Ney Silva
O incêndio ocorrido recentemente na Lagoa Grande II no distrito da Matinha, em Feira de Santana, pode ter sido provocado de forma proposital. A informação é do chefe de educação ambiental da Prefeitura de Feira de Santana, João Dias. Ele esclarece que a prefeitura não tem nenhuma responsabilidade por esses incêndios pelo fato de que esses mananciais não fazem parte de áreas públicas.
"O que aconteceu na Matinha, segundo relato de moradores, é que pessoas atearam fogo na vegetação de forma proposital. Não temos como identificar quem foi. A nossa preocupação maior é que isso vem sendo feito todo ano. Já são três anos seguidos", afirma o ambientalista.
Ele lembra que em 2020 atearam fogo na Lagoa do Subaé, na Lagoa Salgada I, que é na Nóide Cerqueira, e na Lagoa Salgada II, no distrito da Matinha, e acredita que haja uma relação entre as queimadas no entorno de lagoas por causa da especulação imobiliária.
“Essas áreas estão sendo cobiçadas porque Feira de Santana é a capital tem de tudo, ou seja, é um local onde você encontra tudo e atrai muitas pessoas pra cá. As pessoas depois convidam seus parentes para aqui. Então a cidade está com uma expansão enorme principalmente na área dos bairros SIM e do Papagaio", observa.
Segundo João Dias, Feira de Santana tem cerca de 60 lagoas e a população tem a responsabilidade de ajudar na preservação principalmente denunciando quem bota fogo nesses mananciais.
Prejuízos à flora e a fauna
O ambientalista explica que quando existe uma queimada próximo a uma um rio ou lagoa, os prejuízos são enormes.
“As consequências são as piores possíveis e são irreparáveis. A fauna abriga a flora. A bacia lacustre de uma lagoa abriga roedores como preás e as queimadas matam esses animais e outros como os calangos verde e marrom, as lagartixas e, além disso, o solo fica pobre," Diz João Dias.