Depois de quatro meses de coleta, iniciada em 1º de agosto, o Censo Demográfico 2022 contou 12.266.991 pessoas na Bahia. Esse contingente corresponde a 81,8% da população estimada pelo Instituto Brasieleiro de Geografia e Estatística (IBGE) no estado, que é de 14.985.284 pessoas. Os dados foram ontem (6), pelo instituto.
Na Bahia, a divisão dos moradores recenseados por sexo de nascimento mantém a predominância feminina, com 51,8% da população formada por mulheres (6.351.744, em números absolutos) e 48,2% por homens (5.915.247).
A Bahia mantém a 4ª maior população recenseada, atrás de São Paulo (33.028.816 pessoas), Minas Gerais (17.227.360) e Rio de Janeiro (13.301.093).
Em termos de ritmo de coleta, a Bahia é o 10º estado com maior percentual da população recenseada (81,8%). Embora siga acima do verificado no país como um todo (78,7%), perdeu uma posição em relação ao início de novembro, quando era o 9o estado, superado por Santa Catarina, que tem 85,6%.
Atraso
A pesquisa está em andamento, porém houve atraso, devido ao número de domicílios encontrados ser superior ao estimado e dificuldades na concessão das informações pela população.
Em entrevista ao Acorda Cidade, Thiago Pimentel, coordenador do Censo Demográfico em Feira de Santana, informou que a previsão era de que 186 mil domicílios fossem visitados só no município. No entanto, o número já aproximou dos 240 mil.
“A quantidade de domicílios recenseados foi bem maior que o esperado. O último censo foi feito em 2010, a gente já está em 2022, então são 12 anos, e de lá para cá a cidade teve uma expansão urbana considerável. E levando em conta esse aumento, a gente atrasou um pouco para finalizar o prazo da coleta. Mas, na verdade, a maior dificuldade ainda são as pessoas que não estão colaborando”, afirmou o coordenador do IBGE em Feira.
Segundo Pimentel, a zona urbana da cidade já está sendo finalizada, mas ainda há muitos domicílios que não foram recenseados, sobretudo os que estão em condomínios.
“A esta altura já estamos quase terminando a zona urbana, o que ficou para coletar foi de pessoas que não ficam em casa porque trabalham muito ou porque a pessoa finge que não está, tem muitos condomínios que o síndico não permite que a gente trabalhe à noite, então a grande dificuldade nesse momento são as pessoas que não estão compreendendo a necessidade de responder o recenseamento do IBGE.”
Conforme o Censo foi avançando no município, também houve a necessidade de o IBGE dispensar uma parte dos entrevistadores, sendo que alguns deles desistiram do trabalho.
“Começamos em agosto com 500 recenseadores, e à medida que o trabalho foi acabando, ficamos com a metade, e cerca de 250 que estão em campo atualmente. A quantidade de desistências foi em torno de 10%, um percentual muito baixo. A grande maioria, nós fomos desligado por falta de setores.”
De acordo com o coordenador do IBGE, a estimativa é que Feira possua pouco mais de 600 mil habitantes.
“Estamos com uma estimativa de que existam 625 mil pessoas. Nós já recenseamos em média 486 mil. Mas como este é um número estimado, não tenho como dizer uma porcentagem exata. As regiões de condomínios têm sido o grande gargalo para o IBGE, e tem outras como aquelas dominadas pelo tráfico. Mas a dificuldade que o tráfico impõe pra gente, às vezes é menor do que um síndico de condomínio, porque ele fecha a portaria. E em Feira há muitos condomínios”, explicou o coordenador ao Acorda Cidade.
Ele destaca que para que o trabalho seja finalizado é preciso haver a colaboração por parte da população, pois algumas pessoas ainda se negam a responder o censo.
“Hoje a nossa maior necessidade é conscientizar a população, de que responder o censo gera grandes benefícios para a cidade, pois a gente consegue ter noção do nível de escolaridade, alfabetização, faixa de renda, dimensão do emprego, desemprego, fecundidade, religião, e são essas respostas que o Censo dá. Todos os dados que as pessoas passam pra gente são sigilosos, é seguro, e a gente não consegue fazer o censo sem o apoio da população.”
Aqueles que ainda não responderam aos questionários do Censo Demográfico, mas têm interesse em participar da pesquisa, podem entrar em contato com o IBGE através do 0800 721 8181 ou acessar o site ibge.gov.br.
“Pode colocar também a frase ‘respondendo o IBGE’ no Google e aparece lá o telefone ou no Google Maps e tem lá o telefone da nossa agência, pode ligar para cá e agendar uma visita. Temos 9 postos de coleta distribuídos pela cidade, como no bairro Cidade Nova, João Durval, Conceição, entre outros bairros. E quando o recenseador chega à casa, o morador tem várias formas de conferir se aquele é um agente do IBGE, como o crachá com QR Code. Quem realmente tem interesse em responder não faltam contatos para se comunicar com o IBGE”, ressaltou Thiago Pimentel.
A resposta ao Censo Demográfico é obrigatória, de acordo com a Lei 5.534/1968, que também garante o sigilo de todas as informações fornecidas ao IBGE.
Com informações do IBGE e do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
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