Feira de santana

Calor no solo provocou chuva de granizo em Feira de Santana, diz estação climatólogica

De acordo com a diretora da estação, o último registro foi há 17 anos e dessa vez não era esperado pela estação.

Laiane Cruz

A chuva de granizo que surpreendeu os moradores da zona rural de Feira de Santana, no início da tarde da última segunda-feira (4), foi provocada, entre outros motivos, pelo calor do solo da região, segundo informou a diretora da estação climatológica da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), Rosângela Leal. De acordo com ela, o último registro foi há 17 anos e dessa vez não era esperado pela estação.
 
"A chuva de granizo, geralmente, acontece nas médias latitudes, na região subtropical, ali na região do Paraná, Santa Catarina, às vezes São Paulo, e em alguns lugares de Minas Gerais. Mas aqui na nossa região não, porque é muito quente. Na verdade, pode cair chuva de granizo, mas como o ar é muito quente ele se liquefaz, então o gelo não chega ao solo", afirmou Rosângela. 

No entanto, ela explicou que, neste caso, havia uma nuvem grande e densa de mais de 10 km de altura na cidade, que se juntou à massa de ar frio que estava estacionada sobre a região. Assim, o solo muito quente fez com que uma massa de ar quente subisse e empurrasse as gotículas de chuva para o interior da nuvem, formando grandes blocos de gelo, e como os ventos não conseguiram segurá-las, elas caíram sobre o solo.

 
Ela lembrou que há uns três anos já houve uma precipitação de granizo em Conceição do Jacuípe (Berimbau), e que, às vezes, o fenômeno ocorre também em Cruz das Almas, região do Recôncavo Baiano. Já na estação, não há registro, pelo menos, dos últimos 17 anos. 
 
“Nos próximos dias não há previsão de cair chuva de granizo, porque essa massa de ar se dissipou em direção ao oceano, ontem (anteontem), às 9h, já não tinha mais. Hoje (ontem) fez um sol limpo, com nuvens bastante esparsas e praticamente não vai chover nas próximas 48 horas”, informou Rosângela Leal.
 
O fenômeno ocorre quando fortes correntes de ar carregam minúsculas gotículas de água em altitudes acima do ponto de congelamento no interior das tempestades, o que faz com que essa água se transforme em pedras de gelo.

As informações são do repórter Paulo José do Acorda Cidade.
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