Logo nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (26), o atendimento na Policlínica do Feira X, em Feira de Santana, estava restrito. A reportagem do Acorda Cidade esteve na unidade de saúde e registrou alguns pacientes retornando para casa após a suspensão. Estavam sendo atendidos apenas casos de urgência e emergência. O motivo da paralisação era a falta de pagamento dos meses de maio e junho aos profissionais da unidade.
📲 NOTÍCIAS: siga o canal do Acorda Cidade no WhatsApp
Buscando uma endoscopia, a moradora Rita, do bairro Tomba, precisou aguardar algumas horas para confirmar se seria ou não atendida.
“A moça já falou ali que acho que não vai ter atendimento. Vão falar, mas não chegou ninguém até agora. O exame foi marcado para esse mês, mas já tem um tempão que eu estou esperando. Agora eu vou aguardar para remarcar, para saber quando vai ser”, disse.
Elaine Santiago veio do município de Conceição do Jacuípe para se consultar com o médico hepatologista. A Secretaria de Saúde da cidade, havia marcado a consulta nesta data, para a unidade.
“Pelo visto não vai ter atendimento porque os funcionários não estão recebendo. Estou aqui no aguardo para ver que posição vai dar. Eu faço acompanhamento com a medicação e essa medicação está no fígado, então eu tenho que passar por um acompanhamento com hepatologista, que eu achava que iria conseguir aqui, mas como não vai ter atendimento, não sei como é que vai ser”, relatou Elaine.
Segundo a moradora de Conceição do Jacuípe, ela deve procurar outros hospitais, porque não pode aguardar muito.
“Eu soube através do pessoal que eles não iam funcionar porque não estavam recebendo. O que não deixa de ser justo, né? Só que com isso todo mundo se prejudica”, disse.
Antônia Gomes de Araújo chegou por volta das 6h30 para marcar uma consulta com o dentista, mas não conseguiu o atendimento.
Quem também tinha uma endoscopia marcada para hoje, foi uma moradora da Pampalona. Há três meses aguardando o exame, para ela foi uma surpresa não conseguir o serviço.
Após a exibição da reportagem no Programa Acorda Cidade, pela Rádio Sociedade News FM, 102.1, o pagamento começou a ser feito gradativamente.
Ao Acorda Cidade, o prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins da Silva, prestou esclarecimento sobre a suspensão dos atendimentos na Policlínica.
“A empresa só apresentou a nota ontem às 11h do pagamento correspondente. É um erro da empresa, um erro grave. Porque os médicos foram pagos cujo vencimento é dia 20, a nota chegou a tempo e o pagamento foi feito a empresa pagou, antecipou o pagamento e nós pagamos logo em seguida e agora a empresa mandou a nota fiscal ontem, terça-feira. Devia ter encaminhado antes do dia 20 também porque esse processamento demora pelo menos 48h, isso é com checagem das notas e tudo isso”, disse o prefeito.
Colbert ainda afirmou que “não tem justificativa para não ter atendimento médico” e frisou que “se alguém adiar qualquer exame médico o profissional vai ser demitido, quem quer que seja”.
“Recebe o dinheiro hoje e sai amanhã porque isso aí é querer atingir as pessoas. Atingir doente. E aí qualquer um, enfermeira, enfermeiro, técnico, não sobra ninguém que queira tomar uma atitude vergonhosa dessa para descontar uma coisa que não é o caso em cima dos pacientes. Portanto, os médicos estão todos em dia, todos estão pagos, portanto, todos estão trabalhando. Quem quiser fazer restrição de atendimento e se o fizer vai ser responsabilizado do ponto de vista pessoal e do ponto de vista profissional. Portanto, a empresa está aí. O pagamento vai ser feito pela empresa. Agora restringir o atendimento e prejudicar a paciente, a resposta a gente sabe dar. Quem faz isso não merece ficar no lugar trabalhando”, declarou Colbert.
Ainda segundo o prefeito, uma funcionária da empresa passou a informação incorreta e deve ser afastada.
“A enfermeira responsável pela área de policlínica já foi para lá, mas a empresa que é a responsável, desde ontem esteve lá dentro da própria policlínica mostrando essas questões. De qualquer forma é importante dizer que todas as outras seis policlínicas e duas UPAs estão funcionando normalmente e não impactam no atendimento de urgência, nem de emergência”, afirmou.
A produção do Acorda Cidade também recebeu denúncias de que a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Queimadinha também estaria com o mesmo problema. Sobre isso, o prefeito falou que não foi informado sobre nenhuma irregularidade no atendimento na unidade.
“Não tenho conhecimento e não tem fundo de verdade”.
Após a reclamação ser veiculada, a reportagem do Acorda Cidade confirmou que o atendimento, tanto na Policlínica do Feira X, quanto na UPA da Queimadinha, estão normalizados.
A Secretaria de Saúde do município enviou a seguinte nota:
Nota de Esclarecimento
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) não pôde efetuar o repasse à empresa In Saúde, que gerencia a UPA Queimadinha, devido ao atraso na entrega de documentos essenciais por parte da empresa.
Na última sexta-feira (21), a In Saúde entregou a documentação pendente, que agora está sendo verificada pela SMS para que o repasse seja realizado o mais rápido possível. Neste ano, a SMS já repassou R$ 5.550.272,91 à empresa.
O contrato firmado entre a SMS e as empresas licitadas exige que essas instituições possuam saúde financeira suficiente para cumprir todas as suas obrigações legais, incluindo o pagamento de salários dos trabalhadores terceirizados, recolhimento de impostos e aquisição de materiais necessários para a prestação dos serviços.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram