Feira de Santana

Camelôs do Shopping Popular Cidade das Compras paralisam atividades por 48 horas

De acordo com o secretário Wilson Falcão, o empreendimento não foi concluído, e sem movimento, não há como os camelôs honrarem com pagamentos.

Shopping Popular
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Os camelôs do Shopping Popular Cidade das Compras, em Feira de Santana, irão paralisar as atividades na próxima segunda (2) e terça-feira (3), como forma de chamar a atenção pela baixa movimentação do entreposto comercial.

Segundo eles, a situação está “insuportável”, e diante do caso, nenhum camelô abrirá as portas por 48 horas, podendo ser definitiva a decisão, caso não tenha nenhum tipo de acordo.

A reportagem do Acorda Cidade conversou com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, Wilson Falcão.

Segundo ele, toda a gestão municipal está sensibilizada pelos camelôs diante dos problemas enfrentados.

Secretário Wilson Falcão
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

“Nós estamos muito sensibilizados com o processo que os camelôs e os ambulantes vem passando. O Shopping Cidade das Compras foi uma parceria público privada assinada no governo do então prefeito José Ronaldo de Carvalho. O prefeito Colbert recebeu o processo em andamento final, buscou um maior entendimento com a administração do Shopping na pessoa do Senhor Elias, o Elias teve o entendimento com vice-prefeito Fernando de Fabinho, teve entendimentos com o secretário Antônio Carlos Borges Júnior, que assinou o contrato com eles na época ao lado do secretário de Planejamento Carlos Brito, e não tiveram o êxito esperado. Da mesma forma foi tentado uma conversa quando Sebastião Cunha esteve à frente da Settdec e mesmo assim, o processo do Shopping Cidade das Compras não foi concluído”, informou.

De acordo com o secretário, o empreendimento não foi concluído, e sem movimento, não há como os camelôs honrarem com pagamentos.

“Eu tive uma reunião com o Elias no gabinete do prefeito acompanhado de um técnico na área de Shopping, várias reivindicações foram feitas por parte do Elias, várias reivindicações foram feitas também pelo Carlos Medeiros Neto, este técnico que o prefeito indicou para que fizesse um estudo. O Shopping tem várias falhas, a principal, inclusive o próprio Elias fica chateado quando eu digo, que para mim, o Shopping não terminou. Como é que você vai morar ou trabalhar em um empreendimento que não tem elevador? Como é que você vai trabalhar em um empreendimento que não tem a esteira rolante funcionando? Como é que as pessoas mais velhas podem ter acesso ao estacionamento, se essas formas de acesso, como são a esteira e o elevador não funcionam?”, questionou.

Ao Acorda Cidade, Wilson Falcão reforçou o pedido que já foi feito por diversas vezes, que é a instalação de lojas âncoras no entreposto comercial.

“Hoje o Shopping Cidade das Compras precisaria além do supermercado, precisaria de lojas âncoras para atrair público. A gente tem um movimento muito precário no Shopping Cidade das Compras, e se você tem um movimento precário, não tem comprador suficiente para gerir um empreendimento daquela envergadura com mais de 1.800 boxes. O prefeito não tem medido esforços para ajudar, já contactou com o Sicoob, o banco já visitou com a gerente deles, estamos lutando para levar uma lotérica para lá, mas precisa que o Shopping também traga e faça seu compromisso, uma parceria público privada. Como é que alguém pode ter um boxe sem movimento? Como é que você pode pagar condomínio sem movimento? Como é que você paga internet sem movimento? Estamos vivendo ali, uma dificuldade grande pela falta de movimento”, concluiu.

O Acorda Cidade conversou com o presidente do Consórcio Portal do Sertão, Elias Tergilene, que administra o Shopping Popular Cidade das Compras.

Segundo ele, o entreposto comercial já foi finalizado, mas a escada rolante, assim como o elevador, não funcionam devido à criminalidade.

“Quando falam que o Shopping não está concluído, ele está concluído sim, mas não se pode dizer que o Shopping não está pronto porque não ligamos a escada rolante, nem o elevador. Nós fizemos a ligação do elevador, que dava acesso à Central de Abastecimento, porém o índice de criminalidade estava alto, as pessoas estavam usando os elevadores para usar drogas. Não é simplesmente um elevador, uma escada rolante que vai fazer a população de Feira de Santana comprar no Shopping Popular, que está dentro do Centro de Abastecimento e que é alvo de mídias negativas, falando da criminalidade, do esgoto a céu aberto. Nós tivemos uma reunião com o secretário Wilson Falcão e ficou certo de um profissional ser contratado, e isso não aconteceu”, informou.

Ainda de acordo com Elias, o município de Feira de Santana vai completar 1 ano de débito com a administração, chegando a cerca de R$ 17 milhões.

“Nós estamos com uma dívida em relação ao que a prefeitura prometeu pagar desde dezembro do ano de 2022. Até informaram que seria apenas um mês de atraso, mas na verdade é quase um ano e se for colocar na ponta da matemática, o que a prefeitura nos deve, chega a cerca de R$ 17 milhões”, disse.

Com relação sobre as lojas âncoras dos chineses, Elias Tergilene informou que é necessário os vereadores revogarem uma lei, que proíbe a comercialização por parte de chineses no Shopping Popular.

“Na época da eleição, foi dito que nós iríamos abrir lojas âncoras, fazer de Feira de Santana, um Brás, como tem em São Paulo. Porém, a Câmara de Vereadores brigada com o prefeito Colbert Martins, fez uma lei que impedia a presença dos empresários chineses, montarem lojas âncoras, e até hoje, esta lei não foi revogada”, pontuou.

Ainda segundo o presidente do consórcio, a partir desta segunda-feira (2), o entreposto comercial estará sem segurança particular.

“A partir desta segunda-feira não terá mais segurança no Shopping Popular. Eu recebi aqui uma mensagem, inclusive já passei para o secretário Wilson Falcão, informando que a empresa que presta serviço, vai suspender os serviços por falta de pagamento. Internet, conta de luz, a Coelba por exemplo já mandou a notificação que vai desligar a energia. A prefeitura precisa fazer o papel dela e que pague aquilo que está assinado em contrato”, concluiu.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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