Feira de Santana

BRT: empresários reclamam de prejuízos com interdição da Avenida Maria Quitéria

A comerciante Kátia Nunes também está temerosa por não saber como será o futuro da empresa dela.

Laiane Cruz

Os proprietários de estabelecimentos localizados no trecho da Avenida Maria Quitéria, próximo ao cruzamento com a Getúlio Vargas, reclamam estar sofrendo prejuízos desde que a via e ruas próximas foram interditadas, na última sexta-feira (28), por causa das obras do BRT. No local, existem lojas, clínicas, restaurantes, dentre outros serviços, e durante todo o período da evolução da obra, o trânsito no trecho vai ficar proibido.

O proprietário do restaurante O Timbau, Antônio Luís da Silva, que tem 11 funcionários, afirmou em entrevista ao Acorda Cidade que se sente prejudicado e tem dificuldade para descarregar as mercadorias. Segundo ele, a maioria dos clientes que frequentam o restaurante possuem carro ou moto, mas, por conta da interdição, não estão frequentando o estabelecimento.

Ainda de acordo com o empresário, desde que a obra iniciou teve dia que o restaurante não atendeu ninguém, e acredita que os comerciantes afetados deveriam receber algum tipo de indenização por conta das perdas.

A proprietária de uma loja de móveis, Milena Lima, informou que os comerciantes foram convocados para uma reunião com a prefeitura, onde foram informados do fechamento da via, que deve durar em torno de seis meses. Ela reclama também que as obras vão prejudicar a segurança, uma vez que irão fechar com tapumes a avenida, criando um grande corredor sem rotas de fuga e tapando a visibilidade das lojas.

“Aqui na Avenida já ocorreram vários assaltos. Temos bancos na região e vai ficar muito complicado. O prefeito não nos garantiu nenhuma segurança, disse que ia ver o que poderia ser feito pra tentar minimizar esse paradeiro. E o que nos preocupa hoje também é a questão comercial, a questão de vendas. Eu, por exemplo, pago um aluguel de mais de 4 mil reais e não vou ter carros passando, pessoas visitando a minha loja”, disse Milena Lima.

A comerciante disse que os empresários estão tentando receber alguma redução de IPTU ou taxa municipal pra compensar o prejuízo, mas até o momento não receberam nenhum benefício. “A interdição será de seis meses. Está chegando o final do ano e o comércio já está parado, pois estamos em uma época de crise. Infelizmente, estamos sem saber o que fazer”, lamentou.

A comerciante Kátia Nunes também está temerosa por não saber como será o futuro da empresa dela. “A gente abre um negócio, tem um sonho e quer que prospere. De repente vem essa obra de grande porte, a previsão é seis meses, e a gente fica preocupado sem saber do futuro. Nestes dias em que foi interditada a avenida, já sentimos o prejuízo”, declarou.

O prefeito José Ronaldo afirmou que houve uma reunião com os comerciantes e foi muito proveitosa. Segundo o prefeito, para se fazer uma obra desse porte haverá alguns percalços. “Foi amplamente discutido. Nós estamos ainda num processo de adaptação. E a gente está buscando a melhor maneira possível de atender as pessoas”. 

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As informações são do repórter Paulo José do Acorda Cidade.

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