Foi realizada na manhã desta sexta-feira (15), em Feira de Santana, uma mobilização em defesa da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que sugere o fim da escala 6×1 – em tramitação na Câmara de Deputados.
Conforme o Acorda Cidade divulgou, o anúncio do ato foi feito pelo vereador Jhonatas Monteiro (Psol), durante a sessão da Câmara de Vereadores. O encontro foi realizado em frente à sede da Prefeitura de Feira de Santana.
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Em entrevista ao Acorda Cidade, o vereador deu mais detalhes sobre o ato, que tem como objetivo chamar a atenção da sociedade feirense.
“Eu acredito que o Brasil é um país que tem uma jornada de trabalho muito exaustiva para a média dos trabalhadores e, esta medida não é nova, porque no passado, já se discutiu a jornada de trabalho também. Existia a perspectiva de redução para 40 horas, isso chegou a ser pauta entre as sindicais, mas agora voltou a ter uma maior evidência com esta proposição encabeçada pelo Psol, que busca dar a fim a chamada 6×1. São seis dias de trabalho contínuo e, ter apenas um dia de folga. A nossa avaliação é que isso compromete tanto a possibilidade de descanso para quem trabalha, como também de cuidados com a família, cuidados com a saúde, de continuidade com os estudos para quem quer fazer isso, a própria qualificação profissional fica comprometida com este nível de atividade de trabalho”, declarou.
De acordo com Jhonatas Monteiro, as assinaturas já ultrapassaram a solicitação mínima.
“Sobre essa proposta, até a quarta-feira coletava as assinaturas para tramitar no congresso nacional e, reuniu muito mais do que o número mínimo necessário. Eram 171 e na manhã da quarta, já tinha cerca de 200 assinaturas e, tem crescido a adesão de deputados para tramitar. Nós estamos fazendo um ato, que é inicial ainda, foi convocado na quarta-feira, tem um sentido simbólico para mostrar que aqui em Feira de Santana, como em vários outros municípios que também estão tendo algum tipo de manifestação, de mobilização, existe o apoio para esta medida e, a partir disso, nós formamos um grupo em Feira de Santana para pensar nos próximos passos, dialogar com os comerciários, dialogar com o trabalhador, com a trabalhadora”, explicou.
Professor de Economia pela Universidade Estadual de Feira de Santana, Rosevaldo Ferreira fez uma explanação, sobretudo exemplificando os moradores de Feira de Santana.
“Se você pegar uma relação de atestados médicos que a classe trabalhadora coloca nas empresas, esse adoecimento acontece no dia a dia. Feira de Santana tem uma particularidade muito grande, nós temos um crescimento de bairros mais distantes, além do Anel de Contorno. Como por exemplo o Registro, que fica lá no final da Artêmia Pires e tem 17 mil habitantes. Imagine 17 mil habitantes para você deslocar para o local de trabalho, com o sistema de transporte ruim, não só de Feira de Santana, mas do Brasil inteiro, isso leva um tempo muito grande de deslocamento e o trabalhador não tem contato com a família. Fim de semana, domingo, é para descansar. O trabalhador está ali para descansar, para trabalhar novamente na segunda-feira, para ter o seu ganha-pão”, pontuou.
Ao Acorda Cidade, Bianca Nunes, presidente do Diretório Municipal do Partido Socialismo e Liberdade (Psol), também destacou os principais objetivos do ato realizado em Feira de Santana.
“O principal objetivo é dialogar sobre a escala 6×1, e refletir como é que esta escala impacta na vida das pessoas, como é que impacta na vida dos trabalhadores e trabalhadoras. Este foi o primeiro momento, um ato que o principal objetivo realmente é se reunir em fazer este diálogo com as principais perspectivas de cada setor, de cada movimento social, para a gente fomentar este movimento, para a gente construir este movimento localmente e, pensando inclusive, em atividades futuras”, afirmou.
Representando a Central dos Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil, Daiane Alcântara afirmou que é necessário existir a união entre os trabalhadores.
“Já é uma realidade para nós, que estamos no serviço público, não ter o 6×1, porém a gente sabe que tem todos os critérios e exigências relacionadas com as produtividades, sendo cobradas pelo estado. Atualmente nós temos duas cargas horárias, tanto de 30 quanto de 40m porém precisamos nos mobilizar e sermos mais sensíveis em toda as pautas e estamos juntos nesta luta, pois o trabalhador exige dessa união”, afirmou.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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