Os dados ainda são alarmantes e desafiam as autoridades. Todos os dias mulheres procuram a delegacia especializada para prestar queixa contra maridos, companheiros ou um parente que lhe agrediu. Um ato cruel que não escolhe idade, cor e nem tampouco a classe social.
Somente no primeiro semestre deste ano, o Centro de Referência à Mulher Maria Quitéria (CRMQ), órgão da Prefeitura de Feira, acolheu a 230 vítimas de agressões. Esse número ainda é considerado pequeno quando comparado à realidade. Nem todas elas conseguem romper o silêncio.
Em situação de violência doméstica elas encontram no CRMQ o apoio psicológico e moral para superar o trauma. Os atendimentos são por demanda espontânea ou através de encaminhamentos por medidas protetivas. E vale destacar: são sigilosos.
Conforme a coordenadora do equipamento municipal Ivone Nobre, a demanda reprimida é atribuída ao medo em denunciar e ao julgamento da própria sociedade, além da dependência financeira e emocional do suposto agressor. “Isso é uma barreira que impede que elas procurem o acolhimento e façam o registro da ocorrência”.
Neste mês de luta contra a violência às mulheres, considerado Agosto Lilás, Ivone Nobre aconselha que todas as mulheres que se sentirem ameaçadas procurem os órgãos especializados. A violência é classificada como psicológica, física, patrimonial, moral e sexual.
“A mulher que estiver em situação de violência e que ainda esteja se sentindo insegura em romper esse ciclo pode procurar o CRMQ onde há uma equipe multiprofissional para acolhê-la e acompanhá-la. Aqui elas terão o apoio e assistência para ter sua autoestima fortalecida”, afirma a coordenadora.
O CRMQ funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, inclusive ao meio-dia. No equipamento elas também têm acesso a cursos profissionalizantes e de defesa pessoal, atendimento social, psicológico e jurídico, além de oficinas terapêuticas. O CRMQ está localizado na rua Domingos Barbosa de Araújo, nº 495, bairro Kalilândia.
AGOSTO LILÁS
A campanha Agosto Lilás foi criada como parte da luta representada pela Lei Maria da Penha, sancionada em 7 de agosto de 2006, para combater e inibir os casos de violência contra a mulher e assegurar a proteção dos seus direitos.
Em Feira, a Secretaria Extraordinária de Políticas para as Mulheres vai realizar nesse período rodas de conversas nos CRAS e CREAS, ações itinerantes na zona rural com orientação e atendimento individual (psicossocial e jurídico) – inicialmente será levado a Bonfim de Feira dia 19. No dia 28 haverá panfletagem no estacionamento da Prefeitura.
As informações são da Secom de Feira de Santana.
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