Gabriel Gonçalves
Desde o dia 5 de janeiro, novos pontos de embarque e desembarque de passageiros do Transporte Regular Intermunicipal foram instalados em Feira de Santana. Logo na primeira semana de mudança, os motoristas e passageiros, alegaram a insatisfação das novas rotas que estão sendo feitas.
Pouco mais de uma semana após esta determinação, os comerciantes também identificaram a queda no movimento onde existiam os pontos do Transporte Regular, como é o caso do proprietário de uma delicatessen que fica localizada na Avenida JJ Seabra.
De acordo com Vânio Santos, com a mudança dos pontos de embarque e desembarque de passageiros dos municípios de Amélia Rodrigues e Conceição do Jacuípe (Berimbau), o movimento no estabelecimento caiu em torno de 60%.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
"O movimento caiu muito aqui depois da retirada das vans que circulam para Amélia e Berimbau. Na minha loja, o movimento caiu em torno de 60%, mas posso dizer que essa queda foi geral, outros comerciantes também estão reclamando disso. Muitos passageiros passavam aqui, tomavam café, faziam um lanche e sempre no final da tarde, passavam também para comprar o pão e seguir viagem. Infelizmente com essa mudança, nossos clientes foram afastados", alegou.
Proprietário de uma loja de móveis, Joaquim Ribeiro informou à reportagem do Acorda Cidade que também registrou queda nas vendas, após as mudanças dos pontos de embarque e desembarque.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
"Depois que as vans foram embora daqui, o movimento caiu muito e esperamos que elas possam voltar, porque realmente a mudança foi drástica. Eu tive uma queda aqui em cerca de 30 até 35%, porque as pessoas passavam aqui, compravam um colchão, era uma cama, um sofá, guarda-roupa, até na loja de atacado ali na frente, caiu o movimento", disse.
Para quem fornece almoço, também viu o movimento despencar. De acordo com Jotaí Souza, dono de um restaurante na Avenida JJ Seabra, com a baixa procura por clientes, foi preciso diminuir o quadro de funcionários no estabelecimento.
"Essa mudança afetou tudo, porque quem vinha de outras cidades, principalmente nas primeiras horas da manhã, já passava aqui, tomava café, fazia um lanche e posso dizer que a queda aqui no movimento foi em torno de 30%. Como podemos observar, o movimento que tínhamos aqui, hoje não existe mais, tanto que as pessoas que ainda não tinham o conhecimento, estavam vindo aqui pegar o carro, e até o segundo dia de mudança, tivemos um movimento, mas depois, a procura foi diminuindo aqui. Com o ponto agora lá na Nóide Cerqueira, as pessoas não aguardam mais aqui no restaurante, não consomem e com isso, a gente precisa também honrar com os compromissos, mas sem o atendimento, o quadro de funcionários aqui precisou ser reduzido também", informou ao Acorda Cidade.
Não só o setor alimentício, como também o setor econômico foi afetado com esta mudança.
Ao Acorda Cidade, Geovane Junior, proprietário de uma casa lotérica na Avenida Sampaio, explicou que o movimento está sendo baixo nos últimos dias.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Para ele, essa redução de clientes também pode ser considerada pela mudança dos pontos de embarque e desembarque.
"A gente tinha um público forte aqui, um público fiel e que movimentava muito o nosso centro comercial. Com essa mudança, tivemos uma queda aqui em nosso estabelecimento e esperamos que possa ter um retorno destes passageiros. Caso não seja aqui onde era realizado o ponto, mas que seja em outro local estratégico. Muitos idosos saem de suas cidades para realizarem compras aqui em Feira, mas com isso, acredito que muitos vão deixar de vir até à cidade. Aqui mesmo na Casa Lotérica, tinham muitos idosos que vinham fazer jogos, sacar benefícios, realizar pagamentos, então pelo que estamos observando, tivemos uma queda de 20%", concluiu.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Procurado pelo Acorda Cidade, o Secretário de Transportes e Trânsito de Feira de Santana (SMTT), Saulo Figueredo, informou em nota:
O Projeto Novo Centro é uma ação do governo municipal e dentro do conceito de mobilidade sustentável, foi retirado 1.200 veículos entre vans e microônibus que provocavam filas duplas e engarrafamento no centro da cidade. Assim como as grandes cidades do Brasil, a prefeitura de Feira de Santana quer privilegiar os pedestres e evitar a emissão de poluentes tornando o centro um ambiente com calçadas livres. O Expresso Novo Centro apoia os visitantes e o feirense que tem encontrado dificuldades em pegar transportes por aplicativo com a tarifa de R$ 0,50. O mês de janeiro para o transporte público apresenta um número reduzido de passageiros, uma vez que as faculdades e escolas estão de férias e sabidamente boa parte dos feirenses estão veraneando.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade