Censo 2022

Censo 2022: desistência de Recenseadores não compromete coleta de dados em Feira de Santana e região

O censo demográfico de 2022 teve início no dia 1º de agosto e segue até o dia 31 de outubro.

recenseadora do IBGE
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Até a última terça-feira (23), a Bahia contabilizou 661 desligamentos a pedido dos próprios recenseadores que optaram pelo encerramento de suas atividades.

Conforme a Coordenadora de Divulgação do Censo Demográfico na Bahia, Mariana Viveiros, a porcentagem de desistência de recenseadores observada em Feira de Santana e região, está dentro do esperado.

A Bahia teve 12.485 pessoas contratadas para trabalharem como recenseadoras. Essas pessoas vão aos domicílios para coletarem informações essenciais e que vão ajudar a construir e revelar o retrato social do nosso país.

“Em Feira de Santana tivemos 530 recenseadores contratados e até a manhã de terça, tivemos 20 desligamentos. O percentual de desligamentos na Bahia é de um pouco mais de 5%, em Feira de Santana temos 3,8% de desligamentos, são porcentagens dentro do esperado, tendo como base censos anteriores. O IBGE trabalha com uma rotatividade de até 10% de desligamentos então até 10% está dentro do esperado e estamos confortáveis, principalmente, porque as pessoas que saem ou desistem por algum motivo são substituídas por outras que recebem treinamento em tempo real, então a gente não fica com um desfalque de equipe durante muito tempo. Estamos o tempo todo repondo essas vagas seja por um cadastro de reservas ou por seleções complementares, então a gente não tem prejuízo no trabalho”, esclarece Mariana Viveiros.

Motivos de desistência

O censo demográfico 2022 que teve início dia 1º de agosto com previsão para encerramento no dia 31 de outubro, no entanto, muitos recenseadores estão desistindo das suas funções por conta de xingamentos, assédios, ameaças, desconfianças e notícias falsas que acabam dificultando o trabalho do recenseador e aumentando o receio de moradores, impossibilitando a entrada desses trabalhadores nas residências.

Mariana Viveiros, contou ao Acorda Cidade, que os motivos de desistência dos recenseadores são variados.

“As causas para a desistência são diversas: são pessoas que não se adaptam; acham que aquilo não é para elas e desistem; são pessoas que recebem outras propostas, tem outras oportunidades, seja em termos de trabalho ou de estudo; ou outras questões na vida delas, que fazem com que elas desistam do trabalho como recenseadores”, aponta.

Perfil dos recenseadores

A Coordenadora de divulgação chama atenção para o perfil dos profissionais que estão trabalhando como recenseadores.

“A gente tem pessoas muito jovens no estado como um todo, mais ou menos 60% das pessoas que entraram na primeira leva de recenseadores, estavam no primeiro emprego. Então são pessoas muitos jovens, muitas delas ainda estudam, e esses são fatores que muitas vezes acabam levando-as a desistirem do trabalho”, disse.

Mariana Viveiros salienta que o índice de desistência na Bahia como um todo, são índices abaixo do limite de 10%. E assegura que uma vez que acontecem os desligamentos, novas convocações são feitas a partir dos candidatos que estão no cadastro de reservas, e todas as pessoas que são contratadas passam por uma semana de treinamento.

“Caso a gente não tenha mais ninguém nessa fila, nesse cadastro, a gente abre uma Seleção Complementar, mas ainda não tivemos a necessidade de fazer isso, desde que começamos o censo para recenseadores aqui no Estado”, informou Mariana.

Transparência

Segundo Mariana Viveiros, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não tem registro de nenhum atraso no pagamento de recenseadores.

“A gente teve sim, um problema na ajuda de custo no treinamento daqueles primeiros recenseadores que receberam o treinamento em julho, então tivemos problemas no nosso sistema e problemas no cadastro dessas pessoas, algumas informaram o número de conta errado, o CPF com dígito errado, alguns informaram uma conta poupança e o recomendado é uma conta corrente. Então, temos hoje na Bahia, cerca de 600 pessoas, das 12.485, que estão com um atraso na ajuda de custo do treinamento”, explicou.

A coordenadora ressalta que o atraso do pagamento não está relacionado ao trabalho que os recenseadores estão realizando na coleta de informações, pois este trabalho, segundo ela, está sendo realizado conforme a dinâmica do trabalho.

“Sabemos que apesar de ser pouco percentualmente, as pessoas que estão com atraso na ajuda de custo do treinamento precisam que isso se resolva o quanto antes. O IBGE fez um esforço intensivo, o problema no sistema foi solucionado e a gente inclusive está agora optando por fazer ordens de pagamentos para o dinheiro está nas mãos das pessoas o mais rápido. Então, esses recenseadores já estão sendo avisados para irem aos seus bancos e receberem esse dinheiro e esperamos zerar esse número de atrasos, no máximo, até o fim da semana, porque sabemos que essa questão prejudica as pessoas”, acrescentou.

Dinâmica do trabalho

Conforme aborda Mariana Viveiros, os recenseadores ganham por produtividade, eles só recebem o pagamento pelo trabalho deles quando encerram a sua primeira área de trabalho, chamada de setor censitário. Os recenseadores precisam ir a todos os domicílios e recolher a informações de todas as pessoas, cada informação de cada domicílio é única e insubstituível.

Por isso, é tão importante que a população esteja segura e tranquila para receber os recenseadores do IBGE. “O questionário mais curto que praticamente todo mundo responde dura 5 minutos, é rápido, não vai tomar tempo,” disse

Ao contribuir com o trabalho dos recenseadores garantimos que eles possam receber o seu pagamento e, além disso, contribuímos com a nossa cidade e com o nosso país.

“Enquanto eles não conseguem ter as entrevistas, eles ficamcom pendências que atrapalham a vida deles e compromete todo esse retrato que o censo traz, que é um retrato fundamental para as políticas públicas para as decisões da iniciativa privada, para as decisões das comunidades, e até para as nossas decisões pessoais. Então por favor atendam os recenseadores, os recebam e deem essa colaboração tão valiosa para o nosso país,” destaca Mariana.

Com informações da jornalista Maylla Nunes do Acorda Cidade

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Antonia Pereira Hernandez

Passei na classificação entre os primeiros, por ter curso superior, não pude participar por ser aposentada. Fiquei muito triste. Agora percebo que foi livramento. Deus escreve certo por linhas mais certas ainda. Obrigada, SENHOR.

Valdir

Está senhora ( Mariana Viveiros), está no mínimo equivocada… há sim atrazos de pagamentos de ajuda de custo do treinamento e dos dias de trabalho, em vários estados e municípios… até hoje dia 26 de agosto de 2022 tem recenseadoraes que ainda não receberam…

Keliana

Não querem divulgar realmente o motivo das desistência, não por causa dos xingamentos não, e por conta do valor pago aos recenseadores, estão pagando muito pouco e por isso está tendo muita desistência em todos os estados

Servulo

A resposta dada é uma resposta orientada pelos administradores, são vários os motivos de desistência, inclusive a falta de apoio e o despreparo dos coordenadores, que assim como os rescenssiadores, são totalmente descompromissados no apoio ao pessoal de campo.

Silvia

Sou recenceadora porem ao fechar o setor tbm. vou desistir o principal motivo é aqui na cidade vc.só recebe quando fecha 100%o setor .enfrento cachorros soltos na rua desconfiança da populaçao pois acham que tudo é golpe ignorancia do povo e ter que voltar em media 5 vezes na mesma casa ….cansei…

Eliene Costa

Primeiro ponto, o IBGE jamais admitirá que os trabalhos estam sendo prejudicados. Segundo ponto importante dessa situação; já que agora estão pegando pessoas sem concurso, sem pagarem taxa nem nada, não seria justo que devolvessem o valor de nossa inscrição? Creio que isso seria mais que Justo, as condições deveriam ser iguais para todos. E para que novos concursos, porque não dentre os que pagaram a taxa para o concurso e não passaram nas provas? O treinamento que recebemos não valeu praticamente de nada, o aprendizado é na prática mesmo, não faz nenhuma diferença aquele tempo internado na sala lá. Enfim, só opinião.

Anonimous Observador

Mesmo passando entre os primeiros, não fui chamado para atuar. Acho que foi um sinal, e um bom sinal pelo visto kkkkk

AlessandraBatistadeSantana

Né contratar pessoas para trabalhar porquê não contratar logos

Dayane Freitas

O acorda deveria fazer entrevistas com os recenseadores e acompanhar um pouco da rotina pra saber a verdadeira realidade que eles enfrentam na visita às casas.

Raquel

Agora tem que coletar o testemunho dos recenseadores dessa região aí, pq pelas falas da entrevistada nós recenseadores que não adaptamos a função,com certeza uma pequena parcela foi isso,mas a maioria com certeza é o descontentamento com o órgão, só ler os comentários no YouTube e o de centenas de grupos no whatsapp,pra ver q esse “concurso” foi uma descepcao .O censo aqui foi extremamente mal divulgado,a entrevistada é da área da divulgação,né? A cada casa tivemos que explicar o que era o censo,acabamos que fizemos nosso trabalho e tbm o que deveria ser de outros, a divulgação.
Depois,que colocaram umas taxas sem explicar o pq de tanta variedade,aqui é 3, fiz 266 questionários, + de 400 unidades e depois do desconto vou ficar com pouco mais de 1 salário.Tocaram para o nordeste esse tipo de taxaum órgão de estatística com esteriótipo de regiões.
Péssima experiência pra mim, não pelos moradores,pelo contrário,tive apenas uma recusa, experiência ruim por se sentir explorada.
Isso de dar dados do CPF,conta errados,me lembrou alguns ACM que estão morando taxas em algumas cidades,esse órgão subestima nossa inteligência

Gabriela

O real motivo da desistência em massa não é falta de adaptação ou os outros pontos citados
Como recenseadora falo de peito aberto: É A FALTA DE PAGAMENTO!
MUITOS NRM PELO TREINAMENTO RECEBERAM E OUTRA, TRABALHAMOS SEM SABER QUANTO VAMOS RECEBER AO FINAL DE TUDO.
OS TÓPICOS APRESENTADOS PELA ENTREVISTA SÃO MENTIRA, NÃO CONDIZEM COM A REALIDADE ENFRENTADA PELO RECENSEADOR

Eliene Costa

Muitos realmente não conseguem arcar com os custos de alimentação transporte e tal, imaginem, vc gasta 20 dias pra terminar um setor em média, pra ganhar 1300 1400 em média, gastando cerca de 35$ com alimentação e transporte dia, quem aguenta isso? Fazem as contas. Não dá, só consegue ficar quem igual eu que conseguiu trabalhar perto de casa e tem uma forma de se manter fora do censu mas mesmo assim, minhas reservas estão acabando, pois mesmo com toda essas condições tenho que comer e tenho outros compromissos na vida. Mas estou firme, acredito que será melhor no próximo tempo mas compreendo perfeitamente sobre os que desistem.

Erick dos Santos Soares

Se pelo menos tivesse pagando em dias. Mas tem muitos que não receberam nada ainda

Eyseu

Não condiz com a realidade; é só olhar o edital. Nele, diz que os pagamentos seriam por semana, no treinamento disseram que era por quinzena e depois disseram que seria depois de completar 50% do setor. Pessoas como eu que fizeram 80% não receberam nada. Porque não perguntam aos recenseador?

ENON ALMEIDA ÁVILA

Eu trabalhei no censo como rescenciador em agosto 2022 primeira semana e até momento não recebi nada…pedi meu desligamento

Arlindo

Ao invés de vocês estarem entregando o cargo, vocês deveriam se unir e fazer uma paralisação geral, afinal investiram tempo e dinheiro pra terem o treinamento.

Daniel Araoli

Agora pra matéria ter mais credibilidade, deveriam ouvir quem está em campo: os RECENSEADORES. Pra ver qual é a realidade das coisas e os verdadeiros motivos de tanta desistência. Não é bem por aí não a realidade, viu?

Alessandra BatistadeSantana

Então nós Simplificado do IBGE vamos esperar mais mês agora vai chama quando hoje é 24 quarta-feira 2022 né porque nós chamamos todas quê ficaram Simplificado chama na sexta-feira pode

Julia

Exatamente isso, poderiam ajustar os valores, mas infelizmente as pessoas que escolheram o trabalho, já sabiam o valor que iriam receber,porém não sabiam que seria mais puxado que o “salário“ que recebem!

Diego

O motivo da desistência é remuneração baixa, é falta de apoio por parte dos ccs (líderes), sem subsídio para deslocamento, insegurança, desconhecimento e estupidez de brasileiros quanto ao ibge.