O Centro de Atendimento Pedagógico e Especializado (Cape), que tem duas unidades em Feira de Santana, vai deixar de atender pessoas que não estejam matriculadas em escolas das redes pública e privada.
As unidades do Cape no bairro Santa Monica e na Avenida Sampaio já suspenderam novas matrículas. Ao Acorda Cidade, o presidente da Associação dos Deficientes Visuais, Reinaldo Maia, informou que vai haver prejuízos para a comunidade.
📲 😎SEJA VIP: Siga o canal do Acorda Cidade no WhatsApp e receba as principais notícias do dia.
“As pessoas estão lá aprendendo, não tiveram tempo de se alfabetizar quando jovem e com isso eles estão ficando de fora dos atendimentos. Quero pedir ao governador que mande tirar essa portaria. As pessoas têm direito de continuar recebendo os atendimentos. Como vão seguir a vida sem ter quem dê apoio? Isso não pode acontecer”, destacou.
Segundo ele, a determinação ocorreu devido uma portaria do Mistério da Educação (MEC). No estado da Bahia são 11 Capes e um protesto está previsto para ocorrer no próximo dia 19 para reivindicar essa determinação. “Vamos realizar um protesto em busca dos direitos para que as autoridades nos ouçam”, disse.
A gestora Cape, Rita Jambeiro, afirmou que essa portaria do MEC é do ano de 2009, mas que só começou a ser cobrada agora. Ela afirmou que novos alunos que não estão matriculados, não estão mais sendo aceitos, mas que os antigos serão mantidos.
“A gente vai articular com escolas da rede regular a matrícula dos devidos alunos para tentar abraçar todos eles. Eles não vão ser dispensados. Vamos articular essa demanda, eles só não vão poder ser lançados no censo escolar do MEC, mas não vão ficar desassistidos”, garantiu ao Acorda Cidade.
Segundo a diretora, no momento 480 pessoas são atendidas no Cape em Feira de Santana e a procura segue muito alta. O Centro oferece atendimento pedagógico especializado no contraturno da escola regular, trabalhando a deficiência do aluno. Quando essa deficiência é tratada, o aluno é liberado das atividades.
Segundo ela, a unidade conta com cerca de 12 deficientes visuais que estão fora da escola regular e não se sentem aptos a voltar para escola, devido a idade. A gestora afirmou que irá buscar cursos profissionalizantes que possam atender a esses alunos e os que não puderem estar nesses cursos, serão oferecidas oficinas para garantir que o atendimento pedagógico permaneça.
Com relação as novas matrículas, que estão suspensas, Rita Jambeiro disse que está vendo como ficará a situação. “Vamos ver se o município vai criar algum lugar onde eles tenham essa convivência, com acolhimento, e que faça a escuta desse deficiente”.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram