Rachel Pinto
Centenas de pessoas formaram uma grande fila na manha desta quinta-feira (9), em frente ao Dispensário Santana, no bairro Jardim Acácia em Feira de Santana.
A instituição já tem como tradição distribuir peixes todas as quintas-feiras santas e também alimentos. Com a pandemia do coronavírus, Covid-19 e a situação de dificuldades financeiras que muitas famílias têm passado, o número de pessoas em busca das cesta básicas aumentou e muita gente chegou bem cedo para poder garantir a sua.
Moradora do bairro Jardim Acácia a dona de casa Maria de Lurdes disse que chegou às 8h e estava confiante em receber uma cesta básica. Ela disse que sempre participa das atividades do Dispensário e que foi em busca da cesta porque já não tinha mais alimentos em casa.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
“Vim buscar a cesta porque a situação não está fácil. Tem muita gente, mas eu tenho fé que vou conseguir”, disse.
Lindinalva dos Santos também estava na fila. Ela contou que não recebe nenhum tipo de benefício do governo e que a cesta dá para passar aproximadamente 15 dias.
“Eu não recebo nada. Vou levar a cesta pra casa e regrar os alimentos para passar uns 15 dias. Não podemos comer muito”, comentou.
Noemia de Jesus, relatou que chegou ao Dispensário Santana às 5h25 da manhã. Ela foi uma das primeiras pessoas a conseguir a cesta básica e disse que estava muito feliz.
“A situação está difícil e o lugar que nos acolheu foi o Dispensário Santana. Recebi a cesta e ela tem vários itens. Agradeço muito a todos que ajudam e a Irmã Rosa”, afirmou.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Irmã Rosa, diretora do Dispensário Santana, disse em entrevista ao Acorda Cidade que esperava que muita gente fosse buscar a cesta básica, mas que em virtude do cenário atual, o número de pessoas triplicou. De acordo com ela, as cestas não serão suficientes para todas as pessoas, mas a religiosa garantiu que ninguém sairá e maõs vazias. Além das cestas básicas, o Dispensário Santana também está distribuindo alimentos avulsos e pães.
Irmã Rosa relatou que fica preocupada com a aglomeração de pessoas em busca de alimentos, embora seja por uma boa causa.
“De um lado a gente está ajudando as pessoas, mas por outro lado eu fico com uma angústia de ver essa aglomeração. Há pessoas de muitos bairros aqui. Pessoas que costumeiramente vem ao Dispensário e como a notícia se espalha, várias pessoas de outros lugares se aglomeram também”, frisou.
Irmã Rosa observou também que o trabalho do Dispensário Santana só é possível graças a generosidade das pessoas de Feira de Santana. Ela agradeceu a todas as pessoas que tem colaborado com a instituição e também a Deus.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
“Eu não estou indo lá fora porque não tenho a imunidade muito alta. Mas, eu sofro de não poder nem dar uma palavrinha para as pessoas. Me causa sofrimento de vê-las na fila e no sol, Mas, eu sei que o Nosso Senhor está levando em conta a boa vontade que a gente tem de estar colaborando com o bem do povo.
Quero mandar o ‘Meu Deus lhe pague' para todas essas pessoas que colaboraram. Quero expressar a minha profunda gratidão a Deus aos meios de comunicação e a todos que generosamente abrem o coração e estendem a mão”, concluiu.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.