um trabalho de recolhimento de assinaturas principalmente dos comerciantes da Fraga Maia, temos 78 assinaturas. Vamos encaminhar esse abaixo-assinado à Embasa, que é a empresa responsável por fazer essa obra de esgotamento e vamos encaminhar também para a Secretaria de Serviços Públicos de Feira, para que ela juntamente com a Embasa, faça essa obra, que a meu ver não tem grande dificuldade porque a Fraga Maia é circulada por bairros que já têm rede de esgoto. Uma obra barata e que será de grande benefício para a cidade como um todo”, afirmou.

A empresária Ana Almeida confirmou que a minha situação é antiga e trouxe grandes problemas para os empreendimentos dela.

“Já estou aqui há 18 anos. Já tive grandes problemas com isso em cozinha industrial de restaurante, padarias, e inclusive acabei fechando uma padaria ano passado, que abri uma delicatessen, e não tinha como nós funcionarmos por conta dessa situação. Quando vi o custo que eu teria por conta dessa limpa-fossa, e inclusive era todos os dias que o limpa-fossa vinha, pois eu fornecia para todo o setor de saúde de Feira de Santana, isso me causou muito problema a ponto de desistir desse comércio. Hoje aluguei salas, tínhamos 18 inquilinos, que perdi alguns, porque estou repassando o custo para eles e não estão gostando, porque está encarecendo o aluguel das salas. Então isso já vem há muito tempo e está na hora das autoridades tomarem uma providência, porque a Fraga Maia já não é mais a avenida de 15 anos atrás”, reforçou a comerciante.

Ainda conforme Ana Almeida, o comércio na Fraga Maia é grande, de bares e restaurantes, que são os que mais consomem água.

“A multidão aqui é muito grande, e as autoridades precisam voltar os olhos para aqui. O custo é alto e estamos numa pandemia e quanto mais gastarmos com coisas que não deveríamos estar gastando isso só vai dificultar mais a situação do comerciante. As autoridades têm que vir até aqui fazer o que é preciso, que é o saneamento básico. Como Nóide falou, vários bairros próximos aqui tem, e por que não a Fraga Maia, por que só maquiar? Uma avenida linda dessa, que aos olhos de todos é perfeita, mas nós que estamos aqui sofremos. Perfeito para os outros, mas quem está dentro é que sabe o que está passando.”

Ao Acorda Cidade a Embasa informou que a Avenida Fraga Maia ainda não dispõe de rede de esgotamento sanitário operada pela empresa.

“Em locais onde não existe rede pública de esgoto, os imóveis devem dispor de soluções individuais para lançamento dos efluentes. A Embasa já iniciou os trabalhos para ampliação do sistema de esgotamento sanitário de Feira de Santana, em consonância com o que está previsto no contrato de programa assinado com a Prefeitura Municipal em 2021. A meta é ampliar a cobertura com coleta e tratamento de esgotos, passando do patamar atual de 68% para mais de 90% da cidade nos próximos anos. Nesse contexto, já estão sendo desenvolvidos projetos/estudos para implantação do serviço de esgotamento na região da Av. Fraga Maia”, informou.


Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.
 

Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia

Inscrever-se
Notificar de
0 Comentários
mais recentes
mais antigos Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários