Feira de Santana

Chuvas, lixo e entulho favorecem o aparecimento de escorpiões; saiba como se prevenir

O período de acasalamento ocorre quando estes animais encontram as condições ambientais favoráveis, como a grande oferta de alimentos.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

No dia 12 de agosto, a moradora do bairro Tanque da Nação Fernanda Kelly Lima da Silva foi picada no braço por um escorpião, em sua residência, localizada na Rua Antônio Rubens. O fato ocorreu por volta das 22h30. Logo em seguida, a vítima correu para o Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), onde foi medicada e ficou em observação, sendo liberada somente no dia seguinte.

Foto: Arquivo Pessoal

Em entrevista ao Acorda Cidade, Fernanda Kelly relatou que os animais peçonhentos começaram a aparecer com frequência no bairro onde mora há cerca de uma semana. “A rua está cheia desses bichos, na verdade o bairro todo. Eu matei o escorpião, mas não levei para a unidade do Clériston porque eu não sabia. Cheguei lá por volta de 23h, fiquei em espera até ser atendida, tomei um medicamento na veia e fiquei 12 horas em observação”, afirmou.

Foto: Arquivo Pessoal

Relatos como o de Fernanda Kelly se tornam cada vez mais frequentes esta época do ano, quando há o aumento do volume de chuvas na região, e além de escorpiões, outros insetos passam a se proliferar de forma mais acelerada.

De acordo com o professor de Zoologia e Entomologia da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), Juscelio Dantas da Cruz, além das chuvas, outros fatores contribuem para aparecimento de escorpiões no período do inverno.

“É comum neste período do ano, que é mais chuvoso, os insetos de um modo geral e os escorpiões começam a sair com mais frequência, para buscar alimentos e acasalar, o que aumenta o número de indivíduos circulando, e você consegue visualizar mais rapidamente. Eles têm hábitos noturnos, mas quando o dia está nublado, eles conseguem sair e por isso durante o dia é possível ver alguns escorpiões circulando”, explicou o professor.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

O período de acasalamento ocorre quando estes animais encontram as condições ambientais favoráveis, como a grande oferta de alimentos. Além disso, locais onde há muito lixo, entulho, restos de materiais de construção, madeiras, são ambientes favoráveis para que esses animais se escondam. Portanto, as formas de se prevenir é evitar todo e qualquer acúmulo de sujeira em casa ou próximo a ela.

“Os escorpiões são aracnídeos, estão no mesmo grupo de aranhas, carrapatos, entre outros animais que têm hábitos noturnos. Eles se escondem geralmente em fendas de alguma árvore, de caco de telha, entulho. Este também é um período de maior abundância de insetos para eles, como baratas, grilos, principalmente quando chove, pois começam a sair pelos esgotos, também onde tem muito lixo acumulado, e as pessoas podem encontrar escorpiões”, observou.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Espécies

Conforme o professor Juscelio Dantas, existem atualmente no mundo 1.200 espécies de escorpiões. No Brasil, são cerca de 100 espécies, e aqui na Bahia há duas espécies mais comuns, que são a Tiyius Stigmurus e Tityus Serrulatus. Além dessas, também podem ser encontradas as espécies Tityus Bahiensis e a Tityus Cambridgei.

“A espécie Stigmurus é conhecida como escorpião amarelo, e a Serrulatus como uma espécie mais avermelhada ou marrom. Podem ocorrer também outras espécies, mas essas são as mais comuns aqui no estado. O veneno do escorpião está na cauda, essa parte mais fina e comprida, que contem na extremidade a bolsa de veneno, e uma estrutura de ferrão, que é o aguilhão, que ele enfia no corpo da vítima e injeta a substância. Eles têm esse veneno para poder dominar suas vítimas, não para causar problemas para outros animais, é apenas para se alimentar. Quando ele pica o ser humano ou um animal de grande porte é para se proteger, se defender da ameaça, ele injeta o veneno para a vítima sentir dor e se afastar”, explicou o especialista.

Ele destacou que em caso de picadas de escorpiões em humanos, é importante que a vítima seja acalmada, porque se a pessoa ficar agitada, o sangue circula mais rápido e em consequência disso o veneno vai ser potencializado no corpo.

“Quando fica mais calmo, o veneno fica parado na circulação. Também se deve lavar o local com água e sabão e não colocar nenhuma outra substância, enquanto vai a um pronto-socorro. O veneno causa sofrimento na pessoa, mas o número de mortes causadas por escorpiões é de aproximadamente de 0,5% do total de acidentes, ou seja, menos de uma pessoa morre a cada 100 picadas. Geralmente, as pessoas que morrem são crianças, então é bom tomar cuidado, pois estas sofrem um processo muito mais acelerado de ação do veneno”, alertou.

Com informações do repórter Ed Santos e da jornalista Maylla Nunes do Acorda Cidade

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