Comerciantes da Rua Marechal Deodoro, em Feira de Santana, estão insatisfeitos com a permanência da interdição em uma parte da via, por conta das obras do Projeto Novo Centro, que ainda não foram finalizadas no local.
Uma das comerciantes, Laís da Silva Lima, que é proprietária de uma loja de variedades há cerca de um ano na Marechal, e também é advogada, comentou sobre a situação, em entrevista ao Acorda Cidade, e informou que ingressou com uma ação na Justiça pedindo a desinterdição imediata da via.
Segundo ela, preocupada com o impacto financeiro trazido pela interdição, entrou com uma ação na Justiça para pedir a reabertura imediata da via para carros.
“Além de empresária, também sou advogada e ingressei com uma ação na 2ª Vara da Fazenda Pública, que tramita na comarca de Feira de Santana, com pedido de liminar para que a rua fosse aberta de forma imediata porque os transtornos têm sido não só financeiros, mas também impactos na limpeza da rua, entrega de mercadorias, estacionamento dos nossos clientes, como também de comerciantes. Tem o gasto que a gente tem que transportar a mercadoria, trazer de uma região ou deixar em outra, são essas situações”, afirmou.
Segundo Laís da Silva Lima, não existe uma razão plausível para a rua continuar interditada, uma vez que boa parte da obra já foi concluída.
“Além dos aspectos financeiros, que é o principal, que mantém os funcionários e todo o aparato do comércio, também tem os impactos na infraestrutura da rua, que está aparentemente pronta, existem as demarcações de estacionamentos, as estruturas de redes de esgoto, as passarelas, então não há um motivo real para que a interdição se mantenha, até porque é uma parte da Marechal e não a rua inteira”, informou.
A comerciante acrescentou que já tentou contato com a Secretaria de Planejamento, mas nunca obteve retorno.
“Ainda é um processo novo, ingressei na sexta-feira passada, ainda não tivemos uma resposta do juiz. Estamos ansioso com a decisão do Poder Judiciário, sobre o que será feito. No processo, eu alego todos os impactos que a construção tem causado, todos os projetos de forma pública para que todos tenham acesso, porque em todas as ruas o projeto mostra que não é de uma rua aberta, é de um calçadão, e existem essas informações todas dentro do processo”, disse.
A gerente de uma loja de produtos importados, Elizângela de Almeida Lima também relatou as dificuldades enfrentadas na loja onde trabalha.
“Diante desse fato, a Marechal fechada, o impacto é muito grande na loja, a questão de recebimento de mercadorias, a gente está tendo que pagar estacionamento para o caminhão parar e estacionar. Tem que designar funcionários para ir levar a mercadoria para o cliente, que desiste de comprar porque não tem local nenhum para colocar o carro”, informou ao Acorda Cidade.
Também de acordo com a gerente, o faturamento caiu em comparação com o ano passado, após a pandemia.
A loja fez um comparativo do ano passado, que foi depois de uma pandemia, com esse ano, e a diferença nos lucros foi muito grande. Os funcionários estão tendo que pagar estacionamento, os clientes não compram, porque o deslocamento é muito grande e eles não pegam uma mercadoria só. Às vezes, a gente tem que deslocar um funcionário para levar a mercadoria junto com o cliente, e isso tem trazido um impacto muito grande”, reclamou.
Em resposta às reclamações, o secretário de Planejamento, Carlos Brito, justificou que apenas uma parte da Marechal está fechada e em outra tem veículos trafegando. Segundo ele, alguns serviços precisam ser finalizados, porém existe a questão do comércio informal que impede o avanço das obras.
“Agora estamos precisando ainda tirar aquela fiação dos postes para colocar na vala técnica e eu espero que seja o mais rápido que pudermos fazer. O superintendente da SMT [Superintendência Municipal de Trânsito] já apresentou os estudos ali, a nível de uma solução que precisa ser dada para aquele comércio informal, que está ali e precisa equacionar o problema de vez. Se não dermos essa solução, aquela via vai ficar prejudicada de alguma maneira. Esperemos que tenhamos antes do Natal ou até a primeira quinzena de outubro. A gente sabe dos constrangimentos, mas nós temos que dentro de 15 ou 20 dias teremos uma solução. A obra já está quase 98% concluída”, declarou.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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