A ampliação do Aeroporto de Feira de Santana, Governador João Durval, foi tema de uma audiência pública realizada nesta quinta-feira (27) na Câmara Municipal. O encontro reuniu representantes do setor público, empresários e especialistas para discutir a viabilidade e a importância da modernização do terminal aéreo, considerado importante para o desenvolvimento econômico e logístico da cidade.
Participaram entidades como Câmara Dirigente dos Lojistas (CDL), Sindicato do Comércio e o Instituto Pensar Feira, além de representantes de secretarias municipais.

Com o debate em evidência, os próximos passos envolvem articulações junto ao governo estadual e federal para garantir investimentos concretos para transformar Feira de Santana em um polo logístico aéreo aproveitando seu robusto entroncamento rodoviário, como destacou o professor José Renato. Entusiasta da aviação e um dos participantes da audiência, ele falou sobre a necessidade de investimentos estruturais para que a cidade tenha um aeroporto à altura de seu potencial.
“Uma cidade com o potencial logístico de Feira não pode deixar de ter um aeroporto, de ter um moldal aéreo à disposição para o engrandecimento da cidade, para o desenvolvimento, novas oportunidades de negócio, para a diminuição dos custos”, disse em entrevista ao Acorda Cidade.

Através da audiência, Renato apresentou um relato técnico das necessidades do aeroporto como melhorias na pista, no pátio e no terminal de passageiros, para permitir voos sem restrições. Para a expansão do empreendimento, o professor acredita que ainda é preciso que o estado cumpra o compromisso de desapropriar uma área maior.
Segundo ele, os dados do Plano Aeroviário Nacional, projetam um fluxo de mais de 600 mil passageiros anuais até 2030 no aeroporto de Feira e cerca de 964 mil até 2052, isso, caso haja infraestrutura adequada. Um impacto que será ainda maior para o transporte de cargas.

Possuindo o maior entroncamento rodoviário do Norte-Nordeste, Feira de Santana tem uma grande capacidade logística, com diversas estradas e conexões com mais de uma centena de cidades do interior. Pensando nisso, José Renato reforçou que o aeroporto precisa se tornar um elo fundamental nesse processo de aproveitamento do potencial econômico que ele pode trazer para a região.
“Precisamos aumentar a área, precisamos que o município providencie novos acessos ao aeroporto, transporte de melhor qualidade, que tramite na Câmara um projeto de atualização da Lei Complementar de 73, para evitar que tenhamos construções que restrinjam o aeroporto, que trate disso com o governo federal, porque ele tem o Fundo Nacional de Aviação Civil com muito recurso para os aeroportos, para que a gente consiga garantir em Feira de Santana essa realidade”.

O presidente do Sindicato do Comércio, Marco Silva, também participou da audiência. Ao Acorda Cidade, ele destacou que outras cidades menores já receberam investimentos significativos em seus terminais aéreos, mas Feira, que é a maior cidade do interior do estado, ainda não foi contemplada com um aeroporto bem estruturado.
“Nós temos comparações com Vitória da Conquista e fora também da Bahia, como Campina Grande, Caruaru, com investimento grande também. O aeroporto da Feira de Santana é viável e vai ser muito importante para a Feira e para a região, muito mais econômico para quem mora na região do Sisal, do recôncavo, quem mora lá mais para a parte do sertão, vir em Feira de Santana do que se deslocar até Salvador”, pontuou.

Segundo Marco Silva, um ponto positivo da audiência foi a convergência entre diferentes setores políticos em prol do aeroporto.
“A sociedade já está sentindo que o governador tem conversado muito com o prefeito. E eu acho que surge uma esperança maior agora, que essa convergência traga a solução desse problema, que é fundamental, porque Feira, o futuro dela é ser a cidade da logística. Não se pode falar em logística sem o transporte aeroviário”, destacou.
O vereador Jorge Oliveira, autor do requerimento para a audiência, celebrou o engajamento da sociedade e reafirmou a necessidade de união para pressionar por investimentos.
“Vamos formar uma frente parlamentar com a sociedade civil bem organizada, para fazermos com que a Princesa seja melhor adornada. Queremos é que o vereador, o governador, honre aquele compromisso que eu sei que ele tem palavra e ele vai fazer. É um governador sensível, que gosta de Feira de Santana, então esse aeroporto vai sair”, declarou.

Jorge também reforçou que a ampliação do terminal depende de decisão política e criticou a disparidade nos investimentos destinados a outros aeroportos do Nordeste. Segundo ele, o ministro de Portos e Aeroportos anunciou quase R$ 150 milhões para Caruaru, enquanto Feira de Santana, que tem uma demanda muito maior, não recebeu nem R$ 10 milhões. Na época, o ex-prefeito da cidade, Colbert Martins, também criticou o baixo investimento. (Relembre aqui). Ele afirmou que Feira poderia ficar de fora do desenvolvimento do estado, sem um aeroporto bem qualificado.
“Não é nem o dízimo do que foi destinado a Caruaru. Falta vontade política. Se é vontade política, os vereadores que estávamos aqui, os deputados e a sociedade organizada que estava aqui, temos essa vontade. Vamos ao governador relembrar ele da promessa de campanha e que Feira de Santana possa ter um grande aeroporto”, afirmou o vereador.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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