Laiane Cruz
Na semana passada, foi feita uma ação de retirada de resíduos e lixo em parte do Rio Jacuípe, na comunidade de Mergulho, distrito de Governador João Durval (Ipuaçu). O local fica no trecho do lago de Pedra do Cavalo, cuja água é utilizada para o consumo.
Diante dessa urgência de preservação do rio, João Dias informou que junto com a Associação de Pescadores do distrito de João Durval fará um novo mutirão para retirar o resto de resíduos que ficou no local. “Temos a previsão de aumento de chuvas na nossa região e aquele lixo pode ser levado de novo pra dentro d’água e nós não queremos isso”, explicou.
Na ação realizada, foi retirada aproximadamente meia tonelada de resíduos, entre garrafas pet, capacetes, preservativos e seringas. Todo o material foi encaminhado para a empresa Sustentare, que presta serviços de limpeza pública para o município.
De acordo com João Dias, chefe de educação ambiental da Secretaria de Meio Ambiente (Semmam), causa estranheza o aparecimento de tantas seringas e preservativos na ponte de Pedra do Cavalo, onde os resíduos teriam sido jogados.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
“É muito importante que se deixe claro que nós utilizamos a água do lago da Pedra do Cavalo para o consumo, e por isso o lago depende de cuidados especiais. Segundo o que a gente pôde levantar é que aquele material foi jogado na ponte do Rio Jacuípe, próximo ao Alphaville II, onde existem a inserção do riacho do Feira X e dos Três Riachos. O vento sempre vem de Cachoeira sentido Feira de Santana. Quando existe uma mudança no tempo, uma trovoada, o vento começa a vir do recôncavo para o norte, e o lixo que estava nos Três Riachos veio sob as plantas flutuantes que levaram o lixo, e ficou parado lá na comunidade de Mergulho. Como o lago baixou esse lixo ficou sob o solo, mas na parte inundável do lago”, afirmou o ambientalista.
Ele ressaltou que há urgência em se retirar esse resíduo do rio. “Tivemos o cuidado de não deixar queimar e trouxemos para a Sustentare. No nosso ponto de vista, como havia muitas seringas, a gente não descarta nenhuma hipótese. Não dá para afirmar que foi uma unidade de saúde que descartou, mas é estranho aparecerem muitas seringas e preservativos na ponte”, relatou.
Segundo com João Dias, os moradores do Rio Jacuípe, no bairro Três Riachos, precisam muito de ajuda, educação ambiental, e também da fiscalização das autoridades para que não joguem lixo e resíduo ali. Além disso, ele defendeu que o Rio Jacuípe no lago do trecho de Pedra do Cavalo merece um esforço maior do poder público estadual.
“A lei diz que o Inema tem que estar alerta a isso. A lei complementar 140 fala do papel do município, que precisa se unir mais ao Inema. O estado e o município precisam direcionar mais recursos para cuidar do Rio Jacuípe. É muito triste na Semana da Água, onde no dia 22 se comemora o Dia Mundial da Água, a gente vê que os cuidados tanto pelo poder público, quanto pela população demandam um esforço e um cuidado ainda maior. Se nós não cuidarmos do meio ambiente vamos ter mais problemas na saúde pública e mais problemas na economia, porque o cidadão se estiver doente não produz”, alertou.
Doenças
O chefe de educação ambiental da Semmam, João Dias, falou ainda que existem várias doenças relacionadas por contaminação da água. “A maior quantidade das substâncias químicas do corpo provém da água, quer dizer que se não houver um cuidado específico, a pessoa vai ficar doente. Existem diversas doenças e uma das piores, que surgiu recente, é chamada de microcistina, que é uma toxina fabricada por cianobactérias, que está matando pessoas e infelizmente até para descobrir a causa é difícil”, concluiu.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade