Feira de Santana

Centro Integrado de Educação Inclusiva promove atividade especial em alusão ao Dia Nacional dos Surdos

A coordenadora chamou a atenção para o uso da língua de sinais, pois é a segunda mais utilizada no mundo.

Centro Integrado
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Na última terça-feira (26), foi celebrado o Dia Nacional dos Surdos, uma data cujo principal objetivo, é desenvolver a reflexão sobre os direitos e inclusão das pessoas com deficiência auditiva na sociedade.

Esta data foi oficializada através da Lei nº 11.796, de 29 de outubro de 2008.

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Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Em Feira de Santana, o Centro Integrado de Educação Inclusiva Colbert Martins da Silva, realizou uma programação especial na manhã deste sábado (30).

Ao Acorda Cidade, a coordenadora do Núcleo de Deficiência Auditiva e Surdez e do Núcleo de Deficiência Visual, Meiry Pires, destacou que a sociedade precisa se sensibilizar e ter um olhar voltado para a importância da língua de sinais.

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Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Existe uma sensibilização dessa comunidade surda para que a gente tenha mais aceitação destas pessoas na comunidade, então a gente vai sensibilizar o público, a gente vai divulgar a língua de sinais, divulgar a importância de se aprender língua de sinais, por isso que todos os anos nesta data, nós falamos da importância dessa língua de sinais, pois este público precisa estar inserido em toda a sociedade”, afirmou.

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Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

A coordenadora chamou a atenção para o uso da língua de sinais, pois é a segunda mais utilizada no mundo.

“A Constituição Federal diz que o acesso é o direito de todos, então o surdo é todos, todo mundo tem direito a acessibilidade linguística, acessibilidade arquitetônica, a se comunicar, a estar na escola, a trabalhar e a maior acessibilidade no momento que a gente percebe, e que é o entrave muito grande, é a aquisição da língua de sinais. A língua de sinais é a segunda língua oficial do Brasil, nós temos duas línguas oficiais, que é a língua portuguesa e a língua de sinais, então nós cidadãos, deveríamos entender um pouco mais da língua de sinais, para que a gente converse com estes sujeitos nas mais diversas instituições da sociedade”, enfatizou.

Somente no Centro Integrado, 27 surdos participam dos projetos.

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Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Nós temos aqui no centro 27 surdos, tem outros na rede municipal, mas algumas famílias não aceitam a surdez ou não tem condições de trazer, não aceitam uma língua de sinais, achando que ele vai se curar, que ele vai ouvir, e isso é uma dificuldade muito grande, é aceitação da família. Já essas famílias que trazem seus filhos, elas aceitam, elas estão conosco duas vezes por semana em um atendimento individual e o outro em grupo. Por mais que a gente tente sensibilizar as famílias, mas é um muro que eles ainda não ultrapassaram”, destacou.

Ao Acorda Cidade, Meiry Pires pontuou que nem todo mudo é surdo, nem todo surdo é mudo.

“Essa expressão de surdo e mudo foi utilizada há muito tempo, mas hoje a gente tem ciência que nem todo surdo é mudo e nem todo mudo é surdo, porque o surdo ele não fala por ele não ouvir, ele não tem, teoricamente falando, nenhum problema nas cordas vocais, no aparelho fonador. Mas como ele não ouve, suas cordas vocais não são estimuladas e ele não aprendeu a falar. Eu conheço muitas pessoas que são surdas, mas que oralizam porque eles tiveram um trabalho, uma terapia com fonoaudiólogo e conseguem falar. Então esta expressão surdo e mudo não se fala. Existe o surdo, ele não ouve, mas aceita a língua de sinais e se comunica através da língua de sinais, já o deficiente auditivo, é uma diferença também na cultura deles, na questão de identidade, eles não aceitam que são surdos, não aceitam a língua de sinais e vivem naquele mundo só da surdez, eles não aceitam um outro tipo de língua”, disse.

Ainda de acordo com a coordenadora, quanto mais cedo a criança aprender a língua de sinais, melhor será a comunicação.

“A gente tem por exemplo aqui, duas crianças que são filhas de pais surdos, é uma criança de 3 e outra 5, e elas falam libras fluentemente, pelo fato dos pais se comunicarem em libras. Quanto mais cedo, quanto mais incentivado, quanto mais estimulado, não haverá dificuldades, o que é diferente quando o filho é surdo, mas os pais são ouvintes”, concluiu.

Rosângela Costa Sampaio é terapeuta ocupacional e mãe de uma criança surda. Ao Acorda Cidade, ela destacou quais barreiras iniciais devem ser enfrentadas.

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Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Primeiro você tem que fazer a inclusão deste sujeito, primeiro com aceitação na sua família e conhecimento do que é a surdez e depois a aceitação social. A inclusão escolar só existe quando existe uma inclusão social, quando você percebe que você pode desenvolver naquele sujeito, todas as habilidades que qualquer outro sujeito, pois a surdez não diminui ele para fazer as atividades, talvez a gente tenha que adaptar algumas funções, e aí quando você fala da terapia ocupacional, você tem que adaptar a questão da linguagem que é fundamental. Ele desde criança precisa aprender a linguagem de sinais, e se ele tiver condições de aprender uma linguagem normal, ele vai aprender com o desenvolvimento, com estimulação, mas ele tem que ter a linguagem de sinais como primeira língua para poder simbolizar o mundo. Para uma criança surda, ela não sabe que isso aqui é uma planta, isso aqui é algo que só tem a imagem, não tem uma representação no seu cérebro”, explicou.

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Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

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