Os funcionários terceirizados que trabalham para a empresa ADM, realizaram uma manifestação na manhã desta quarta-feira (13), em frente a prefeitura de Feira de Santana, para reivindicar o pagamento de salários atrasados. Segundo os trabalhadores, há 44 dias o pagamento não é depositado. Eles também apontaram outros problemas.
Um grupo de aproximadamente 15 pessoas representaram todos os terceirizados, que já próximo do fim de ano, vem relatando a falta de pagamento dos salários. Todos optaram por não se identificarem por medo de represálias.
Confira os relatos:
“Viemos reivindicar os nossos salários que não saíram ainda, dois meses atrasados. O meu vale-transporte, desde quando entrei na empresa, nunca recebi, diz que a Via Feira está com problema com a empresa e até hoje, nunca recebi, não sei nem que cor é o dinheiro”, relatou uma trabalhadora.
Segundo ela, um grupo de seis pessoas estiveram na empresa no mês passado. Na ocasião, a Polícia Militar foi chamada para retirar os funcionários da administração.
Outro funcionário que trabalha no setor da educação, como porteiro, também relatou a falta de pagamento. Segundo ele, o pagamento deveria ter acontecido no quinto dia útil do mês.
Conforme os relatos, têm trabalhadores que não receberam em novembro e outros que estão com o salário de dezembro em falta. Uma funcionária contou as dificuldades que tem enfrentado sem o retorno da empresa.
“Tem um mês atrasado e a empresa fala que não tem previsão para pagar a gente. Estamos sem saber o que fazer com as dívidas, elas não esperam, a gente tem conta para pagar, aluguel para pagar”, declarou.
Outro terceirizado explicou que a empresa alega falta de repasse por parte da prefeitura.
“A empresa fala que está esperando o repasse da prefeitura, sendo que a prefeitura já pagou aos efetivos, os professores, inclusive já até pagou a parte integral do décimo. A gente está aqui simplesmente para saber a posição da prefeitura, quando é que vai pagar a gente, porque um joga para o outro, então a gente já foi na empresa, a empresa sempre está dizendo isso, a gente está esperando o repasse. Todo mundo desesperado, precisando pagar as contas. Está faltando a onerosidade da prefeitura”, pontuou.
Segundo este trabalhador, todos estão comprometidos, cumprindo a carga horária, mas é preciso sensibilização das partes para assegurar o direito dos funcionários.
“Como pai e mãe de família, nós estamos lá fazendo o nosso trabalho, mas estão dizendo aí que nós somos descompromissados, será que é certo o trabalhador, o pai de família, trabalhar e não receber o seu salário? São porteiros, pessoal de apoio, merendeiras, todos estão na área de educação”, ressaltou.
Os funcionários relataram que há mais trabalhadores sem receber e que no momento estavam em seus postos de trabalho.
“Temos 44 dias hoje sem receber nosso salário. De novembro, o salário que nós estamos reivindicando é de novembro. Porque o de dezembro eles têm até o final do mês, porque por lei federal eles não podem ultrapassar o mês de dezembro sem nos pagar, porque não pode ser ultrapassado de um ano para outro. Mas o que a gente precisa aqui saber é que temos aluguel para pagar, escola de filho, merenda, internet, água, luz, telefone e a gente não vive sem dinheiro. O dinheiro nos move, nós trabalhamos porque nós precisamos do dinheiro”, desabafou.
Os trabalhadores buscam uma solução eficiente da prefeitura municipal e por parte da empresa.
“Todos os dias estamos lá, pais e mães de família, honestos, cumprindo com seus compromissos, que é sair de casa para o trabalho e voltar no final do dia. Agora, se eles dizem que nós estamos descompromissados, aí a gente não é, porque a gente precisa trabalhar e precisa também receber o dinheiro. Porque nós sabemos da nossa responsabilidade, mas também queremos os nossos direitos”, reforçou.
Ainda, eles informaram que o pagamento referentes aos sábados letivos trabalhados também estão sem receber.
“Foram vários sábados letivos de 2023, a gente não recebe o salário de sábado, não recebemos nem transporte. E algumas diretoras ainda pisam no pescoço das pessoas que vão trabalhar, porque é para gente trabalhar um sábado e folgar um dia de semana. Muitas diretoras não dão essa folga. Elas dizem que a gente tem que cumprir nossa carga horária, sendo que nossa carga horária é de 44 horas semanais”, declarou.
Retorno
A Secretaria Municipal de Educação (Seduc) declarou que contatou a empresa Fundação ADM e foi informada de que o pagamento será realizado esta semana. Quanto ao décimo terceiro, também será quitado dentro do prazo regulamentado.
Leia também: “São pais e mães de família sem salários”, afirma diretora do Sindsaúde após atrasos em pagamentos
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram