Feira de Santana

Chuva: chefe de educação ambiental alerta sobre riscos de desabamento e doenças

Rios, riachos, e lagoas são protegidos pela legislação federal, que determina que sejam respeitados limites entre as margens e as construções.

Ney Silva e Rachel Pinto

A chuva que vem caindo quase todos os dias na cidade de Feira de Santana tem causado alagamentos em residências de vários bairros e aumento no risco de desabamentos de ocupações irregulares, além de transmissão de doenças e surgimento de animais peçonhentos e roedores.

Preocupado com esta situação, o chefe de educação ambiental da prefeitura de Feira de Santana, João Dias, fez uma alerta e ressaltou que o conjunto Feira X é um dos locais que pode ser afetado de forma mais severa com a ocorrência de desabamentos e até mortes, como de fato houve recentemente, quando um homem foi levado arrastado pelas águas do riacho após uma forte chuva.

Segundo João Dias, os rios, riachos, e lagoas são protegidos pela legislação federal, que determina que sejam respeitados limites entre as margens e as construções. São 30 metros de distância na zona urbana e 50 metros na zona rural, sendo que se a cidade tiver um plano diretor, essa distância pode ser aumentada. No entanto, muitas pessoas não respeitam esses limites e acabam construindo as suas residências próximas às Áreas de Proteção Permanente (APP).

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Nós tivemos esse problema, na Lagoa da Taboa, que é no Campo Limpo, na Lagoa da Pindoba, que a Defesa Civil foi chamada e identificou várias casas inundadas. Na lagoa do Chico Maia na Mangabeira, na Lagoa da Pedreira no bairro Conceição e na Lagoa Juca Campelo no bairro Santo Antônio dos Prazeres. A Lagoa Juca Campelo é uma Lagoa com 104 casas dentro e infelizmente, o Brasil tem um déficit habitacional. Esse déficit é por conta da questão social e aí as pessoas ocupam as Áreas de Preservação Permanente (APP) e criam um problema ambiental. Nós tínhamos um problema social e passamos a ter dois problemas, o social e o ambiental. Ocupar essas áreas de APP faz com que as pessoas se exponham a vários risos, as doenças causadas por roedores, que é a leptospirose, a mais comum, a questão dos répteis, as serpentes, os escorpiões, que são animais peçonhentos , as aranhas e também a perda de objetos que tem nas casas. Móveis e eletrodomésticos. São perdas materiais e um problema de saúde pública”, afirmou em entrevista ao Acorda Cidade.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Situação do Conjunto Feira X

João Dias também alertou sobre a situação do Conjunto Feira X, onde há cerca de três meses um homem foi arrastado pelas águas da chuva e desceu pelo riacho, até chegar ao Rio Jacuípe. Ele explicou que o riacho que passa pelas ruas do conjunto tem um fluxo de água muito grande e no dia que chove durante a noite mais de cem milímetros, pode causar problemas aos moradores da região.

“Há um risco muito grande no Conjunto Feira X. Há construções que não respeitaram a Lei Federal dos 30 metros que deviam ter em proteção ao riacho, serem levadas para dentro do rio. As pessoas que moram ali devem procurar as autoridades para serem retiradas e indenizadas. Ali existe um grande risco iminente e evidente de termos problemas. Pode acontecer um acidente muito trágico naquela região”, declarou.

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