As fortes chuvas que caíram no início da tarde de ontem (20) em Feira de Santana, provocaram inúmeros prejuízos aos feirenses, desde vias interditadas, assim como residências que foram invadidas pela água.
Na Rua Monsenhor Moisés do Couto, localizada no bairro Campo Limpo, a residência de um casal de idosos desabou. No momento ninguém ficou ferido.
A reportagem do Acorda Cidade esteve na manhã desta quarta-feira (21) no local para conversar com os moradores. Eduardo Silva de Oliveira, é filho da idosa Marina Feitosa Silva Oliveira, de 80 anos. Segundo ele, será preciso demolir a casa para reconstruir.
“Aqui moram meus pais, Marina e Cosme. Posso dizer que foi um livramento de Deus, pois o meu pai estava trabalhando e minha mãe estava com a minha filha aqui. No momento que desabou, foi um colega e uma moça que ajudaram elas a saírem daqui, realmente foi um livramento, agora é chamar por Deus para que possamos recuperar tudo, o que mais importa é a vida. Vamos nos unir para remover os entulhos, limpar o que é possível, vamos ter que derrubar a casa e fazer outra, porque atingiu a sala e toda parede lateral da sala”, contou.
Morando há mais de 50 anos na casa, a idosa Marina relembrou o momento de pânico vivido na tarde de ontem.
“Eu não quero que isso aconteça com ninguém, foi Deus que me livrou porque eu estava sentada na cadeira do papai. Infelizmente acabou com tudo, perdi tudo, a sala foi atingida, a cozinha foi atingida, perdi máquina de lavar, geladeira, eu sei que na hora escutei um baque, foi algo que me cegou por alguns instantes, me pegaram pelos braços e levaram para a casa da vizinha. Meu esposo não estava no momento, só mesmo o meu filho, minha neta, uma menina que me ajuda aqui em casa e um rapaz que estava com a gente. No dia 20 de março irei completar 81 anos e meu esposo completou 85 na última segunda-feira. Já moramos aqui há 57 anos, não dá nem para calcular prejuízo, o jeito é fazer outra casa”, lamentou.
Sem condições de continuar na casa, a idosa precisou passar a noite na casa do neto.
“Eu passei a noite na casa do meu neto que fica aqui próximo. Ficarei lá até o dia que Deus preparar, foi Deus que ajudou que o teto não caiu, pois se cai, mata todo mundo. Na hora o fogão caiu, as panelas da comida começaram a boiar na água, não almoçamos, não comemos nada, eu tinha feito o almoço mas não tive gosto nem de comer, teve que jogar tudo fora”, contou.
Outra moradora que preferiu não se identificar, informou que os problemas de alagamentos acontecem no bairro sempre que há chuvas fortes. Segundo ela, só foi preciso 10 minutos de chuva, para a água invadir as residências.
“Nós aqui da Rua Monsenhor Moisés do Couto há cerca de três anos, quando chove, acontece este problema. Ontem foram 10 minutos de chuva para tudo ficar ilhado. Todos os moradores foram prejudicados, isso é um absurdo. Ontem foi um desespero terrível, tivemos que chamar o Corpo de Bombeiros para resgatar uma senhora que ficou presa dentro de casa, não teve condições de sair”, afirmou.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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