Considerada a mais nova Macarena, a canção “Ai se eu te pego” completa em 2023, 15 anos de existência acumulando dados impressionantes. Interpretada pelo cantor sertanejo Michel Teló, e de composição dos baianos Sharon Acioly e Antônio Dyggs, empresário do ramo de entretenimento de Feira de Santana, a música nasceu em 2008 e ganhou o mundo.
O sucesso estrondoso da música, que se tornou uma sensação global depois de ser adotada em comemorações de gols de jogadores de futebol como Neymar e Cristiano Ronaldo, é respaldado por uma série de conquistas notáveis. Vencendo prêmios como o da Revista Billboard e Multishow, além de ter sido indicada ao Grammy Latino, a faixa ultrapassou a marca impressionante de um bilhão de visualizações no YouTube. Sim, você leu corretamente, um bilhão. Além disso, a canção foi traduzida para 14 idiomas e se consolidou entre as mais tocadas em 40 países.
Em uma entrevista ao Acorda Cidade, Antônio Dyggs compartilhou a origem da canção, revelando que tudo teve início na cidade de Porto Seguro, por meio de uma brincadeira que culminou na inspiração para a composição. Essa jornada musical, nascida de uma simples brincadeira em um palco, agora transcende fronteiras e é um testemunho vivo da poderosa influência da música na cultura global.
“O processo de criação do Ai Se Eu Te Pego, que é essa música que está fazendo 15 anos agora em 2023, a gente fez em 2008 sem muitas pretensões. A inspiração veio de uma brincadeira de palco lá em Porto Seguro, em que Sheron, que era uma animadora de palco do Axé Moi, chamava os dançarinos até o palco, e fazia uma coreografia brincando com eles falando essa frase, ‘ai se eu te pego’. Foi aí que eu tive a ideia de fazer uma música de forró para a banda que eu era empresário na época, Os Meninos de Seu Zeh, mas no início a galera não gostou muito. Eu tinha o antigo Kabanas, o Fifó lá no Feira VI em que os meninos faziam shows, e a música foi pegando entre essa galerinha mais jovem aqui de Feira de Santana”, explicou.
De acordo com Dyggs, era impossível imaginar que a canção virasse um grande sucesso e somente no ano de 2011, que o cantor Michel Teló gravou.
“Era impossível imaginar que o Ai Se Eu Te Pego iria tornar esse grande sucesso, porque ele foi feito de uma maneira muito simples, simplesmente porque a brincadeira era legal, porque o ritmo ficou legal, então não tinha nenhuma pretensão de se tornar um grande sucesso mundial como se tornou, isso tudo foi consequência. Quando os artistas começaram a gravar, e pouca gente sabe, na verdade o Wesley Safadão gravou antes até do Michel Teló, várias bandas inclusive aqui no Nordeste gravaram antes, Cangaia de Jegue, Estakazero, o Wesley Safadão na época do Garota Safada, e o Michel Teló veio gravar já em 2011, três anos depois da música já tocar muito por aqui, a galera de Feira de Santana nem aguentava mais de tanto que tocava com Os Meninos de Seu Zeh, e quando o Michel gravou, todo mundo já conhecia”, contou.
Após ser gravada pelo artista paranaense Michel Teló, o rumo da canção “Ai Se Eu Te Pego” ganhou novos destinos, sendo grande sucesso até nos estádios de futebol.
“Quando a música começou a ficar famosa no mundo inteiro, principalmente após jogadores de futebol começarem a dançar a coreografia nos gols que faziam, a música começou a ganhar várias versões no mundo inteiro. Ela hoje já foi gravada em mais de 14 idiomas, isso é uma coisa muito incrível também. O Ai Se Eu Te Pego chegou a ser em primeiro lugar em quase 40 países ao mesmo tempo. A canção é, de fato, uma música que teve muita arrecadação de direito autoral, inclusive durante 5 anos, a arrecadação ficou bloqueada por causa de questionamentos em relação à coreografia e ao surgimento da música antes dela virar música lá em Porto Seguro. Mas no ano de 2017 foi tudo resolvido e o Ai Se Eu Te Pego passou a ter sua arrecadação normalizada, ainda bem, porque paga minhas contas até hoje. Todo mundo me pergunta muito sobre como é essa questão de grana, deu muita grana, dá muita grana? Obviamente uma composição que toca no mundo inteiro, tem uma arrecadação legal, então da para poder você viver disso, sim! Se você não for muito gastador”, pontuou.
Ao Acorda Cidade, Dyggs comentou que o grande sucesso da música a fez conquistar vários prêmios.
“Ai Se Eu Te Pego influenciou muito a minha vida porque me deu a oportunidade de ter mais tranquilidade para poder empreender na minha cidade. Então quando você tem uma fonte de renda que vem de royalties, de direito autoral, você consegue ter mais tranquilidade para poder empreender, para poder investir, sabendo que você tem uma outra fonte de renda ali que, de fato, consegue suprir as suas necessidades, caso qualquer coisa venha a dar errado. O Ai Se Eu Te Pego rendeu vários prêmios da Billboard, a gente também ganhou o prêmio Multishow em 2012 e uma indicação ao Grammy latino, também em 2012. Muito bom porque dá um respaldo, na época a música era muito diferente. O Ai Se Eu Te Pego venceu não só no Brasil, mas em vários lugares no mundo, alcançou números bem incríveis e prêmios inimagináveis para aquela época. Hoje o vídeo no YouTube já passa de um bilhão de visualizações, o que é bastante coisa”, afirmou.
Segundo Dyggs, muitas canções que fazem grandes sucessos acabam sendo esquecidas, dando espaço para novas, o que não aconteceu com a famosa ‘Ai Se Eu Te Pego’.
“Os principais desafios que o Ai Se Eu Te Pego enfrentou, foi justamente a música não morrer no caminho. A música faz sucesso, as pessoas já esquecem, então o Ai Se Eu Te Pego conseguiu enfrentar esse desafio de se tornar inesquecível, que é o que acontece hoje, a maioria das músicas estouram e logo depois todo mundo esquece e fica lá atrás. O Ai Se Eu Te Pego aconteceu de estourar regionalmente, depois no estado todo, depois no Nordeste, Brasil, depois no mundo. Hoje fora do país, o Ai Se Eu Te Pego é como se fosse uma macarena, é aquela música que é atemporal, todo mundo ouve, eu recebo vídeos do mundo inteiro literalmente, as pessoas ouvindo e cantando, é como se a música tivesse sido lançada na semana passada. Isso é muito legal, muito gratificante”, destacou o empresário em entrevista ao Acorda Cidade.
Atualmente, Antônio Dyggs faz composições como ‘hobby’ e trabalha diretamente no cenário musical em Feira de Santana.
“Hoje o meu envolvimento com o cenário musical é totalmente através dos shows que eu faço nas casas aqui em Feira de Santana, tanto no Aria Hall, quanto no Prime Music, quanto no Kabanas. Então eu componho hoje por hobby mesmo. Naquela hora que está tomando uma cervejinha, chega um amigo com o violão que quer fazer uma música, a gente faz juntos, e aí vou guardando ou mandando para alguma banda aqui da cidade. Tem várias músicas gravadas por bandas aqui também. Pagode do Segredo, a música de trabalho durante muito tempo ’40° na Bahia não é Febre’, é minha e de Diegão. Então eu tenho muito orgulho de ser um dos compositores dessa música que está fazendo agora 15 anos e eu tive a oportunidade, no prêmio Multishow lá de 2012, poder falar em nome do Ai Se Eu Te Pego, em nome da minha cidade que abraçou a música quando a gente lançou aqui com Os Meninos de Seu Zeh, e hoje faz parte da cultura mundial, cantar um pouquinho nos momentos de lazer, nos momentos de felicidade. É uma música que é simples e que tem essa pegada de trazer o sorriso na cabeça, na boca das pessoas junto com a dancinha e faz com que um monte de gringos, mesmo sem ter a menor ideia do que eles estão cantando, cantem no nosso idioma, em português. Eu, como feirense, me sinto extremamente orgulhoso de fazer parte disso”, concluiu.
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