Rachel Pinto
Os camelôs que trabalham no centro comercial de Feira de Santana realizaram mais uma manifestação na Câmara de Municipal de Vereadores na manhã desta terça-feira (3). É a segunda, nesta semana.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Além do prazo que eles consideram curto para realizar a transferência para o Shopping Popular, eles alegam que os valores cobrados pelo metro quadrado dos boxes são abusivos. A vendedora ambulante Fabíola Maia que trabalha com confecções na Sales Barbosa há 16 anos, considera inviável a transferência dos camelôs para o Shopping Popular até o dia 30 de março. De acordo com ela, ainda falta a finalização dos sanitários da obra e outros ajustes. Ela também declarou que o metro quadrado dos boxes custará R$80 e muitas pessoas não tem condições de pagar essa taxa.
“O valor é abusivo. Tem pessoas ali que trabalham com panos de prato, desinfetantes, consertando relógio, consertando alicate e não tem condições de pagar o valor que irá ser cobrado. O valor do metro quadrado será R$80. Ninguém tem condições de pagar e estamos querendo uma renegociação para que abaixe esse valor, para que nós possamos trabalhar. Nós queremos tributos municipais como se paga em outros e outros lugares. Uma taxa que seja digna para cada pai e cada mãe de família”, declarou em entrevista ao Acorda Cidade.
Fabíola salientou que as manifestações realizadas pelos camelôs têm como objetivo chamar a atenção e pedir o apoio da sociedade e dos vereadores para mudar essa situação.
Sobre o prazo de transferência até o dia 30 de março, ela opinou que acredita que até esta data a obra não estará finalizada e não há condições de todos os camelôs serem removidos para o local.
Secretário Borges Júnior (Foto: Paulo José/Acorda Cidade)
O secretário de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, Antônio Carlos Borges Júnior, esclareceu em entrevista ao Acorda Cidade que o prazo para a entrega das chaves do dos boxes do Shopping Popular foi estendido, e ainda faltam alguns ajustes a serem feitos na obra, mas a previsão é que a transferência dos ambulantes inicie no fim do mês de março.
Segundo ele, os valores cobrados pelos preços dos boxes foram definidos em contrato entre a prefeitura municipal e o Consórcio Feira Popular, mas quem define o tamanho do box é o próprio ambulante.
“Mais de 1.200 ambulantes assinaram o contrato conosco. Alguns já estão fazendo as adequações internas dentro de seus boxes porque entendemos que esse período agora de transição é muito importante para que quando chegar o mês maio que é uma data importantíssima o mês do dia das mães e o período do São João, o ambulante possa realizar suas vendas. Nós estamos já notificando e também já baixamos uma portaria dando um prazo pra que essas pessoas comecem a se preparar para a sua relocação e nos colocando a disposição de cada ambulante para que a gente possa ser facilitador, colocando caminhões, guinchos e pessoal. Então nós estaremos colocando uma equipe na rua para que a gente possa dar essas possibilidades a esses ambulantes e. O metro quadrado do box é R$80, valor que foi estipulado pelo edital e pelo contrato entre a prefeitura municipal e o Consórcio Feira Popular, mas nós sempre colocamos para os ambulantes que quem vai definir o box. Estamos abertos ao diálogo para quem quiser vir
a secretaria ajustar o valor de acordo com a sua capacidade financeira” , declarou.
O Shopping Popular ainda não está pronto, porém a prefeitura deu 30 dias para os camelôs deixarem as ruas. (Fotos: Paulo José/Acorda Cidade)
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.