Saúde

Centro de Zoonoses alerta para riscos da raiva em humanos e animais; vacinação em cães e gatos inicia dia 8 de agosto

A partir do dia 13, a aplicação ocorrerá nos bairros da zona urbana.

Foto: Thiago Paixão/ Secom
Foto: Thiago Paixão/ Secom

A raiva pode ser letal e só é possível conter a sua proliferação por meio da vacina antirrábica, informou na quinta-feira (28) a coordenadora do Centro de Zoonoses do município, Mirza Cordeiro. Ela convida toda a população a levar seus animais domésticos para a vacinação que se inicia no município a partir do dia 8 de agosto.

Primeiro, a campanha beneficiária cães e gatos da zona rural de Humildes se estendendo em seguida para os demais distritos. A partir do dia 13, a aplicação ocorrerá nos bairros da zona urbana, em cinco sábados.

Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade

“A raiva é uma zoonose de relevância para a saúde pública, uma doença milenar, que a gente ainda não conseguiu fazer o controle efetivo, porque além da circulação em cães e gatos, temos a circulação aérea através do morcego, que faz um papel muito importante nessa cadeia. A gente consegue controlar a dispersão desse vírus nos animais domésticos através da vacinação. Não vemos casos de raiva em cães e gatos desde 2017, mas há outros animais como cavalos e bovinos, que também precisam tomar a vacina, e quem é proprietário de fazenda tem que fazer essa vacinação. Além disso, qualquer pessoa ou animal que sofra um acidente com morcego deve passar pelo sistema de saúde para esquemas profiláticos”, esclareceu Mirza Cordeiro.

Em relação aos animais que vivem nas ruas ou são considerados comunitários, Mirza Cordeiro ressaltou que o centro conta com a colaboração da comunidade para que seja feita essa imunização.

“Os animais comunitários, se algumas pessoas estiverem dando alimentos a esses animais, estão cuidando, podem ligar para o Centro de Zoonoses para fazer essa vacinação. Mas a gente não tem nenhuma ação de ir buscar esses animais, então a gente precisa do apoio das pessoas que estão alimentando esses animais, para que possa chegar com cuidado e fazer a aplicação da vacina.”

Vacinação em humanos

A coordenadora do Centro de Zoonoses explicou ainda durante a entrevista ao Acorda Cidade que a vacina antirrábica só é aplicada em humanos quando há acidentes envolvendo animais. Caso alguém leve uma mordida, deve se dirigir ao Centro Social de Endemias (CSE), que funciona de segunda a sexta das 7h30 às 17h, e aos sábados e domingos das 7h30 ao meio-dia.

“Temos um setor antirrábico no centro de referência, que é o CSE, que funciona todos os dias. Mas, se o acidente acontecer por animais silvestres como morcego, raposa, as pessoas devem procurar o Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) para que possam tomar o soro antirrábico e depois se dirigirem ao CSE para os procedimentos profiláticos. Essa é uma doença que ocorre em grandes centros, como São Paulo, que teve casos de raiva, Minas Gerais, onde houve acidentes com morcegos e crianças vieram a óbito com raiva. Então é uma doença que está presente e precisamos fazer a vigilância”, informou.

A vigilância, segundo Mirza Cordeiro, consiste na vacinação dos animais, bem como observação do animal por 10 dias no Centro de Zoonoses.

“Se um animal mordeu uma pessoa, deve vir ao Centro de Zoonoses para ser observado nesses 10 dias, para saber se houve mudança de comportamento, se ficou agressivo, sendo que tem animais que são agressivos por natureza, é instinto do animal. Estou falando de animais que por um motivo qualquer ele muda de comportamento, não se alimenta, fica prostrado, então esse a gente precisa observar, após 10 dias o animal é liberado. Se o animal vier para o Centro de Zoonoses, para observação da raiva, ele fica aqui 10 dias e depois é devolvido ao proprietário. É importante a gente ter essa vigilância, além da vacinação que no ano inteiro o Centro de Zoonoses tem. Nós também fazemos a observação e o envio de amostras para o Laboratório Central (Lacen). Se foi esse animal que mordeu uma pessoa, vamos coletar o tecido nervoso dele para o Lacen e fazer a pesquisa do vírus rábico. Mandamos morcegos também para verificar se estão positivos para o vírus rábico”, explicou.

Conforme Mirza Cordeiro, a vacina é fornecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e todos os municípios recebem uma cota.

“Os animais podem ser vacinados no Centro de Zoonoses ou nas campanhas gratuitamente, e também tem as clínicas particulares. Então quando você leva o seu animal para o veterinário, ele vai fazer um esquema profilático. Já o ser humano só toma essa vacina se houver um acidente, não existe para prevenção, somente no caso de profissionais, como veterinários, vaqueiros, que estão realmente o tempo todo lidando com os animais, a exemplo dos trabalhadores do Centro de Zoonoses, que fazem a pesquisa em tecidos nervosos e temos contato com possibilidade de entrar em contato com vírus.”

Desse modo, se alguém for mordido por um cão deve procurar o CSE, onde está disponível o setor antirrábico, e as enfermeiras vão fazer toda a orientação para depois encaminhar ao médico de referência.

“Quero solicitar que as pessoas levem seus animais para a vacinação, pois a vacina pode ser dada a partir de 3 meses até qualquer idade, ela não tem efeito colateral. Animais gestantes, a gente pede apenas para não levar no início da gestação, mas quando tiver próximo de parir pode levar. Estamos fazendo a vacinação nas unidades de saúde durante cinco sábados e também estamos nos residenciais do Minha Casa Minha Vida”, concluiu.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.

Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram

Inscrever-se
Notificar de
1 Comentário
mais recentes
mais antigos Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários