Com risco de fechamento, Apae realiza caminhada da Semana Nacional da Pessoa com deficiência
Durante a caminhada, os participantes chamaram a atenção para o projeto de autoria do deputado José Pimentel (PT-CE), que propõe cortar recursos do governo federal para as Apaes a partir de 2016.
Com o tema “Desafiando os limites, diminuindo as diferenças”, foi iniciada nesta quarta-feira (21) a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, realizada pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE). O objetivo é conscientizar e sensibilizar a sociedade para a problemática das pessoas com deficiência. Em Feira de Santana, uma caminhada foi realizada na avenida Getúlio Vargas na manhã de hoje (21).
Durante a caminhada, os participantes chamaram a atenção para o projeto de autoria do senador José Pimentel (PT-CE), que propõe cortar recursos do governo federal para as Apaes a partir de 2016. Com o corte das verbas, as instituições podem fechar as portas, segundo informou Jurandir Mato Grosso, presidente da Apae de Feira de Santana.
“Temos uma bandeira a levantar que é a luta conta esse projeto. Ele acha que só as escolas regulares têm condições de atender as crianças especiais. Na verdade não é assim. As escolas especiais existem para preparar as crianças com qualquer tipo de deficiência para que lá fora elas estejam preparadas para enfrentar os desafios. Não é possível pegarmos as crianças especiais e colocar em uma escola regular sem que elas estejam preparadas. O papel da Apae é esse. A instituição vai fazer 60 anos e sempre foi assim”, afirmou.
Jurandir afirmou que a instituição está precisando de mais condições de trabalho. Ele informou que 400 crianças estão matriculadas atualmente, e que contando com as famílias e as pessoas que são atendidas fora de sala de aula, o número de atendimentos pode chegar a 8 mil.
Hamilton Figueiredo Teles, que é presidente da Cromossomo 21, também afirmou que uma escola regular não tem condições de atender a uma criança com síndrome de down, porque os professores não estão preparados.
“Nós estamos lutando para que os poderes públicos capacitem os professores em educação especial para atender as pessoas com síndrome de down em sala de aula. Atualmente a Apae que presta esse atendimento, mas isso não é correto, pois precisamos dar inclusão plena a essas pessoas”, considerou.
O secretário municipal de Desenvolvimento Social, Ildes Ferreira, afirmou que a secretaria tem uma parceria com a Apae e disse que a cidade tem que se unir contra a proposta do deputado cearense.
“O estado brasileiro não tem capacidade de absorver e dar assistência a todos as pessoas com deficiência, então a estratégia é fazer essa parceria. A Apae faz um belíssimo trabalho e não podemos privar essa instituição, pois nem o estado nem o município tem condições de substituir a Apae”, declarou.
Cecília de Jesus Coutinho, que tem uma filha de três anos atendida pela Apae, estava na caminhada e disse que caso a instituição feche, a situação vai ficar muito difícil. “Eu levo minha filha para a Apae toda semana. Precisamos muito do atendimento e esperamos que ela não feche”, afirmou.
As informações são do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.
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